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- Capital paulista entra na fase verde do Plano São Paulo e estende horário de estabelecimentos comerciais e a ocupação máxima de visitantes
- Atenuação das medidas de restrição social podem abrir boas oportunidades para investidores na bolsa
- Contudo, os riscos ainda são elevados e os investidores monitoram uma possível segunda onda da covid-19
Há quase duas semanas, a capital paulista entrou na fase verde do Plano São Paulo e agora se encontra na penúltima etapa da reabertura econômica da cidade. Neste estágio, o período de funcionamento dos estabelecimentos comerciais (bares, restaurantes, lojas, etc…) foi estendido para até 12 horas, com ocupação máxima de até 60%, e as atividades culturais também foram liberadas.
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Neste cenário de atenuação das medidas de restrição social, ações que até aqui possuem baixa atratividade podem virar o jogo e se tornarem boas oportunidades aos investidores. Vale lembrar que o atual período ficará em vigor, no mínimo, até o dia 16 de novembro, quando será feita uma reavaliação sobre a evolução dos casos de covid-19 para saber se a cidade volta um estágio do plano, permanece no mesmo ou avança para o último, a fase azul.
Com diversos setores ainda descontados por conta dos feitos da pandemia, o E-Investidor consultou especialistas do mercado para saber quais possuem as melhores possibilidades de aproveitar o momento. Antes de tudo, no entanto, é importante ressaltar que o cenário ainda é incerto e não está descartada uma possível segunda onda da doença.
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O investidor que decidir colocar esses ativos na carteira, portanto, deve estar ciente que há riscos na operação e só deve comprá-los se a estratégia estiver de acordo com seu objetivo e perfil de risco. “Há boas oportunidades, mas não são apostas seguras”, diz Mauro Morelli, estrategista da Davos Investimentos.
Ações ligadas ao consumo
Segundo os especialistas, apesar de boa parte dos estabelecimentos comerciais estarem abertos desde a fase amarela, as pessoas não estavam saindo de casa por receio da doença. Porém, ao que tudo indica, a insegurança passou e o movimento será mais forte durante a fase verde, principalmente entre os mais jovens.
Dessa forma, as ações da Ambev (ABEV3) e do Burger King Brasil (BKBR3) devem ser favorecidas com o movimento de retomada. Com desvalorização agregada no ano de 28,39% e 37,79%, respectivamente, os ativos podem ser impulsionados com a volta da vida noturna na cidade. “No caso da Ambev, entendemos que o 4T20 será muito bom aliando a reabertura com a chegada do verão, que sazonalmente traz uma tendência de vendas muito alta”, afirma Julia Monteiro, analista da MyCap.
Além destes papéis, outros que merecem a atenção são as de controladoras de shoppings, como Aliansce Sonae (ALSO3), brMalls (BRML3), Iguatemi (IGTA3) e Multiplan (MULT3). Sofrendo com as restrições sociais desde o início de março, os ativos apresentam forte queda no ano. Em ordem, as desvalorizações no período são de 47,19%, 46,40%, 34,90% e 33,36%.
Com a penalização dos ativos, somada a perspectiva do aumento da frequência nos locais, as ações são indicadas como boas oportunidades para os investidores. “Acho pouco provável que as pessoas parem de ir em shoppings”, diz Morelli.
Companhias aéreas
Outro segmento que foi fortemente impactado pelas restrições sociais foi o das companhias aéreas. Para efeito de comparação, Azul (AZUL4) e GOL (GOLL4) registram o quinto e oitavo pior desempenho do Ibovespa, com quedas de 55,18% e 47,26%, respectivamente, até o fechamento do mercado desta quarta-feira (21) – o índice cai 13,05% em 2020, aos 100.552,44 pontos.
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Nessa toada, os ativos devem ser beneficiados pela retomada da livre circulação de pessoas e, consequentemente, do turismo. Ainda que a demanda esteja longe da comparada com padrões pré-pandemia, o momento já se mostra mais favorável às empresas. “As informações que temos é que os voos estão retomando de uma maneira acima do esperado”, diz o estrategista da Davos.
Ainda assim, os especialistas alertam que as ações do setor continuam cercadas por incertezas sobre a recuperação da atividade econômico, pois dependem de mais fatores para subirem de forma sustentável, como a variação do dólar e do petróleo. “É um setor com mais riscos, mas o upside também é mais alto”, diz a analista da MyCap.