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Black Friday, Copa e fim de ano: ações das varejistas vão despontar?

No terceiro trimestre, as ações das varejistas apresentaram altas em virtude da melhora no cenário interno

Black Friday, Copa e fim de ano: ações das varejistas vão despontar?
A Black Friday deste ano vai acontecer no dia 25 de novembro. (Foto: Envato Elements)
  • Os três meses seguidos de deflação mais a estabilização da taxa de juros trouxeram otimismo para as ações da varejistas
  • Diante dessa recuperação, algumas empresas devem se beneficiar com a sequência de eventos, como a Black Friday e a Copa do Mundo
  • No entanto, as perspectivas de ganhos devem enfrentar uma barreira: o grau de endividamento dos brasileiros, o que exige cautela para o investidor ao se posicionar nesses ativos

Após um início de ano difícil diante da sequência de alta de juros no Brasil, as ações da varejistas ganharam fôlego ao longo do segundo semestre e devem se manter em patamares elevados até o fim do ano.

Além da queda na inflação e da estabilização da taxa de juros a 13,75% ao ano, as expectativas são que a Black Friday, prevista para novembro, e as festas de fim de ano consigam sustentar o movimento de recuperação.

De acordo com dados da Associação Brasileira de Comércio Eletrônico (ABComm), o período deve movimentar cerca de R$ 6,05 bilhões apenas no e-commerce brasileiro e ultrapassar a marca de 8,3 milhões de números de pedidos on-line. A Black Friday deste ano, evento em que as lojas promovem promoções, vai acontecer no dia 25 de novembro.

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A data coincide, pela primeira vez, com o período da Copa do Mundo, realizada entre os dias 20 de novembro a 18 de dezembro em virtude da pandemia da covid-19. Assim como ocorre com a Black, as projeções apontam que o evento esportivo deve trazer uma movimentação significativa para a economia. Segundo as projeções da Confederação Nacional dos Dirigentes Lojistas e da SBC Brasil, os jogos devem movimentar R$ 20 bilhões na economia brasileira.

As projeções econômicas para esses eventos sugerem que as varejistas devem continuar na “maré” de ganhos nos últimos três meses do ano. Segundo dados do TradeMap, enviados ao E-Investidor, as companhias de capital aberto de setores consumo cíclico e não cíclico, mais ligados aos movimentos econômicos e que incluem as varejistas, tiveram retornos ainda mais expressivos ao longo do terceiro trimestre do que nos dois primeiros trimestres de 2022.

Considerando todas as ações de companhias ligadas ao consumo, 73 apresentaram ganhos no acumulado de julho a setembro em virtude dos sinais de melhora no cenário macroeconômico. O mesmo desempenho já não é visto nos períodos anteriores. No primeiro trimestre, somente 57 empresas que apresentaram ganhos, enquanto no segundo tri esse número caiu para 12.

Ao olhar para as principais varejistas, as ações dessas empresas deram uma reviravolta com seus ganhos expressivos. Os papéis da Magazine Luiza (MAGLU3), por exemplo, foram os que apresentaram a maior valorização entre as principais varejistas ao registrar uma alta de 91,5% durante o acumulado do terceiro trimestre. O bom desempenho se contrasta com as performances nos dois primeiros trimestres do ano em que a companhia sofreu uma desvalorização de até 65,7%.

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A mesma situação é vista nas ações da Via (VIIA3). Durante o terceiro trimestre, os papéis acumularam ganhos de 66,2%, sendo que em julho a companhia foi a que mais se valorizou entre as ações do Ibovespa. Veja os detalhes nesta reportagem.

Por outro lado, a mesma performance não é vista ao longo de outubro. De todas as varejistas selecionadas no levantamento, apenas três acumulam ganhos até o pregão desta quarta-feira (26).

“As empresas já tiveram uma resposta positiva, uma vez que viemos de um trimestre com dados de deflação mais a estabilização da taxa de juros. Com esses eventos seguidos, as expectativas são que essa movimentação financeira beneficie mais as empresas de consumo, sejam elas de setores cíclicos e não cíclicos”, afirma Heitor de Nicola, assessor de renda variável da Acqua Vero.

No entanto, a Copa do Mundo e o grau de endividamento dos brasileiros podem limitar o alto consumo. Embora haja essa perspectiva no volume de movimentação financeira, Danniela Eiger, head de varejo da XP, afirma que o benefício da sequência desses eventos não será uniforme para todo o setor.

Segundo ela, a Copa do Mundo deve criar apenas uma demanda por TV em virtude dos jogos, o que pode beneficiar as companhias que vendem os aparelhos, como a Magazine Luiza, Via e Lojas Americanas.

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O problema é que a inflação, somada a taxa de juros em patamares elevados, devem coibir o consumo de outras linhas de produtos. “Enxergamos mais um benefício para o varejo alimentar por conta de uma demanda forte para bar e restaurante à medida que as pessoas se encontram para assistir aos jogos e ainda tem as festas de fim de ano para ajudar”, afirma Eiger.

Além disso, o estímulo de consumo que a Copa deve causar em novembro pode “roubar” parte do poder de compra dos consumidores que seria destinado apenas para a Black Friday ou para as festas de fim de ano.

“Talvez, tenha um efeito pequeno e que possa reduzir um pouco o apetite ao consumo. Vale lembrar que, apesar da inflação tenha desacelerado, ainda temos o preço dos produtos básicas em níveis elevados”, diz Pedro Serra, chefe de pesquisas da Ativa Investimentos.

Por esse motivo, a recomendação dos analistas é que os investidores tenham cautela antes de se posicionar no setor de varejo diante das incertezas econômicas que ainda pairam no cenário brasileiro. “É preciso ter cuidado com a volatilidade do mercado porque costuma ser exagerada”, afirma Felipe Moura, analista da Finacap.

Além disso, o resultado das eleições após o dia 30 de outubro pode também mudar as projeções sobre os rumos que a economia brasileira deve seguir a partir de 2023.

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