Selic se mantém em 13,75%, mas rendimento da renda fixa diminuiu

Por Marília Almeida

01/02/2023 | 18:45 Atualização: 02/02/2023 | 12:15

Rentabilidade de investimentos como CDBs e títulos públicos do Tesouro Direto é estimada com base nos juros futuros do prazo da aplicação (Foto: Pixabay)

O Copom (Comitê de Política Monetária) do Banco Central manteve a taxa Selic em 13,75% ao ano, patamar no qual permanece desde agosto de 2022. O anúncio oficial veio no fim da tarde desta quarta-feira (1). Apesar de a taxa ter ficado no mesmo patamar, a expectativa de rentabilidade dos investimentos de renda fixa caiu da última reunião, ocorrida em dezembro, para cá.

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Isso acontece porque a rentabilidade de investimentos como CDBs e títulos públicos do Tesouro Direto é estimada com base nos juros futuros do prazo da aplicação. Ou seja, o que interessa para estimar a rentabilidade dos títulos de renda fixa não é apenas a taxa Selic do momento.

No caso dos investimentos pós-fixados, por exemplo, o que importa é a expectativa de CDI médio do período investido. No Copom anterior, em dezembro de 2022, o contrato futuro DI de 1 ano projetava 13,90% ao ano, enquanto agora a estimativa é de 13,55% ao ano, calcula Liao Yu Chieh, educador financeiro do C6 Bank.

Em relação a títulos prefixados, a remuneração paga já diminuiu em relação ao ano passado. Um CDB pré-fixado de um ano que paga 14,85% atualmente pagava mais de 15% em dezembro.

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“As instituições se antecipam às decisões futuras sobre juros e embutem isso nos retornos dos produtos oferecidos aos clientes diariamente, algumas vezes mais de uma vez por dia. Quando o site do Tesouro Direto cai, é porque ele está atualizando as taxas dos títulos para cobrar remuneração mais adequada ao cenário”, afirma Chieh.

É bom considerar que a taxa de juros futura muda diariamente. Uma reversão no cenário, provocada por um repique inflacionário ou mais gastos do governo, pode mudar essa expectativa, já que nesse caso o BC pode decidir manter os juros altos por mais tempo do que o previsto.

É o que espera o mercado: no início do ano, a expectativa era de que a taxa de juros encerrasse o ano a 12%. Agora, segundo economistas ouvidos pelo Boletim Focus do BC, a expectativa é de que a Selic termine o ano a 12,25%.

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