- Dica para preservar o patrimônio é manter a diversificação mesmo quando o cenário é favorável
- Investidor de renda variável deve sempre manter o horizonte de longo prazo
- Se a pessoa sente um desconforto quando a bolsa está em baixa é porque seu perfil não é arrojado ou agressivo
Mesmo para investidores experientes em renda variável, tomar decisões em meio a atual pandemia causada pelo novo coronavírus (Covid-19) é difícil. O Ibovespa, principal índice de ações da bolsa brasileira caiu 36,5% neste ano, de 115.645 pontos para 73.428 pontos na última sexta-feira, 27 de março.
Leia também
“Quando o mercado está positivo, como estava em 2019 e no início de 2020, o investidor corre riscos, que muitas vezes, não consegue ver. Daí, a importância da diversificação em qualquer momento, para não ser surpreendido. O investidor precisa conhecer e respeitar o seu próprio perfil de investimento”, diz Marcelo Nantes, superintendente da Bradesco Asset Management (Bram).
Em outras palavras, se o aplicador é conservador, deve manter-se conservador, ou se possui um perfil moderado, arrojado ou agressivo, deve agir com cautela para não ter prejuízos. Nantes orienta que em momentos de alta volatilidade e de incertezas como os vivenciados agora, o investidor de renda variável deve olhar para o horizonte de longo prazo. “Não adianta sair na baixa (e ter perdas)”, afirma ele.
Publicidade
No geral, o superintendente da Bram não tem visto resgastes em fundos de ações do Bradesco. “A crise também serve de aprendizado aos investidores mais novos. Se há um desconforto com a baixa, é porque o perfil dele era menos agressivo do que era anteriormente, quando o mercado estava em alta. Alguns estavam correndo riscos que não conheciam”, diz Nantes.
O superintendente da Bram alerta que a pandemia de coronavírus é “um problema muito sério” e que pode ter efeitos danosos para a economia global. “Os diferentes governos estão buscando garantir uma proteção social às populações. O Brasil foi mais tímido, mas já há uma disposição do governo em tomar mais medidas”, afirma Nantes.
O investidor precisa conhecer e respeitar o seu próprio perfil de investimento
Questionado sobre um horizonte de recuperação do valor das cotas em fundos de ações e multimercados, Nantes contextualiza que ainda é cedo para fazer previsões. “Há muita incerteza sobre o quanto a pandemia vai impactar no Brasil. A situação na Itália e na Espanha, com milhares de mortes é muito preocupante. Não se sabe o tamanho disso para o caso brasileiro”, diz ele. “A volatilidade nos mercados deve continuar, mas talvez será menor que nas últimas semanas.”