Golpe digital tem dois modus operandi (Foto: Adobe Stock)
Uma nova tendência de golpe digital está crescendo no Brasil. Segundo os pesquisadores da empresa de cibersegurança Kaspersky, os ataques chamados de “Mão Fantasma” foram detectados 10,1 mil vezes no País desde 2024, sendo 6,6 mil no ano passado e 3,5 mil somente nos primeiros meses deste ano. Nesta nova armadilha, o criminoso acessa remotamente o celular da vítima, entra no aplicativo do banco e faz transferências via Pix para outras contas – como se uma “mão fantasma” tivesse tomado o controle do aparelho.
Para conseguir invadir o celular, os golpistas fazem uso de engenharia social: se passam por central telefônica bancária e informam ao correntista sobre um suposto problema com o aplicativo bancário ou conta. Depois, pedem a instalação de um programa legítimo de acesso remoto e orientam a vítima a logar no app do banco a fim de que a correção seja realizada. Uma vez logado, o criminoso rapidamente faz uma transferência Pix de um valor alto para outra conta, sem que o usuário perceba.
“O golpe é encerrado quando a falsa central solicita a inserção da senha para concluir a correção ou atualização da conta. Logicamente, quando a vítima perceber que acabou de realizar um Pix com um alto valor, o dinheiro já estará na conta do criminoso“, diz a Kaspersky.
Esse golpe já está na “segunda versão”. Antes, um vírus infectava os aparelhos e permitia acesso remoto dos criminosos ao celular, por meio de uma tecnologia chamada “ATS” (sigla em inglês para “Sistema de Transferência Automático”). Contudo, desde a prisão do grupo responsável por esse tipo ataque, houve queda nas ocorrências que envolvem o software. Em 2023, a Kaspersky bloqueou 2,8 mil tentativas de invasão de aparelhos com ATS. O número caiu para 1,4 mil em 2024 e 40 entre janeiro e abril de 2025.
Agora, no lugar do ATS, os criminosos passaram a usar aplicativos oficiais para acesso remoto – mas precisam que a própria vítima os instale no celular, por isso a engenharia social da falsa central telefônica. “Fraudadores aprendem e adaptam seus métodos rapidamente e é importante que as pessoas e as instituições bancárias fiquem atentas às novas artimanhas para saber se proteger”, afirma Fabio Assolini, diretor da equipe global de pesquisa e análise da Kaspersky para Américas.
Como se proteger?
A Kaspersky recomenda que os usuários tomem precauções para evitar cair nesse golpe, como:
Sempre desconfiar de ligações de bancos, principalmente se o atendente pede a instalação de aplicativos
Verificar a legitimidade das solicitações. Ou seja, nunca execute nada imediatamente – desligue a ligação com alguma desculpa e entre em contato com o banco pelos canais oficiais
Use senhas fortes e únicas para acessar serviços digitais críticos. Dessa forma, se uma senha for vazada, outros acessos não correm risco
Habilite a autenticação de dois fatores, para ter uma dupla segurança nos seus acessos