- A alta dos juros nos Estados Unidos e a escalada dos conflitos no Oriente Médio aumentaram a aversão de risco entre os investidores internacionais
- Por outro lado, algumas ações conseguiram ir na contramão na performance do principal índice da B3
O Ibovespa, principal índice da B3, encerrou outubro com uma desvalorização de 2,94%, aos 113.143,67 pontos. O desempenho negativo se deve à aversão ao risco nos mercados internacionais, com os juros elevados nos Estados Unidos, o conflito no Oriente Médio e as declarações recente do risco do governo não cumprir a meta fiscal em 2024.
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Algumas ações, porém, conseguiram ir na contramão do índice e encerraram o mês com ganhos superiores a 29%.
Segundo levantamento da Ágora Investimentos enviado ao E-Investidor, os papéis da Gol (GOLL4) apresentaram a maior rentabilidade no acumulado mensal, com alta de 29,4%. O otimismo do mercado para o papel tem relação com o anúncio de renovação da parceria com a Air France-KLM nos próximos anos.
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Além disso, em janeiro, a companhia espera ofertar 20.833 mil operações, disponibilizando aproximadamente quatro milhões de assentos em 32 novos mercados. “A ampla malha de atendimento, inclusive internacional, beneficia mais Gol do que Azul. Por isso, ela tem maiores possibilidades, em função também de sua operação no Aeroporto do Galeão (RJ)”, afirma Julia Monteiro, analista da MyCap.
Os conflitos do Oriente Médio também ajudaram no desempenho dos papéis. Segundo Hulisses Dias, analista CNPI e mestre em finanças pela Sorbonne, com o aumento das proporções da guerra, o aumento do fluxo de turismo interno aumenta com receio dos brasileiros irem ao exterior. “Os eventos corporativos, como o caso da 123Milhas, podem ter gerado uma demanda maior pelos seus produtos com preços que geram maiores margens”, afirma Dias.
Os papéis da CVC (CVCB3) também entraram no ranking com uma valorização de 7% no acumulado mensal em virtude dos efeitos do colapso financeiro da 123 milhas. “A empresa também teve fatos relevantes como a aquisição de uma participação relevante por parte do banco Goldman Sachs”, informou Dias.
Já os ganhos de 11% das ações da JBS (JBSS3) ajudaram a companhia a ficar entre as maiores altas do Ibovespa. Para os analistas da Ágora Investimentos, a melhora reflete a visão do mercado que os meses difíceis para a companhia tenham ficado para trás. “A partir daqui, é provável uma recuperação das margens que deve se concretizar até 2025, a partir de menores custos de grãos, redução dos abates (redução da oferta de carne) nos Estados Unidos em 2024 e ganhos de eficiência”, informou a corretora em relatório ao E-Investidor.
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A proposta de listagem dupla, na NYSE e na B3, também ajudou na performance dos papéis. Se a medida for confirmada, a tendência é que a ação siga em seu movimento de valorização. “Pode destravar um valor significativo para as ações pela melhora na governança e na visibilidade da tese, principalmente para investidores estrangeiros”, acrescentou a Ágora.
Os papéis do Grupo Ultra (UGPA3) também entraram na lista das maiores altas da bolsa em outubro, com ganhos de 9,1% diante das expectativas para o resultado referente ao terceiro trimestre, previsto para ser divulgado no dia 8 de novembro. As estimativas da Ágora apontam para um aumento de 3% do Ebitda em comparação ao trimestre anterior.
Já as ações da CSN Mineração (CMIN3) ficaram em último lugar no Top5 das maiores altas do Ibovespa em outubro com ganhos de 6,8% no acumulado mensal.
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Com informações da Agência Estado