O resultado da Vale (VALE3) referente ao terceiro trimestre deste ano parece não ter incomodado os investidores. Durante os meses de julho a setembro, a mineradora reportou um lucro líquido de US$ 2,836 bilhões, o que representa um recuo 36,3% em comparação ao terceiro trimestre do ano passado. Mesmo com a queda dos números, os papéis da companhia performam com ganhos e os analistas de mercado ainda avaliam espaços de novas altas no curto prazo para a mineradora.
O motivo para o otimismo se deve, principalmente, pelo anúncio de distribuição de dividendos robustos. De acordo com o comunicado da companhia, divulgado na quinta-feira (26), serão distribuídos ao todo US$ 2 bilhões em proventos. Na prática, cada acionista vai receber R$ 2,33 por ação, equivalente a R$ 1,56 em dividendos e R$ 0,76 de juros sobre o capital próprio. “Os dividendos por si só devem ser como um “colchão” na performance das ações no curto prazo. Então, para esse mês, vejo espaço muito limitado para a desvalorização do papel”, diz Renato Chanes, analista da Ágora Investimentos.
No fim da manhã desta sexta-feira (27), por volta das 12h, as ações da companhia apresentavam uma valorização de 2,14%, cotados a R$ 66,7. E a tendência é que continue em ritmo de alta até o fim do ano. Isso porque as expectativas referentes ao quarto trimestre também sustentam a visão de curto prazo de um desempenho positivo para os papéis.
De acordo com Chanes, os meses de outubro a dezembro costumam ser o melhor período para a mineradora devido à antecipação das compras feitas pelo hemisfério Norte e da China. O preço do minério de ferro a US$ 121 deve favorecer ainda mais esse movimento para a companhia. “Tudo isso deve ajudar a empresa a gerar muito caixa”, acrescenta o analista.
A Vale aprovou ainda, junto com a distribuição dos dividendos, o seu novo programa de recompra de até 3,5% das ações em circulação. De acordo com a companhia, o prazo de vigência será de 18 meses, com início a partir de 27 de outubro, quando se encerra o programa atual. “O fato de a empresa ter anunciado ambos ao mesmo tempo indica potencialmente a confiança da administração na geração de fluxo de caixa nos trimestres que virão”, escreveram os analistas do Goldman Saches.
Qual é a recomendação?
Com o mercado de olho nos próximos meses, as corretoras, de um modo geral, avaliam que há janelas de oportunidades de investimento para o papel. A Ágora Investimentos, por exemplo, mantém recomendação de compra para as ações da Vale, com preço-alvo de R$ 92, o que representa uma valorização de R$ 41,5 nos próximos 12 meses.
A Genial também possui a mesma recomendação, mas a sua projeção de upside para o papel ficou um pouco menor: R$ 82,50.
A Empiricus segue com a mesma perspectiva. De acordo com o analista Fernando Ferrer, o cenário pessimista para a mineradora, responsável pela desvalorização de 21,4% no acumulado de 2023, parece ter chegado ao fim. “Enxergamos uma boa margem de segurança nas ações da Vale (VALE3) neste patamar de preço, reforçada pelo valuation atrativo e robusto retorno de capital para os acionistas entre pagamento de proventos e recompras”, informou Ferrer.
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Já a Ativa Investimentos mantém recomendação neutra devido ao cenário econômico que pode continuar desfavorável para as ações da companhia.