- O investidor de alta renda está fugindo da caderneta de poupança e levando seu capital para a renda fixa bancária
- Menos de um milhão de pessoas com renda mediana anual de R$ 78 mil retiraram juntas R$ 146 bilhões da caderneta de poupança; principal destino foram as LCAs, LCIs e os CDBs
- Esta é a principal conclusão por trás de um estudo encomendado pelo Banco Central para investigar a expressiva redução do saldo da aplicação em 2022
O investidor de alta renda está fugindo da caderneta de poupança e levando seu capital para a renda fixa bancária. Esta é a principal conclusão por trás de um estudo encomendado pelo Banco Central para investigar a expressiva redução do saldo da aplicação em 2022. Na análise, foram utilizados dados de mais de 57 milhões de pessoas, das cinco maiores instituições bancárias do Brasil com ao menos R$ 500 aplicados na caderneta de poupança.
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Desse grupo, 29,5 milhões de investidores sacaram das contas um valor total de quase R$ 279 bilhões, dos quais R$ 201 bilhões foram realocados em outras opções de investimento.
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Os grandes responsáveis pela redução da caderneta de poupança foram um grupo de renda mais alta, formado por cerca de um milhão de pessoas, 4% dos sacadores totais, que juntos retiraram R$ 146 bilhões da caderneta de poupança naquele ano; mais da metade do volume sacado. Este público possui renda mediana anual acima de R$ 78 mil, segundo o BC.
O principal destino desses recursos? As Letras de Crédito do Agronegócio (LCAs), os Certificado de Depósito Bancário (CDBs) e as Letras de Crédito Imobiliário (LCIs), que receberam, respectivamente, R$ 34 bi, R$ 37 bi e R$ 17 bi.
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Apesar do destaque desse grupo de renda mais elevada, todos os sacadores reduziram a importância da caderneta de poupança em suas carteiras de investimentos.
O estudo do BC identificou ainda que há outros fatores por trás da redução do saldo da poupança. O equivalente a 48% do valor total sacado foi alocado em outros fins, que não os produtos financeiros observados. “Diversos fatores podem ter contribuído para essa redução, como desembolsos para aumento de consumo ou pagamentos de empréstimos, investimentos em ativos reais e aplicações em títulos públicos negociados via Tesouro Direto ou em ações e fundos de investimento negociados em bolsa de valores.”
A caderneta de poupança ainda é o ativo de investimento mais popular do Brasil. Entretanto, especialistas não recomendam a aplicação, dado que existem outras opções no mercado que oferecem as mesmas condições de liquidez e segurança, com rendimentos superiores. Explicamos nesta outra reportagem.