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Quais os melhores ativos da renda fixa para queda no Ibovespa

Títulos públicos, privados ou fundos? O que observar na hora de montar uma carteira

Quais os melhores ativos da renda fixa para queda no Ibovespa
Foto: Pixabay
  • Os números mais altos vistos nos preços de produtos e em papéis de crédito são atrativos para investimentos em renda fixa, mas os investidores devem avaliar ativos antes de tomar decisões para evitar danos
  • Em agosto deste ano, o Tesouro Prefixado 2031 ultrapassou os 11%. Nesta semana, foi a vez do prefixado de 2014 alcançar os dois dígitos. Na sexta-feira (22), o rendimento chegou a 11,4%
  • Para ter um portfólio balanceado, ter ativos em diversos indexadores deve ser o foco na hora de montar uma carteira diversificada.

O relatório Focus, do Banco Central, projeta que a inflação medida pelo IPCA chegue a 8,69% até o fim deste ano. A taxa básica de juros (Selic) deve encerrar 2021 em 8,25%. Os números mais altos vistos nos preços de produtos e em papéis de crédito são atrativos para investimentos em renda fixa, no entanto, para evitar perdas na carteira, os investidores devem avaliar bem os ativos antes de tomar decisões.

Enquanto o Ibovespa perde a força que teve em 2020, quando fechou o ano no positivo mesmo com o tombo decorrente da pandemia, o principal índice de ações do mercado brasileiro desaba 10,6% no acumulado de 2021. O cenário traz à tona a preocupação com um possível rebalanceamento de carteiras com o intuito de ampliar a renda fixa, já que a previsão de aumento dos principais indicadores da classe é de crescimento.

Em agosto deste ano, o Tesouro Prefixado 2031 ultrapassou os 11%. Na última semana, foi a vez do prefixado de 2024 alcançar rentabilidade de dois dígitos. Na sexta-feira (22), o rendimento chegou a 11,4%. Apesar da grande atratividade, vale ressaltar que a alteração da carteira deve respeitar o processo de ‘suitability’, nome técnico utilizado para se referir ao perfil de investimento.

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Para Simone Faganello, analista de produtos de renda fixa da Ágora, o cenário de alta inflacionária deve continuar decorrente do risco fiscal que o País enfrenta, somado ao ano eleitoral que se aproxima. “Quando olhamos para os juros na casa dos 6%, ainda é quase metade do que tínhamos cerca de quatro anos atrás”, afirma. “Isso mostra que é necessário avaliar a porcentagem da carteira nessa alocação. Atualmente, 100% do Certificado de Depósito Interbancário (CDI) não está cobrindo a inflação no período, que ultrapassa 8% ao ano.”

Segundo Faganello, o investidor que busca liquidez deve ter parte das aplicações no CDI. Já pensando em prazos mais alongados, acima de três anos, o ideal é buscar produtos que cobrem a inflação. “Com ativos atrelados ao IPCA, além de proteger contra as recentes altas, ainda é possível capturar prêmios”, aponta a analista.

Com a histórica volatilidade do mercado doméstico, a recomendação dos especialistas é sempre diversificar o portfólio para ter um prêmio mais robusto.

Indexadores

Para aproveitar a alta dos juros e a queda do Ibovespa, o ideal é buscar ativos atrelados ao CDI, já que ele é atrelado à Selic. Lucas Radd, superintendente de portfólios e advisory do Inter, ressalta que entre os ativos que usam essa referência, os CBD, as LCIs e LCAs são predominantes. Apesar disso, existem também os fundos de renda fixa de crédito privado. “Os que não são de crédito privado, em geral, estão mais ligados ao IPCA, o que não tem problema. Entretanto, isso é uma estratégia mais de longo prazo”, aponta Radd.

Vale ressaltar que quem deseja investir fora do montante protegido pelo Fundo Garantidor de Crédito (FGC), a melhor alternativa é contar com a expertise de gestores de fundos.

