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Até onde o Ibovespa chega em 2023 com o novo plano fiscal de Haddad?

Bolsa acumula perda no ano, mas a maioria das corretoras acredita em um 2º semestre de recuperação. Será?

Até onde o Ibovespa chega em 2023 com o novo plano fiscal de Haddad?
(Foto: Envato Elements)
  • O E-Investidor consultou oito corretoras e casas de análise para saber quais são as projeções para o principal índice da B3
  • A maioria das estimativas segue acima de 120 mil pontos para o IBOV no fim de 2023
  • As expectativas se devem a uma melhora no cenário econômico com a possibilidade do início dos cortes da taxa de juros

O Ibovespa quase perdeu o patamar dos 100 mil pontos nesta quarta-feira (5), após encerrar o pregão com uma queda de 0,88%. O desempenho reflete as perdas deste ano. No acumulado de 2023, o índice segue com uma desvalorização de 7,98%. Apesar do pessimismo do mercado, as projeções para o desempenho do IBOV parecem enxergar uma “luz no fim do túnel”.

De um total de oito corretoras e casas de análises consultadas pelo E-Investidor, sete acreditam que o principal índice da Bolsa de Valores brasileira pode encerrar 2023 acima dos 120 mil pontos.

A perspectiva para o início do corte da taxa de juros, múltiplos atrativos em comparação aos outros mercados globais e a possibilidade de uma retomada econômica da China, o que favoreceria o desempenho de algumas companhias brasileiras, como a Vale (VALE3), são as principais justificativas que sustentam essas prognósticos.

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“A Bolsa brasileira, negociando a 6x-7x o lucro, ainda está atrativa, principalmente quando comparada com os principais índices globais”, informou a Toro, que mantém uma projeção de 125 mil pontos para o Ibovespa no fim de 2023.

A XP tem uma visão semelhante. Diante da possibilidade do Banco Central dar início ao corte da taxa Selic e das estimativas de lucros mais altos das companhias, os analistas acreditam em um cenário econômico mais otimista nos próximos meses, o que deve favorecer o índice no segundo semestre.

“As ações brasileiras continuam atrativas com uma relação de P/L de 6,9x para 2023, um desconto substancial para a média histórica e em relação aos mercados globais”, ressalta a XP. Com essa projeção, a corretora elevou o valor justo para o Ibovespa de 125 mil para 128 mil.

No entanto, a melhora no cenário econômico e nos fundamentos de investimentos para a Bolsa brasileira não são consenso. Há corretoras que ainda seguem pessimistas e avaliam em revisar para baixo, nos próximos meses, suas projeções para o Ibovespa. É o caso da Ativa Investimentos.

“O que nos preocupamos é ver Fernando Haddad (ministro da Fazenda) um pouco fraco e recebendo críticas do próprio governo porque ele tem sido uma “voz” mais centro”, afirma Pedro Serra, chefe do time de Pesquisa da Ativa Investimentos.

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Confira as projeções de nove corretoras para o Ibovespa no fim de 2023 e as justificativas para os cenários traçados. Vale lembrar que essas previsões devem ser revisadas ao longo do ano, conforme os critérios de avaliação de cada corretora.

Ativa Investimentos

A projeção atual da Ativa Investimentos para o Ibovespa ainda segue em 125 mil pontos para o fim deste ano. No entanto, a perspectiva é que, nas próximas revisões, a corretora aponte uma estimativa menor para o principal índice da B3 mesmo com a apresentação do novo arcabouço fiscal.

“O que nos preocupa é ver Fernando Haddad (ministro da Fazenda) com um fraco poder de decisão  e recebendo críticas do próprio governo porque ele tem tipo uma postura mais “centro” na política”, afirma Pedro Serra, chefe do time de Pesquisa da Ativa Investimentos.

Inter Invest

As estimativas do Inter Invest seguem em 118 mil pontos para o Ibovespa no fim deste ano. Segundo Gabriela Joubert, analista-chefe do Inter, o banco já esperava um cenário turbulento no primeiro semestre diante da troca de governo e da ausência de um novo arcabouço fiscal para substituir a regra do teto de gastos. “Esperamos um cenário de alívio no segundo semestre, abrindo espaço para alta generalizada dos ativos de renda variável em um primeiro momento”, diz Joubert.

Lifetime Asset Management

A Lifetime acredita que o Ibovespa possa encerrar o ano em 125 mil pontos. No entanto, Andre Mamed, gestor de portfólio da Lifetime Asset Management, ressalta que as projeções devem ser revisadas para baixo diante da expectativa de a taxa Selic fechar 2023 no patamar dos 13% ao ano.

