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- O momento de alta das empresas de tecnologia em saúde foi uma das tendências registradas no relatório ‘Teses de Investimento para 2020 pós Covid-19’ do banco BNP Paribas
- De acordo com o documento, o temor do surgimento de novas doenças impulsionarão investimentos no setor nos próximos anos
- Entretanto, maioria das empresas de biotecnologia está listada em bolsas estrangeiras. Por aqui, o segmento é pouco maduro, dizem especialistas
Se tem um setor que está no centro das atenções em 2020 é o de saúde. Com uma pandemia que paralisou as economias no mundo inteiro e confinou populações em casa, o segmento teve que passar por uma série de adaptações – que implicam em maior aplicação de recursos e investimentos em modernização.
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Com isso, a crise acabou causando o ‘boom’ das empresas de tecnologia em saúde, conforme indica uma das tendências registradas no relatório ‘Teses de Investimento para 2020 pós Covid-19’ do banco mundial BNP Paribas. No documento, enviado exclusivamente ao E-Investidor, a instituição aponta expectativa de crescimento acelerado do segmento para os próximos anos.
De acordo com Caio Mercadante, estrategista-chefe do BNP, o temor causado pelo coronavírus e as preocupações com a possibilidade de surgirem doenças parecidas são o motor para esse mercado. “Houve uma conscientização da importância do setor”, diz. “A gente espera que haja mais gastos e investimentos em tecnologia ligada à saúde.”
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O desenvolvimento de soluções que possam melhorar as condições de higiene, prevenção, diagnóstico e acelerar a produção da vacina contra a covid-19 e demais doenças contagiosas são algumas das frentes apontadas pelo especialista como prováveis focos de investimento no pós-pandemia.
“Tem empresas novas que já estão com capital aberto e prontas para serem acessadas pelos investidores”, explica Mercadante.
A maioria dessas companhias, no entanto, está listada em bolsas estrangeiras. É o caso das americanas Moderna Therapeutics e Vaxart, ambas na corrida pela vacina contra o coronavírus e com valorização de 305% e 2.436% dos papéis em 2020, respectivamente. Para acessar as ações de empresas de biotecnologia estrangeiras, o BNP utiliza Operações Estruturadas, que replicam o comportamento de indicadores ou papéis.
Segundo Victor Hasegawa, gestor da Infinity Asset, o setor sempre foi chamativo, principalmente no exterior. “É um segmento que sempre atraiu investidores, porque demora, as empresas gastam muito em investimento, mas quando descobrem novas tecnologias ocorre a realização desse lucro.”
Segmento de biotecnologia ainda é limitado no Brasil
Na visão de Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimento, a corrida pela vacina é uma amostra de como existe mercado para tecnologia em saúde e como o setor pode se desenvolver. Entretanto, no País o segmento enfrenta barreiras para ampliação.
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“É um setor complicado de compreender no Brasil”, explica. “Na parte baixa da cadeia, nas farmácias, temos uma carga de impostos alta, que diminui a margem do farmacêutico”, pontua.
Já na parte alta da cadeia, em que ocorre a produção de remédios, foi observada uma queda nas vendas, lembra ele. “Cremos que de fato esse é um momento onde as empresas desse setor ganharão um estímulo a mais para produzir mercadorias que possam ser úteis à população, mas a demanda direta por parte de clientes no 2º trimestre de 2020 foi mais fraca que no mesmo período do ano passado.”
Essa também é a visão de Hasegawa. “É um segmento que tem se desenvolvido muito, principalmente nos EUA. Aqui no Brasil está longe de ter alguma coisa relevante”, afirma. “O que tem é mais para o lado de venture capital, de investir para desenvolver startups de biotecnologia.”
Contudo, mesmo que o polo de biotecnologia não esteja no Brasil, existem algumas empresas avançando na implementação de soluções, como a telemedicina, com diagnóstico remoto e marcação de consultas on-line.
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“Há várias companhias adotando essa tecnologia [telemedicina] e se beneficiando”, afirma Flávia Meireles, analista da Ágora Investimentos. “Facilita a logística e diminui os custos, já que as pessoas podem se consultar com médicos de todas as partes do Brasil”, diz.
Segundo a especialista, a SulAmérica (SULA11) é um exemplo de companhia que está tendo sucesso na utilização da telemedicina. “Em fevereiro eles fizeram 500 consultas nesse modelo. Em maio, esse número já subiu para 26 mil”, ressalta.
Atualmente, os papéis da empresa ainda caem 16,15% no ano, aos R$50,70. “Outra empresa é a startup de telemedicina Conexa Saúde, que se tornou uma das maiores empresas do segmento na América Latina.”
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