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- A partir de 2023, o executivo Sergio Rial assumirá o posto de CEO da companhia
- A notícia foi bem recebida pelo mercado, fazendo as ações saltarem 22,49% na segunda-feira (22)
A notícia de que o ex-CEO do Santander Sergio Rial assumirá o comando da Americanas (AMER3) em 2023 surpreendeu positivamente o mercado, fazendo as ações saltarem 22,49% nesta segunda-feira (22), fechando o dia cotadas a R$ 15,26.
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Apesar da euforia, a companhia tem alguns desafios no radar, seja pelo contexto macroeconômico desfavorável às varejistas, potencializado pela taxa de juros alta; seja pela entrada de concorrentes de peso neste mercado. Entenda o cenário.
A experiência de Rial no comando de outras grandes companhias traz a perspectiva de que o executivo melhore a operação das frentes de negócio e monetize melhor a base de clientes da varejista. Mas, ainda que a expectativa do mercado seja positiva – visto a alta no papel registrada nesta segunda-feira – o curto prazo segue desafiador para a AMER3. Por isso, algumas casas mantiveram a recomendação neutra para o papel mesmo com a mudança no comando.
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É o caso da XP, que ainda aproveitou a oportunidade para, em relatório, revisar para baixo o preço-alvo das ações para 2023: de R$ 21 para R$ 20. “Enxergamos o anúncio como positivo, mas mantemos nossa recomendação neutra, pois preferimos estar expostos a outros varejistas com uma relação de risco/retorno mais equilibrada e com níveis de valuation similares”, diz o documento assinado por Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt.
O Itaú BBA, por sua vez, anunciou que está revisando a recomendação de AMER3. “Com essa mudança gerencial, acreditamos que mais investidores provavelmente darão à AMER3 o benefício da dúvida e assumir que mais valor pode ser extraído desse ativo em breve”, destaca em relatório. A instituição explicou que suas estimativas não refletem mais a dinâmica operacional contínua da empresa, que vê o preço das ações da Americanas em um “múltiplo barato”.
O atual patamar de preço é, inclusive, o motivo que está levando muitas pessoas para os papéis, um rali recente comum a todo o setor de varejo. Relembre o movimento.
Para quem tem foco no longo prazo e acredita nos frutos do casamento entre Rial e Americanas, pode ser um momento de entrada.
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“Antes da alta desta segunda-feira, a AMER3 estava negociando a metade do valor da Magazine Luiza. Um cenário de valuation bastante atrativo e melhora na governança pode ser interessante ao investidor de longo prazo”, afirma João Abdouni, analista da Inv.
No curto prazo, porém, os desafios macroeconômicos impostos pela taxa de juros, atualmente em 13,75% ao ano, ainda fazem pressão. “Os desafios de curto prazo serão os mesmos na nova gestão”, diz Heitor De Nicola, sócio e assessor de renda variável da Acqua Vero Investimentos. “O que precisamos acompanhar são as mudanças que serão feitas, os resultados que efetivamente serão alcançados. Acompanhar a tese de investimento ao longo do tempo para ver se o Rial vai conseguir atingir o resultado que o mercado espera”, explica Nicola.
A Acqua Vero é um escritório sócio do BTG Pactual, que tem recomendação de compra para AMER3 e preço-alvo de R$ 29 por ação.