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- Criado em 2019, o TORD11 é um fundo imobiliário voltado para o desenvolvimento de projetos imobiliários de multipropriedade
- Atualmente, o fundo imobiliário possui um patrimônio líquido de R$ 235,45 milhões e quase 75 mil cotistas
- Devido ao histórico polêmico, as cotas do Tordesilhas EI (TORD11) são negociadas na bolsa de valores abaixo de R$ 1 desde o fim de outubro
O fundo Tordesilhas EI (TORD11) quebrou o jejum de quase dois anos ao anunciar o pagamento de dividendos neste mês de janeiro. Em fato relevante, divulgado na noite desta quarta-feira (8), o TORD11 informou que irá distribuir uma remuneração de R$ 0,0049 por cota referente ao resultado financeiro de dezembro do ano passado. O depósito do provento está previsto para acontecer no dia 15 de janeiro e deve contemplar apenas os investidores com posição no FII até esta quarta-feira (8).
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A novidade surge na mesma semana em que a Vórtx, administradora do TORD11, informou a necessidade de realizar o grupamento das cotas para que o valor dos papéis se mantenha igual ou superior a R$ 1 na bolsa. A proposta busca atender as exigências da B3 que cobrou do Tordesilhas EI, em dezembro do ano passado, medidas para que seus papéis voltem ao patamar mínimo de R$ 1 por unidade. No ofício enviado ao TORD11, a bolsa de valores brasileira argumenta que o atual valor das negociações descumpre com os termos do artigo 46 do regulamento de emissores.
Desde o dia 30 de outubro do ano passado, as cotas do Tordesilhas EI (TORD11) são negociadas na bolsa de valores abaixo de R$ 1. Agora, com o anúncio do pagamento, os papéis do fundo apresentam uma recuperação relevante. Por volta das 11h30 (horário Brasília), as cotas do TORD11 sobem 6,9%, sendo negociados a R$ 0,92.
Conheça o Tordesilhas EI (TORD11)
Criado em 2019, o TORD11 é um fundo imobiliário voltado para o desenvolvimento de projetos imobiliários de multipropriedade – sistema em que várias pessoas são donas de um mesmo imóvel com o direito a usufruir do espaço em alguns períodos do ano – e que utiliza a sobra do seu caixa para investir em Certificados de Recebíveis Imobiliários (CRIs) entre outros títulos de dívidas do setor. Por se tratar de uma estratégia de investimento considerada de alto risco, a proposta do fundo consiste em entregar um retorno acima da média do mercado e compatível com seu propósito de investimento.
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No entanto, com o cenário de alta de juros e o estresse no mercado de crédito, que foi potencializado com a fraude contábil da Americanas (AMER3), as companhias apresentaram dificuldades de honrar seus pagamentos. Em maio de 2023, os gestores ressaltaram os desafios para as empresas obterem financiamento ou refinanciamento das suas operações. Diante de um cenário de incertezas, a oferta de crédito ficou mais restrita, enquanto as instituições financeiras buscavam administrar a sua carteira de inadimplentes.
Na época, a R. Capital informou que, no caso do portfólio do Tordesilhas, o impacto desse cenário ficava evidente nas operações dos projetos imobiliários de multipropriedade, que correspondem a 44,27% da carteira do FII. A situação financeira obrigou a gestora a suspender a distribuição mensal de dividendos. O último pagamento aconteceu em fevereiro de 2023 quando a R.Capital depositou R$ 0,050 por cota para os investidores.
Além da inadimplência do portfólio, os cotistas ainda se depararam com o resultado da auditoria das demonstrações financeiras referente a dezembro de 2023, que apresentou ressalvas sobre 30% do patrimônio líquido do fundo. A repercussão negativa sobre a análise, divulgada em setembro do ano passado, obrigou a B3 a solicitar para a Vórtx esclarecimentos sobre os motivos das ressalvas apontadas pela auditoria independente.
Além disso, os gestores do TORD11 se tornaram alvos de reclamações e denúncias na Comissão de Valores Mobiliários (CVM) e também da B3 após comunicar a venda de dois ativos “a preço de banana”. Como mostramos nesta reportagem, os cotistas acusaram a R.Capital Asset, gestora do fundo imobiliário (FII), de não ter sido transparente sobre a alienação dos imóveis por um valor equivalente a menos de 15% do investimento inicial.
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Após repercussão da reportagem do E-Investidor sobre o caso, a Vórtx informou os detalhes sobre as condições da venda dos empreendimentos do Tordesilhas EI (TORD11).