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Ações da Oi caem após adiamento do fim da recuperação judicial

Segundo analistas, a desvalorização dos ativos não está relacionada somente ao adiamento do processo

Ações da Oi caem após adiamento do fim da recuperação judicial
Oi teve fim da recuperação judicial adiado por até 60 dias (Foto: Wilton Junior/Estadão)
  • A OIBR3 e a OIBR4 iniciaram o pregão desta quarta-feira (30) em queda. Até às 14h, os papéis caíam 1,16% e 1,38% respectivamente
  • O processo de recuperação judicial da Oi – o mais longo da história do País – começou em 2016, depois que a empresa acumulou R$ 65 bilhões em dívidas com 55 mil credores
  • A postergação até o mês de maio acontece para acolher as exigências do juiz responsável pelo processo, Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que determinou uma atualização do quadro geral de credores da companhia

A empresa de telefonia Oi teve o fim de seu processo de recuperação judicial, que deveria acontecer na quinta-feira (31), adiado por 60 dias. A postergação até o mês de maio acontece para acolher as exigências do juiz responsável pelo processo, Fernando Viana, da 7ª Vara Empresarial do Rio de Janeiro, que determinou uma atualização do quadro geral de credores da companhia.

A OIBR3 e a OIBR4 iniciaram o pregão desta quarta-feira (30) em queda. Às 14h, os papéis caíam 1,16% e 1,38%, respectivamente. No entanto, segundo analistas, a desvalorização dos ativos não está relacionada somente ao adiamento do fim do processo.

Vitorio Galindo, analista CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed, não acredita que a decisão judicial que prolongou a recuperação da Oi seja o motivo principal para as ações abrirem em baixa na B3. “É uma queda ‘pequena’ para refletir algum possível impacto da decisão de prolongar a recuperação judicial. Se o mercado tivesse uma impressão negativa sobre esta notícia/fato, possivelmente as ações estariam caindo muito mais do que estamos vendo no momento. Variações abaixo de 2% costumam ser normais na bolsa, ainda mais para um papel volátil como o da Oi”, explica.

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Na visão de Galindo, o conteúdo da decisão judicial não é prejudicial à companhia, apenas cumpre um procedimento que pode trazer mais transparência ao processo.

A economista Ariane Benedito, da CM Capital, acrescenta ainda que a volatilidade nos papéis da Oi está relacionada também ao adiamento do balanço do quarto trimestre de 2021. A companhia comunicou, na sexta-feira (25), que os resultados do 4T21 só vão ser divulgados no dia 27 de abril, mas, para “garantir a estabilidade das expectativas do mercado”, liberou alguns dados preliminares.

Para Benedito, os números divulgados pela empresa também justificam o dia de queda. “Isso traz ainda mais incerteza para os tomadores do ativo. Diante desse atraso, a companhia precisou soltar umas prévias de receita e o Ebitda, o dado que o mercado mais olha, apontou uma continuidade de retração, levando a uma receita bem abaixo do esperado”, explica.

Relembre o processo

O processo de recuperação judicial da Oi – o mais longo da história do País – começou em 2016, depois que a empresa acumulou R$ 65 bilhões em dívidas com 55 mil credores.

Um plano de recuperação foi aprovado e, posteriormente, aumentado para incluir mais vendas de ativos, descontos nos pagamentos a credores e prorrogação de prazos. Inicialmente, a conclusão do processo estava prevista para outubro de 2021, mas foi estendida até 2022.

O prazo extra também dá mais tranquilidade para a Oi concluir a venda da sua rede móvel para a aliança entre TIM, Vivo e Claro, um negócio de R$ 16,5 bilhões essencial para a tele dar sequência à quitação de suas dívidas e suportar investimentos em fibra.

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*Com Estadão Conteúdo

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