- Segundo dados do Broadcast, as ações subiram 124% no acumulado do ano, cotadas a R$ 22,47 O desempenho expressivo dos papéis já eram sinalizados ao mercado desde maio, quando encerrou o mês com a maior alta do IBOV
- O avanço dos papéis reflete a entrega de resultados operacionais melhores nos últimos trimestres
A gigante da educação Yduqs (YDUQ3) encerrou 2023 com chave de ouro ao ganhar o título de mais rentável do Ibovespa. Segundo dados do Broadcast, as ações da companhia subiram 124,28% no acumulado do ano. Os ganhos sinalizam um movimento de recuperação para a empresa após dois anos de baixa na Bolsa de valores.
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O avanço não gera surpresa para o mercado. Isso porque, desde maio, a companhia já sinalizava aos investidores a sua recuperação. Na época, como mostramos nesta reportagem, os papéis da Yduqs lideraram o ranking das maiores altas do Ibovespa no mês de maio com uma rentabilidade mensal de 74,38%.
O avanço reflete a melhora dos resultados operacionais da empresa que vem sendo apresentados a cada trimestre. No balanço do primeiro trimestre do ano, a Ydqus entregou um lucro líquido de R$ 149,5 milhões. O volume representa uma valorização de 96,6% em relação ao mesmo período do ano passado. Já nos resultados do terceiro trimestre, o lucro reduziu para R$ 93,3 milhões. Mesmo assim, o volume é 478,2% superior ao mesmo período do ano passado.
“A margem veio mais ou menos quatro pontos porcentuais a mais do que o do ano passado e está muito parecido com a época dos anos de 2013 e 2017. Ou seja, está retornando à sua margem histórica”, diz Renato Reis, analista da DVInvest/Blue3. Com essa melhora operacional, a precificação do papel subiu. Saiu de R$ 9,67 no primeiro pregão do ano para encerrar 2023 cotado a R$ 22,47 e a tendência é que o movimento de recuperação continue com a entrega dos próximos resultados
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“A companhia é a menos alavancada do setor. O mercado vê a empresa sendo negociada a 8,1 vezes P/L (preço sobre lucro) ao fim de 2024, ao passo que os resultados devem crescer a 12% CAGR (taxa de crescimento anual composto) para 2024-27”, avalia Ricardo Coutinho economista e sócio da RJ+ Asset.
A possibilidade da expansão do Fundo de Financiamento Estudantil (Fies) durante o terceiro mandato do governo Luiz Inácio Lula da Silva pode favorecer ainda mais o papel. A reformulação do programa esteve presente na lista das propostas do presidente durante a campanha eleitoral. Em seu primeiro ano de mandato, nenhuma iniciativa foi apresentada. Apenas a ampliação das condições de renegociação de dívidas em atraso dos estudantes que usufruíram do programa.
Segundo as estimativas do Santander, uma possível reformulação do programa com o alcance menor, como deseja o governo, a receita desse mercado poderia aumentar em torno de 3% a mais em comparação ao cenário base projetado para 2024.