

O Banco do Brasil (BBAS3) deve reportar lucro líquido recorrente entre R$ 9,35 bilhões e R$ 9,46 bilhões no quarto trimestre de 2024, números que representam, respectivamente, queda de 0,9% ou alta de 0,21% na comparação com o resultado de igual período de 2023. Ou seja, os analistas esperam o resultado estável justificado pelo avanço da Selic, com a possibilidade de uma pequena desaceleração provocada pela inadimplência do agronegócio.
Para os analistas da Ágora Investimentos e Bradesco BBI, as receitas do Banco do Brasil tendem a ser positivas e puxadas pela alta da taxa básica de juros, a Selic. Eles também comentam que as receitas de tarifas e despesas operacionais devem permanecer sob controle e podem aumentar ligeiramente devido à sazonalidade.
“Enquanto isso, as despesas com provisão ainda podem sofrer pressão de um pior desempenho da qualidade dos ativos no setor de agronegócio. Assim, esperamos que o lucro líquido fique ligeiramente abaixo do nível do terceiro trimestre de 2024, resultando uma rentabilidade, medida pelo Retorno sobre o Patrimônio (ROE, na sigla em inglês), de 20,2%”, dizem Francisco Navarrete do Bradesco BBI e Renato Chanes da Ágora Investimentos, que assinam o relatório em conjunto.
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A Ágora Investimentos e o Bradesco BBI calculam que o lucro do Banco do Brasil deve chegar a R$ 9,35 bilhões no quarto trimestre de 2024, queda de 0,9% em relação aos R$ 9,44 bilhões do intervalo de outubro a dezembro de 2023. Já a Genial Investimentos estima um lucro um pouco maior, de R$ 9,41 bilhões, o que significa queda de 0,4% na comparação entre os dois períodos.
Os analistas da Genial salientam que o desempenho deve ser impactado, principalmente, por uma alíquota de imposto mais elevada em relação ao trimestre anterior. Eles calculam que a rentabilidade do Banco do Brasil, medida pelo ROE, deve ficar em 19,8%, refletindo uma queda de 2,16 pontos porcentuais na comparação com o mesmo período do ano passado.
“Acreditamos que a implementação das novas regras contábeis estabelecidas pela Resolução CMN 4.966 não deve gerar impactos materiais no capital do banco. Isso se deve, principalmente, à nova decisão do Conselho Monetário Nacional (CMN) e do Banco Central de diluir a transição para o novo modelo de provisionamento ao longo de quatro anos (2025–2028)”, afirmam Eduardo Nishio, Henrique Alhante, Luis Degaspari e Luis Assis, que assinam o relatório do Genial.
Banco do Brasil pressionado pela inadimplência?
Já a XP comenta que espera um crescimento da inadimplência do Banco do Brasil em 0,5 ponto porcentual em 1 ano, indo de 2,9% para 3,4%. Ainda assim, os analistas afirmam que as Provisões para Devedores Duvidosos (PDD) devem ficar ligeiramente abaixo da marca de R$ 10 bilhões, reportada no terceiro trimestre de 2024. Com isso, a PDD do ano tende a ser de R$ 36 bilhões, patamar dentro do estimado pela empresa (guidance), de R$ 34 a 37 bilhões.
“Como resultado, esperamos um lucro líquido de R$ 9,46 bilhões (estável ano a ano e em relação ao trimestre anterior), implicando um ROE de 21,2%. No geral, esperamos resultados decentes para o Banco do Brasil, impulsionados por dinâmicas saudáveis na receita, mas com um lucro líquido estável, refletindo provisões ainda pressionadas”, explicam Bernardo Guttmann, Matheus Guimarães e Rafael Nobre, que assinam o relatório da XP.
Como ficam os dividendos do Banco do Brasil?
Em meio às estimativas para o balanço, os analistas divulgam o que esperam dos dividendos do Banco do Brasil. A Ágora Investimentos estima que o banco deve entregar rendimento em dividendos (dividend yield) de 9,8% para 2025. Os analistas, no entanto, possuem recomendação neutra para a ação, com preço-alvo de R$ 32,00 para o fim de 2025, alta de 8,7% na comparação com o fechamento de terça-feira (18), quando a ação encerrou o pregão a R$ 29,45. O receio com o papel ocorre pelo fato de a empresa ser uma estatal.
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Já a XP Investimentos tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 37 para o fim de 2025, alta de 25,6% na comparação com o fechamento de terça-feira. A corretora estima que o dividend yield do Banco do Brasil deve ser de 12,9% em 2025.
A Genial tem recomendação de compra com preço-alvo de R$ 40,30, crescimento de 36,7% em relação ao fechamento de terça-feira. “Para 2025, projetamos que o Banco do Brasil (BBAS3) apresentará um crescimento de receita com juros marginalmente abaixo da expansão de sua carteira de crédito. A elevação dos juros deve continuar a beneficiar a Tesouraria, que conta com uma maior proporção de títulos e posições pós-fixadas”, dizem Nishio, Alhante, Degaspari e Assis.