Outra sugestão de Radd é a aplicação em ativos com isenção tributária. Ele ressalta que é uma rentabilidade extra que o investidor individual consegue ter. Sendo assim, entre as opçãos destacadas por ele, as LCIs e LCAs têm uma atração maior.

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David Camacho, sócio-fundador e gestor da Devant, reitera que para ter um portfólio balanceado, ter ativos em diversos indexadores deve ser o foco na hora de montar uma carteira diversificada.

Retorno da aplicação de R$ 1 mil no Tesouro

Confira a rentabilidade a partir de investimentos referenciados a Selic, inflação ou taxa fixa:

Tesouro Rentabilidade anual Valor líquido (Em R$)
Selic 2024 Selic + 0,1218% 1.185,06
Selic 2027 Selic + 0,2650% 1.370,39
Prefixado 2024 11,36% 1.261,18
Prefixado 2026 11,69% 1.458,69
Ipca+ 2026 IPCA + 5,25% 1.405,36
Ipca+ 2035 IPCA + 5,42% 2.651,47
Fonte: Tesouro Nacional

 

Renda fixa privada

Além dos títulos do Tesouro, os títulos privados também podem ser boas opções na hora de alocar recursos em renda fixa. Eles funcionam como outras alternativas para manter a diversificação e conseguir rentabilidades maiores, desde que respeitem o perfil de cada investidor.

Segundo Camacho, da Devant, além da atenção no que tange ao indexador, antes de escolher um fundo é essencial observar seu histórico de desempenho e, sobretudo, a gestora. “O fundo pode ter quatro anos com uma boa performance, mas se a equipe muda constantemente, pode aumentar o risco da efetividade do fundo”, comenta.

Outro ponto de atenção é sobre o perfil do ativo, observado na lâmina. “Quanto de risco o investidor está disposto a tomar? Um fundo high grade tem maior segurança por serem dívidas de empresas com um rating mais elevado. Na contrapartida, o high yield oferece um prêmio de risco maior por serem companhias com classificação menor”, explica.

Lucas Radd, do Inter, ressalta ainda que na hora de escolher um ativo para a carteira, a pesquisa por avaliação de diferentes casas de análises pode dar maior segurança. “Existe conteúdo disponível sobre a performance de inúmeros fundos e de currículo de gestores  em bancos e instituições financeiras consolidadas. É essencial que o investidor busque esse olhar antes de tomar decisões”, aponta.

Aplicações

A analista de investimentos da Rico Paula Zogbi destacou duas diferentes razões para alocação em renda fixa considerando a previsibilidade de rentabilidade, sobretudo no atual cenário. A superação da inflação e o aproveitamento do ciclo de alta de juros.

“Acreditamos que o Banco Central vai conseguir trazer o IPCA para mais perto da meta a partir do ano que vem, por conta disso não recomendamos títulos com vencimento tão distante neste momento. Apesar disso, eles também funcionam como forma de preservar seu patrimônio de maneira conservadora no longo prazo”, diz. 

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Como sugestão para esse objetivo, ela aponta o Tesouro IPCA+ 2026, além do CRA Minerva com vencimento para abril de 2021 e rentabilidade calculada em IPCA + 4,9% a.a. Outras alternativas apontadas por Zogbi são as debêntures Rota das Bandeiras julho/2024 (IPCA +4,95% a.a.) e Movida junho/2028 (IPCA + 6,65% a.a.).

Já olhando para os juros, com a Selic 6,25% e perspectiva para que chegue a 9,25% até março de 2022, a renda fixa pós-fixada deve ser beneficiada, por render um percentual da Selic ou do CDI. Nesse cenário, a analista da Rico destaca o Tesouro Selic 2024, o CDB Facta com vencimento para um ano com rendimento de 138% CDI, além de fundos de crédito privado pós-fixado e com baixo risco, como os listados abaixo:

– Fundo Ibiuna Credit FIC FIM CP
– Fundo Selection FIC RF CP LP
– Fundo SPX Seahawk Advisory FIC RF CP LP
– Fundo XP Top FIRF CP LP
– Fundo Augme 45 Advisory FIC RF CP

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