“Tendo em vista que já saíram R$ 27 bilhões do Ibovespa nos três primeiros meses do ano, enquanto em todo o ano passado, saíram R$ 68 bilhões. Essa é a nossa visão de revisar as projeções para baixo”, diz Mamed.

Órama Investimentos

As projeções da Órama Investimentos seguem as mais positivas entre as corretoras consultadas pelo E-Investidor. Mesmo com a recente revisão, durante o mês de março, a corretora acredita que o principal índice da bolsa brasileira deve fechar em 2023 aos 132 mil pontos.

A estimativa se baseia no “desconto” que o índice segue sendo negociado no mercado. “Baseado em projeção de múltiplo de 7 x (desconto de quase 50% em relação ao múltiplo médio da década de 2010, de 13,2 x e 30% em relação ao piso do período, de 10x) e elevação de lucros médios para o ano, de 14%”, escreveu Alexandre Espírito Santo, economista-chefe da Órama, em relatório.

Planner Corretora

A projeção da Planner Corretora para o Ibovespa segue a mesma desde o início do ano: 124 mil pontos. Segundo Mario Mariante, analista-chefe da Planner Corretora, já havia uma expectativa de um cenário econômico desafiador, mas os primeiros meses mostraram uma ambiente ainda mais difícil para os negócios.

“No fim do ano passado, o ibovespa estava em 109.735 pontos e nossa projeção de 124.000 indicava uma alta potencial de somente 13%, o que já seria um desempenho fraco, comparado a outros ativos”, diz Mariante.

Terra Investimentos

A Terra Investimentos espera que o Ibovespa termine o ano próximo dos 120 mil pontos. A projeção da corretora se baseia, além da definição do novo arcabouço fiscal, a tramitação de reformas do Congresso, retomada econômica da China e possibilidade de cortes na taxa de juros tanto no Brasil quanto nos principais mercados globais, como nos Estados Unidos.

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“Com a tramitação de reformas importantes para o país, como o novo arcabouço fiscal e reforma tributária, pode haver uma redução no receio dos investidores quanto à estabilidade fiscal do País”, informou Luis Novaes, Analista da Terra Investimentos. Desta forma, o Banco Central teria espaço econômico para iniciar os cortes da taxa de juros no Brasil, o que influenciaria de forma positiva o desempenho do Ibovespa.

Uma forte retomada econômica da China impulsionaria ainda mais o índice para cima com o aumento da demanda por commodities. “Diversas empresas listadas na bolsa com exposição ao país asiático seriam beneficiadas e, consequentemente, o Ibovespa”, diz Novaes.

Toro

A Toro acredita que o Ibovespa tem espaço para encerrar 2023 aos 125 mil. Por outro lado, os analistas reconhecem que o cenário ainda é de volatilidade no curto prazo com o mercado ainda “digerindo” os detalhes do novo arcabouço fiscal e as ações da Fazenda para alcançar o superávit positivo, como prevê o projeto. Isso porque, para garantir o equilíbrio das contas públicas, será preciso elevar a arrecadação.

O problema é que, diante de um cenário macroeconômico de desaceleração, as alternativas para expandir a arrecadação reduzem. “Ainda que estejamos cautelosos, esperamos que, caso haja aceitação da proposta pelos poderes e pelo mercado, haja espaço para um fluxo de investimentos positivos para os ativos brasileiros”, afirma.

A perspectiva do início de cortes da taxa de juros ainda em 2023 também deve ajudar a tornar o mercado brasileiro atraente aos investidores. “Acreditamos que a Bolsa brasileira, negociando a 6x-7x lucro, ainda está atrativa, principalmente quando comparada com os principais índices globais”, acrescentam.

XP

Ao contrário das outras corretoras, a XP segue entre as mais otimistas para o Ibovespa. Em sua nova revisão, publicada no fim de março, logo após a apresentação do novo arcabouço fiscal, os analistas elevaram de 125 mil para 128 mil as projeções do principal índice da B3.

A nova estimativa se baseia na melhora dos fundamentos para as ações brasileiras diante de preços atrativos e da estabilização da taxa de juros de longo prazo. Desta forma, o consenso do mercado estima um aumento do lucro por ação para o Ibovespa.

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“As taxas de juros mais baixas e as estimativas de lucro mais altas nos levaram a elevar o valor justo do Ibovespa para 128 mil pontos, de 125 mil anteriormente”, escreveram os analistas em relatório.

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