- Marcelo Boragini, especialista em renda variável e sócio da Davos Investimentos, o mercado acredita que não haverá interferência na política de preços e a resposta está sendo dada através da valorização das ações
- Fabio Louzada, economista e analista CNPI, enxerga com preocupação a troca no ministério. Ele acredita que, em um ano de eleição, a pressão política pelo preço da gasolina será cada vez maior
As ações da Petrobras começaram o dia em alta nesta quarta-feira (11), apesar da demissão do ministro de Minas e Energia, Bento Albuquerque, anunciada no Diário Oficial da União (DOU). Às 11h48, os papéis PETR3 e PETR4 estavam valorizadas em 5,04% e 3,95%, respectivamente, impulsionados pela recuperação dos preços do petróleo no mercado internacional..
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A troca no ministério ocorre um dia após a estatal aumentar em 8,8% o preço do diesel para distribuidoras. A decisão foi criticada pelo presidente Jair Bolsonaro (PL), que tem demonstrado sua insatisfação com a política de paridade de preços com o mercado internacional da Petrobras.
Marcelo Boragini, especialista em renda variável e sócio da Davos Investimentos, o mercado acredita que não haverá interferência na política de preços e a resposta está sendo dada através da valorização das ações. Ele reforça, no entanto, que o anuncio de que a empresa distribuirá dividendos e alta do preço do petróleo, de cerca de 5%, são os grandes responsáveis pela alta dos papéis no pregão.
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O escolhido para substituir Albuquerque foi Adolfo Sachsida, que era o chefe da Assessoria Especial de Estudos Econômicos do Ministério da Economia e é aliado do ministro da Economia, Paulo Guedes. Ele utilizou o Twitter para comemorar a indicação.
“Sem dúvidas a notícia da mudança trouxe um viés até que positivo, por se tratar de um auxiliar do Paulo Guedes, uma pessoa bem-quista pelo mercado e que não irá alterar a questão do preço do combustível”, diz Boragini, especialista em renda variável e sócio da Davos Investimentos.
Fabio Louzada, economista e analista CNPI, enxerga com preocupação a troca no ministério. Ele acredita que, em um ano de eleição, a pressão política pelo preço da gasolina será cada vez maior. “Quando Bolsonaro critica a Petrobras pelo lucro bilionário e logo depois há uma mudança no Ministério de Minas e Energia, acredito que isso mostra interferência política, o que não é bom visto”, diz o economista.
Segundo ele, é necessário observar o quanto a companhia vai conseguir se manter independente e firme na política de preços. “É isso que faz a empresa ser boa para os investidores”, complementa Louzada.