- Títulos do Tesouro Direto oferecem remunerações e prazos variados, por isso, ter objetivos em mente antes de investir é importante
- Tesouro Selic é mais indicado para a reserva de emergência, enquanto os títulos IPCA+ são recomendados para objetivos de médio a longo prazo
O Tesouro Direto é um dos investimentos de renda fixa mais conhecidos pelos investidores, mas entre as 35 opções de títulos disponíveis atualmente, pode ser difícil decidir onde aplicar o dinheiro. É por isso que, antes de tomar essa decisão, é importante que o investidor tenha em mente quais são os objetivos da reserva financeira e por quanto tempo o dinheiro ficará aplicado.
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De maneira geral, os títulos são divididos entre três categorias de remuneração: com correção pela taxa básica de juros, a Selic; pela inflação (IPCA); ou pré-fixados, ou seja, com uma taxa determinada no início da aplicação.
O assessor de investimentos da Ável, Stéfano Calvi, afirma que o Tesouro Selic é normalmente mais indicado para reserva de emergência ou para objetivos de curto prazo, pois possui maior liquidez, enquanto o Tesouro IPCA+ é mais indicado para investimentos de longo prazo, pois garante uma proteção contra a inflação. Já os títulos pré-fixados são voltados para quem deseja saber exatamente quanto vai receber na data do vencimento.
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“É importante definir o objetivo financeiro antes da aplicação, justamente para encontrar títulos que façam sentido para esses propósitos”, aponta Calvi.
Recentemente, o Tesouro lançou ainda dois títulos, o Renda+ e o Educa+, ambos indexados pela inflação medida pelo IPCA. Indicado para o objetivo de aposentadoria, o Renda+ paga parcelas mensais ao investidor durante 20 anos. Já o Educa+, voltado para o custeio de despesas educacionais, paga parcelas mensais durante cinco anos.
“O Renda+ faz sentido quando a gente está pensando na construção de patrimônio e na obtenção de uma renda futura, que vai complementar a renda do investidor em um horizonte mais longo, de 10, 20 anos à frente. É um investimento bem interessante, porque tem uma taxa de retorno bem alta e a proteção da inflação”, aponta Luciano Costa, economista chefe da Monte Bravo.
Atenção aos prazos de vencimento
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Além das diferenças em rentabilidade e indexação, cada título possui um prazo de vencimento. O Tesouro Selic, por exemplo, tem duas opções de prazo: 2026 e 2029. Já o IPCA+ tem vencimentos para 2029, 2035, 2045.
Os títulos podem ser resgatados antes do prazo, mas nesses casos a rentabilidade estará sujeita às condições de mercado daquele momento, alerta Costa. “Principalmente se for um título indexado à inflação, é preciso um pouco de cuidado, pois no curto prazo eventualmente pode ter mais volatilidade, a curva de juros pode subir, por alguma razão, algum choque, e com isso ter rentabilidade negativa”, explica.
Conheça algumas opções de títulos do Tesouro de acordo com o objetivo:
Para reserva de emergência
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Os analistas ouvidos pelo E-Investidor afirmam que o Tesouro Selic é o mais indicado para a reserva de emergência. O título tem rentabilidade anual referente à taxa Selic + 0,0272%. O investimento mínimo é de R$ 139,85.
“O Tesouro Selic tem menor volatilidade porque está mais próximo da taxa Selic e do CDI, e não às curvas de inflação do mercado. São uma opção principalmente para o investidor que tem os recursos disponíveis, mas que tem um horizonte de investimento mais curto, então não deveria se expor a volatilidade”, avalia Luciano Costa, da Monte Bravo.
Para um objetivo de médio a longo prazo
O Tesouro IPCA+ é indicado para objetivos com prazo de mais de dois anos. É o caso da compra de um carro ou apartamento, por exemplo. Ou até mesmo a realização de uma viagem. Por estar indexado à inflação, esse título garante que o dinheiro investido estará protegido da desvalorização causada pela alta dos preços ao longo dos anos.
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Para o Tesouro IPCA+ 2029, por exemplo, a rentabilidade anual é referente ao IPCA + 5,74%. O investimento mínimo é de R$ 30,52.
Para complementar a renda anual
O Tesouro IPCA+ com juros semestrais é uma opção para quem deseja complementar a renda anual, pois paga a cada seis meses um cupom de juros. Na prática, pode ajudar com custos extras, como pagamento de material escolar, IPVA e IPTU, ou férias. Mas é importante estar atento às datas de pagamento dos juros.
No Tesouro IPCA+ com Juros Semestrais 2032, a rentabilidade anual é referente ao IPCA + 5,74%. O investimento mínimo é de R$ 42,78.
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Para aposentadoria
O governo lançou recentemente o Renda+, título do Tesouro voltado especificamente para o planejamento de uma renda extra durante a aposentadoria. Esses títulos funcionam como o IPCA+, porém, com prazos mais longos e o pagamento de juros mensais a partir da data de conversão que acontece 240 meses antes da data de vencimento. Por isso, é importante ficar atento ao prazo de vencimento.
O Tesouro Renda+ Aposentadoria Extra 2030, por exemplo, vence apenas em 15 de dezembro de 2049. Ou seja, o investidor começaria a receber o dinheiro em 2030 e ficaria recebendo as parcelas mensais por 20 anos.
A rentabilidade anual desse título é de IPCA + 5,86%. O investimento mínimo é de R$ 34,97.
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Para pagar faculdade ou intercâmbio
Outro título lançado recentemente foi o Educa+, que funciona como o Renda+, porém, com prazos mais curtos. O pagamento das parcelas mensais é feito a partir da data de conversão que acontece 60 meses antes da data de vencimento.
Por exemplo, o Tesouro Educa+ 2026 vence em 15 de dezembro de 2030. Ou seja, o investidor começaria a receber o dinheiro em 2026 e ficaria recebendo as parcelas mensais por cinco anos.
A rentabilidade anual desse título é de IPCA + 5,78%, com investimento mínimo de R$ 32,07.