Renda fixa se destaca diante dos juros elevados no Brasil e no mundo. (Foto: Envato Elements)
Para quem topa correr mais riscos em troca de remuneração maior, os Fundos Incentivados de Infraestrutura (FI-Infra) podem ser uma opção muito atrativa. Esses fundos investem em empresas que oferecem serviços relacionados a linhas de transmissão e usinas eólicas, por exemplo.
Os retornos apresentados pelos FI-Infra podem ser de IPCA+ 10% ou IPCA+ 12% — números que fazem brilhar os olhos de qualquer investidor. No entanto, nem só de vantagens vivem os investimentos, e antes de tomar decisões é importante colocar na balança todas as características de um ativo. Qual o risco? As taxas são atrativas? São isentos de tributação? Sobretudo, o retorno compensa?
A premissa inicial é de que os FI-Infra entregam rendimentos acima dos títulos públicos por assumirem mais riscos. A rentabilidade é resultado da exposição em renda variável, ainda que tenham como referência aqueles títulos.
Dessa forma, não dá para afirmar que haja rentabilidade garantida, uma vez que tais fundos trabalham com a emissão de crédito privado. Portanto, o investidor deve ter em mente que o risco de entregarem ganhos menores que suas referências de renda fixa é uma realidade.
Ainda assim, a variação também pode trabalhar em favor de maiores lucros. Fundos como Sparta Infra CDI (CDII11) e Órama Infra FIC FIRF (OGIN11), por exemplo, tiveram rendimentos de 29,19% e 25,53% em 12 meses, respectivamente — ficando acima da referência de renda fixa.
Outro fator que pode atrair investidores é a isenção de impostos, tanto sobre a renda quanto sobre a variação da cota. Isso significa que se houver ágio (lucro com juros superiores ao praticado no mercado) o investidor não terá de pagar Imposto de Renda. As taxas de administração também são outro atrativo, sem que haja custo de distribuição. Isso acaba por limitar o preço do serviço ao patamar de 1%.
Mas a valorização da cota pode ser um entrave para a entrada de novos investidores. Quanto mais o fundo se valoriza, maior é a taxa de carrego. De modo que a rentabilidade contratada até o final passa a ser menor. Assim, é importante ficar atento para não entrar em um fundo já muito valorizado.
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A liquidez dos fundos de infraestrutura é uma vantagem. Esses ativos são negociados em Bolsa, sendo necessário adquirir as cotas para negociá-las no mercado secundário. Uma vez listado na B3, o ativo passa a ser comprado e vendido entre acionistas. Isso desobriga o gestor do fundo de ter que desinvestir recursos ou negociar ativos no caso de haver resgates.
Por fim, os FI-Infra ainda pagam dividendos mensais aos seus investidores, mesmo que não haja obrigatoriedade. A dinâmica é uma forma de se manter à frente da concorrência — como os Fundos de Investimento Imobiliário (FII). Os dividend yields de FI-Infra podem chegar a 31.98% em 24 meses, como no caso do BTG Pactual Divida Infra (BDIF11).