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O que esperar do novo CEO das Americanas quando ele assumir a empresa

Sergio Rial assume a varejista em 2023 com respaldo do mercado e missão de monetizar clientes

O que esperar do novo CEO das Americanas quando ele assumir a empresa
O executivo Sérgio Rial assumirá presidência da Americanas em 2023. (Foto: Nilton Fukuda/Estadão)
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  • A partir de 2023, o executivo Sergio Rial assumirá o posto de CEO da Americanas no lugar do atual presidente, Miguel Gutierrez
  • A notícia pegou o mercado de surpresa e foi tão bem recebida que fez as ações saltarem 22,49%, cotadas a R$ 15,96, nesta segunda-feira (22)
  • Rial terá alguns desafios pela frente. As ações das Americanas, assim como seus pares varejistas, vêm de um período bastante turbulento em que sofreram com o ciclo de alta nos juros e concorrência acirrada

A Americanas (AMER3) comunicou a seus acionistas na sexta-feira (19) que o executivo Sergio Rial assumirá o posto de CEO da companhia em 2023, no lugar do atual presidente, Miguel Gutierrez. Esta é a primeira mudança no comando da varejista em mais de 20 anos. A notícia pegou o mercado de surpresa e foi tão bem recebida que fez as ações saltarem 22,49% na segunda-feira (22), cotadas a R$ 15,96.

Rial, com passagens pelo Santander e pelo conselho administrativo da BRF, é um dos executivos mais respeitados atualmente no mercado, segundo analistas consultados pelo E-Investidor. “É alguém que já enfrentou um cenário de concorrência forte, com players como Itaú e Bradesco, em uma situação de reestruturação. Talvez seja hoje o executivo com mais moral no mercado”, destaca João Abdouni, analista da Inv.

Essa também é a visão de Gustavo Cruz, estrategista da RB Investimentos: “Rial é muito benquisto. Independente de ser a Americanas, o nome dele pesaria positivamente em qualquer ação”.

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Seu estilo de gestão como CEO é reconhecido por ter como pilares crescimento rentável, transformação digital e foco no cliente. Fatores que levaram o mercado a projetar ventos melhores na Americanas; o que explica grande parte da alta das ações da empresa no dia, mesmo em um pregão ruim para outras companhias do setor de varejo.

“Na liderança do Santander Brasil, sua gestão alcançou o maior nível de ROE entre os pares, mesmo em um cenário macro desafiador; teve iniciativas de otimização de custos e despesas na BRF; realizou desinvestimentos de ativos não rentáveis na Marfrig; e tem reconhecimento por transformações culturais, engajando e motivando os funcionários”, destacam Danniela Eiger, Gustavo Senday e Thiago Suedt, da XP, em relatório.

Rial terá alguns desafios pela frente. As ações da Americanas, assim como seus pares varejistas, vêm de um período bastante turbulento, em que sofreram com o ciclo de alta nos juros. Mesmo com a recuperação recente, a AMER3 ainda tem queda de 48,32% no acumulado do ano. Vale a pena investir na companhia? Contamos nesta reportagem

Para além dos desafios macroeconômicos, a companhia vem de um processo de expansão de seus modelos de negócio com varejo físico, e-commerce, logística, fintech e advertising. E tem uma missão difícil pela frente: melhorar a monetização da base ativa de mais de 50 milhões de clientes, em um mercado com cada vez mais concorrência. “É um cenário de competição muito forte, com a entrada de players como Shopee e Amazon, e com taxa de juros e inflação em alta; o que não é favorável para o setor de varejo como um todo”, diz Abdouni, da Inv.

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Uma das apostas da Americanas para se diferenciar no mercado de varejo é a Ame Digital, uma conta bancária para clientes da companhia pagarem compras feitas em lojas parceiras. E que casa com a experiência do ex-CEO do Santander.

“Rial vem trazendo uma expertise em algo que a Americanas está tentando crescer ainda mais, os serviços financeiros”, destaca Victor Bueno, analista da Nord Research. “A Ame já tem seu próprio cartão de crédito, oferece serviços como empréstimos, seguros, planos de saúde e dentários. É uma proposta bastante completa, que não é novidade, mas que, se bem utilizada, vai conseguir entregar um crescimento interessante para a companhia.”

A mudança na gestão também é bem vista como uma alternativa para melhorar alguns problemas que a companhia vinha reportando, entre eles ataques hackers e instabilidades no sistema, por exemplo; relembre. “A Americanas consegue ter muitas frentes de negócio, mas talvez ainda falhe na gestão. Nesse sentido, a mudança no comando facilita”, diz Gustavo Cruz, da RB.

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