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Apple é uma das marcas mais valiosas do mundo. Mas vale investir nelas?

As quatro empresas com maior valor de marca segundo estudo estão acessíveis para investimentos no Brasil via BDR

Apple é uma das marcas mais valiosas do mundo. Mas vale investir nelas?
Logo da Apple. Foto: Foto: Mike Segar/Reuters
  • As big techs ainda dominam o topo do ranking das marcas mais valiosas do mundo, segundo o relatório Kantar Brandz 2023
  • Especialista diz que é necessário analisar outros fatores, além do valor da marca, para investir em empresas dos EUA através de BDRs
  • Juntas, as top 100 empresas mais valiosas somam US$ 6,9 trilhões

As big techs ainda dominam o topo do ranking das marcas mais valiosas do mundo, segundo o relatório Kantar Brandz 2023, cuja pesquisa foi realizada entre fevereiro e abril. Pelo segundo ano consecutivo, a Apple (AAPL34) está em primeiro ligar no ranking, com valor de marca estimado em US$ 880 bilhões.

Na sequência do top 3 aparecem o Google (GOGL34), com valor de US$ 578 bilhões, e a Microsoft (MSFT34), que vale cerca de US$ 502 bilhões.

Na quarta posição está a Amazon (AMZO34), que liderou o ranking em 2021 e 2020, valendo aproximadamente US$ 468 bilhões.

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Para realizar o relatório, a Kantar Brand realizou 4,2 milhões de entrevistas com consumidores em 540 categorias e 21 mil marcas diferentes em 54 mercados. Segundo a empresa, essas pesquisas quantitativas servem para construir “uma imagem global das marcas, categoria por categoria e mercado por mercado”.

Já o valor da marca, em si, não é o mesmo que o valor de mercado, de acordo com a empresa. Ele diz respeito à contribuição absoluta em dólares que as marcas proporcionam para suas empresas-mães, levando em consideração o desempenho atual e o futuro.

As quatro empresas com maior valor de marca segundo o estudo estão acessíveis para investimentos no Brasil via BDR (Brazilian Depositary Receipts), certificados que representam ações emitidas por empresas em outros países e podem ser adquiridos por meio da Bolsa de Valores.

Lucas Mastromonico, operador de renda variável da B.Side Investimentos, aponta que outros fatores devem ser observados, como o preço negociado, o potencial de valorização, o segmento que a empresa se encontra dentro do setor de tecnologia, o próprio ambiente macroeconômico (juros, inflação) e o balanço.

“Se formos pegar o S&P 500, a performance positiva do índice em 2023 está sendo sustentada basicamente por sete empresas: Meta, Amazon, Apple, Microsoft, Alphabet, Tesla e Nvidia. Isso mostra um desempenho positivo, mas concentrado em um setor muito específico. Ou seja, para o investidor aproveitar boas oportunidades no mercado americano é preciso ser bem seletivo e fazer o stock picking (análise individual das ações)”, disse.

Como está o cenário americano para as ações?

De acordo com o relatório, as marcas americanas representam 55 das 100 principais marcas do mundo. Por conta disso, é necessário entender como está o cenário econômico dos Estados Unidos antes de investir nas ações de lá.

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“A atividade econômica dos EUA segue resiliente, especialmente na trajetória dos dados de consumo, apesar do aperto monetário promovido pelo Fed. Essa resiliência da atividade tem sustentado uma pressão da inflação na margem”, explica Mastromonico.

Em meio ao movimento ainda incerto, com a ameaça de uma alta na inflação, o S&P 500 está sendo negociado a um múltiplo de 20,3x P/L (preço/lucro), 15,9% acima da média histórica de 17,5x (desde 2000).

Isso significa que o preço atual das ações das companhias do índice representa 20,3 vezes os lucros acumulados em 12 meses, mais do que a média de 17,5x. O P/L é um indicador que mostra quanto o mercado está disposto a pagar pelos lucros da empresa: ou seja, quanto maior o P/L, mais caros estão os ativos.

Taxa de juros pode subir

Com a pressão na inflação, a queda das taxas de juros parece mais distante. Isso afeta as empresas, principalmente as que estão alavancadas, que contam com capital de terceiros para se manterem ou crescerem.

Ou seja: se o juro estiver alto, suas dívidas aumentam. Na última reunião do Fomc (comitê de política monetária dos Estados Unidos) o Fed (banco central de lá) manteve a faixa da taxa de juros na faixa entre 5% e 5,25%, o que agradou ao mercado.

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Porém, na quarta-feira (21), o presidente do Fed, Jerome Powell, disse que quase todos os dirigentes votantes do Fed são a favor de mais altas das taxas de juros até o final do ano, uma vez que a inflação dos EUA segue muito acima da meta oficial, de 2% ao ano.

Dólar se desvaloriza

A variação do dólar frente ao real também é um fator que o investidor deve ficar de olho. Isso porque o preço dos BDRs aumenta quando o dólar valoriza frente ao real e vice-versa. Na última sessão, desta sexta (23), o dólar subiu 0,12% frente ao real na sessão, cotado a R$ 4,78.

Preço das top 5 BDRs na cotação do fechamento da sessão desta sexta-feira (23):

  • Apple (AAPL34): R$ 44,71
  • Google (GOGL34): R$ 48,78
  • Microsoft (MSFT24): R$ 67,01
  • Amazon (AMZO34): R$ 30,85
  • Mc Donald’s (MCDC34): R$ 69,45

Ranking das marcas mais valiosas

O relatório mostrou que as 100 empresas mais valiosas do mundo somam, juntas, US$ 6,9 trilhões. O resultado é 20% menor em comparação a 2022, quando foi registrado US$ 8,7 trilhões. Contudo, ainda está 46% acima de 2019, primeiro ano do relatório, quando as empresas totalizavam US$ 4,7 trilhões.

Entre os destaques, a Coca-Cola (COCA34) volta a se juntar ao top 10, aumentando seu valor de marca em 8%.

Além da gigante de refrigerantes, outras 14 marcas cresceram em valor, sendo a empresa indiana de telecomunicações Airtel a que mais avançou (24%).

A marca chinesa Shein também se juntou ao Global Top 100, na posição 70, com um valor estimado de US$ 24 bilhões. Já Pepsi (PEPB34), Colgate (COLG34) e Pampers retornaram ao ranking das 100 mais valiosas, nas posições 91, 95 e 100, estimadas em US$ 19 bilhões, US$ 18 bilhões e US$ 17 bilhões, respectivamente.

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