- A autorização do governo para o reajuste do preço dos medicamentos de até 10,89% a partir de hoje pode ter tido influência no otimismo do mercado para as ações
As farmacêuticas iniciaram o mês de abril em alta. Nas primeiras horas do pregão desta sexta-feira (1), os papéis das principais companhias desse segmento da saúde apresentaram ganhos superiores a 2%. A autorização do governo para o reajuste do preço dos medicamentos de até 10,89% a partir de hoje pode ter tido influência no otimismo do mercado para as ações.
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Os papéis da Hypera Pharma (HYPE3) foram os que mais se destacaram. Por volta das 11h da manhã, as ações apresentavam altas de 2,27%, negociadas a R$ 39,59. A Pague Menos também seguiu o movimento. Durante o mesmo período, o ticket PGMN3 apresentaram altas de 1,14% a preços de R$ 9,76. A Raia Drogasil (RADL3) foi a que teve um aumento mais tímido entre as outras concorrentes. Pela manhã, os papéis subiam 0,54%, negociados a R$ 24,07.
No entanto, no início da tarde, a realidade mudou. Os papéis da Raia Drogasil, por exemplo, sofreram queda de 0,79%. Já as ações da Pague Menos e Hypera seguiram com perspectivas de alta com ganhos de 0,62% e 1,06%, respectivamente.
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De acordo com Sérgio Oba, analista chefe da Vitreo, a autorização que entrou em vigor permite o reajuste dos preços acima da inflação no acumulado dos últimos 12 meses. “Esse ano pela primeira vez as empresas podem ter reajuste em termos reais. No ano passado, a permissão foi de 5%, enquanto a inflação estava acima desse percentual”, afirma Oba.
A possibilidade, para Mário Goulart, analista de O2 Research, pode ter influenciado no movimento de alta dos papéis das empresas do segmento. No entanto, ele acredita que o reajuste não é o suficiente para garantir a atratividade do investidor para a compra das ações das empresas. “É um reajuste positivo porque tudo ficou mais caro. No entanto, a medida não representa uma influência excepcional nos papéis”, ressalta Goulart.
Já Mario Mariante, analista-chefe da Planner Corretora, acredita que a boa performance vista no início da manhã não está associada apenas à autorização do reajuste. De acordo com ele, o movimento do mercado doméstico em geral apresentou ganhos, o que pode ter impactado também no desempenho das farmacêuticas. “O mercado ainda está no ritmo de março, que teve uma entrada forte de recursos estrangeiros (líquido de R$ 27 bilhões até o dia 29) na B3”, afirma Mariante.
Por isso, na avaliação dele, a precificação do reajuste deve acontecer nas próximas semanas. “Ainda é cedo para precificar isto, mesmo porque pode não acontecer todo o repasse. O mercado consumidor segue com restrições pelo poder de compra”, acrescenta.
Recomendações
Além de estar dentro de um setor de saúde, considerado resistente às volatilidade do mercado interno, Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos, acredita que as companhias têm boas perspectivas no médio e longo prazo e devem se beneficiar com a vinda do capital estrangeiro para a bolsa de valores.
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“O fluxo de capital estrangeiro é interessante e beneficia os papéis com a maior liquidez, mas também aquelas ações que possuem teses seculares (perspectivas para o longo prazo), como o envelhecimento da população que passa pelo setor de saúde”, ressalta Cruz.
Nesta perspectiva, o estrategista da RB Investimentos recomenda a compra dos papéis da Raia Drogasil (RADL3) e também da Hypera Pharma (HYPE3).
A Vitreo também tem recomendação de compra para as ações da Hypera Pharma (HYPE3).