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Como ficaram as ações de empresas que testam vacina para covid-19

Incerteza sobre o sucesso é um fator que pesa contra a alta na Bolsa

Como ficaram as ações de empresas que testam vacina para covid-19
Foto: Envato/Perutskyy
  • A pandemia de covid-19 colocou biotechs de todo o mundo numa corrida pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o novo coronavírus
  • Mais de 100 medicamentos estão em fase de desenvolvimento, candidatos a ser a primeira vacina para a doença
  • Mostramos o antes e depois das ações de cinco biotechs norte-americanas que iniciaram a etapa de testes clínicos

A pandemia de covid-19 colocou biotechs de todo o mundo numa corrida pelo desenvolvimento de uma vacina eficaz contra o novo coronavírus. Especulação ou não, é fato que a partir do anúncio de testes clínicos essas empresas tiveram uma disparada de suas ações.

No dia 15 de maio, por exemplo, a Sorrento Therapeutics viu seus papéis valorizarem 280% na Bolsa de Nova York (Nasdaq), depois de anunciar ter encontrado um anticorpo totalmente eficaz contra o coronavírus. Esse efeito também foi sentido em outras empresas.

Segundo a Organização Mundial de Saúde (OMS), mais de 100 medicamentos estão em fase de desenvolvimento, candidatos a ser a primeira vacina para a doença que já matou mais de 350 mil pessoas no mundo, e combaliu economias globais.

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Contudo, especialistas consideram que dez desses imunizantes estão em estágio mais avançado, sendo quatro em empresas nos Estados Unidos, país que soma 98 mil mortes pela doença. Mostramos a seguir o antes e depois das ações de cinco biotechs norte-americanas que iniciaram a etapa de testes clínicos.

Moderna Inc.

A Moderna Inc. é considerada uma das mais avançadas no desenvolvimento de uma vacina para covid-19. Até esta quarta-feira, 27, a farmacêutica registrou 13,46% de crescimento em maio, e 166,77% em 2020, na bolsa de Nova York (Nasdaq). Apesar disso, a empresa vê uma redução gradual de suas ações desde que atingiu uma alta histórica no último dia 18, ao anunciar resultados positivos nos testes do imunizante em pessoas.

Naquele dia, o papel da empresa de de Cambridge, em Massachusetts, foi vendido por US$ 80 no encerramento do Nasdaq. Pouco mais de uma semana depois, nesta quarta-feira, as ações reduziram para US$ 52.

A queda reflete uma observação do estágio inicial dos estudos das vacinas desenvolvidas por esse e demais laboratórios, que ainda estão longe de ser uma certeza para a imunização de milhões de pessoas no mundo.

Novavax

A Novavax animou os mercados internacionais nesta semana, ao anunciar o início de testes em pessoas na Austrália. Na terça-feira, 26, o papel da empresa foi vendido por US$ 48,17. Para se ter uma ideia, até 27 de fevereiro deste ano, a cotação na Nasdaq não havia ultrapassado dois dígitos – US$ 11,80 naquele dia.

Mas o preço das ações começou a aumentar mais expressivamente em 11 de maio (US$ 24,50), quando a empresa anunciou em seu balanço financeiro trimestral um aporte de US$ 388 milhões proveniente da Coalizão de Inovações em Preparação para Epidemias (Cepi), para o desenvolvimento e fabricação da vacina NVX ‑ CoV2373. No dia seguinte, em 12 de maio, as ações da empresa foram vendidas por US$ 39,80.

Com o sucesso na bolsa, a biotech de Rockville, em Maryland, apresenta um crescimento superior a 1.000% em 2020, e de 150,80% no mês de maio.

Sorrento Therapeutics

No último dia 15 de maio, foi a vez da Sorrento Therapeutics, da Califórnia, aquecer os mercados internacionais ao redor do mundo, com a notícia da descoberta de anticorpo totalmente eficaz contra o coronavírus. As ações da empresa saltaram vertiginosamente, de modo que a venda do papel saltou de US$ 2,62, em 14 de maio, para US$ 6,76 no dia seguinte. Desde então, as cotações não ficaram abaixo de US$ 5.

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Antes da crise do coronavírus, a Sorrento enfrentava dificuldades, com mais de US$ 300 milhões em dívidas e ações negociadas por menos de US$ 5. Considerada uma “penny stock” – termo para empresas que são negociadas por preços muito baixos –, a biofarmacêutica era vista com desconfiança no mercado de investidores.

Com o boom nas ações, a empresa registra um crescimento de 127,75% em maio, e 52,96% no acumulado de 2020.

Pfizer

A norte-americana Pfizer, de Nova York, desenvolve estudos em torno de um imunizante, em parceria com outra farmacêutica alemã BionNTec SE. Quando anunciado o início dos testes na Alemanha, em 22 de abril, a empresa americana operou em alta e fechou o dia com cotação de US$ 35,89 na bolsa de valores de Nova York (Nyse).

Quando os testes em humanos nos Estados Unidos foram informados em 5 de maio, as negociações da empresa, que já vinham de um crescimento contínuo, fecharam operação em US$ 38,13 naquele dia.

Diferentemente das demais empresas que, que tiveram seus papéis valorizados, a Pfizer, contudo, ainda enfrenta, até esta quarta-feira, 27, uma queda de 1,5% em maio, e 2,58% no ano de 2020.

Gilead Sciences Inc.

Apesar de não estar desenvolvendo uma vacina, a farmacêutica Gilead Sciences Inc. se viu movida ao centro das atenções depois que o seu medicamento remdesivir foi autorizado para tratamento de covid-19 nos EUA.

Em abril, o valor da empresa e o mercado em geral aumentaram após um relatório de que o medicamento da empresa havia ajudado um pequeno grupo de pacientes em Chicago. Em 29 de abril, com a informação de que os testes com remdesivir traziam “boas notícias”, a cotação das ações subiu a US$ 83,14, e no dia seguinte, foi a US$ 84.

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Poucos dias depois, a operação despencou depois que outro relatório informava que a droga poderia não funcionar. E a tendência de queda se manteve. Nesta quarta-feira, 27, o papel da empresa foi cotado a US$ 74,92. A empresa, sediada em Foster City, Califórnia, tem um crescimento de 16,34% em 2020, mas registra uma redução de 10,83% em maio.

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