Desde que assumiu o cargo de CEO do maior banco público do País, Tarciana Medeiros entregou um retorno perto de 83% aos acionistas do Banco do Brasil (BBAS3). Em 16 de janeiro de 2023, data da posse da executiva, a BBAS3 valia R$ 15,06 (considerando o desdobramento de ações realizado em 2024); hoje, é negociada acima de R$ 27. Aos poucos, a instituição deixa para trás os temores que derrubaram as ações em 2022, quando o mercado precificava que uma vitória petista poderia trazer interferências políticas nas empresas estatais.
Mas, para Medeiros, os números vão falar por si. “Somos uma empresa de resultados e base de clientes consolidados, e que executa sua estratégia financeira. Seremos vocais em dizer que o BB vai entregar um resultado do tamanho do BB“, disse a executiva no painel que abriu o Latin America Investment Conference, evento realizado pelo UBS e o UBS BB nesta terça-feira (28), no hotel Grand Hyatt, em São Paulo.
“Espero que o mercado use a sua calculadora e analise melhor as ações do Banco do Brasil. Mas não tenho como dizer que não estamos felizes com a valorização acima de 50% dos últimos dois anos”, afirmou a CEO.
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O BB divulgará os resultados do quarto trimestre de 2024 e o consolidado do ano no dia 19 de fevereiro, mas os números têm surpreendido positivamente o mercado. No terceiro trimestre de 2024, o banco brasileiro reportou um lucro líquido ajustado de R$ 9,5 bilhões, alta de 8,3% na comparação com o mesmo período do ano passado. No acumulado de janeiro a setembro de 2024, a companhia lucrou R$ 28,3 bilhões, crescimento de 8,4% na comparação com os mesmos meses de 2023.
Na avaliação da CEO, os resultados do BB se devem à disciplina na execução da estratégia corporativa de longo prazo, com o diferencial da formação de profissionais de carreira.
Expectativa do Banco do Brasil para 2025
2025 começa com perspectivas econômicas mais apertadas, em um contexto de alta da inflação e elevações adicionais da taxa de juros no País. Ainda assim, o BB diz estar preparado para ampliar os esforços de análise de risco de crédito e manter a sustentabilidade das carteiras. A instituição ainda não divulgou o guidance (projeção), mas, segundo Medeiros, a expectativa é de que a carteira de crédito do banco continue crescendo, ainda que em ritmo mais moderado.
“Ainda temos visão otimista, porque temos a peculiaridade de ter uma carteira de crédito que é o sonho de todo banco. Um terço pessoa física, um terço pessoa jurídica e um terço do agro”, destaca.
Segundo ela, condições climáticas mais favoráveis ao agronegócio, além da continuidade do crescimento econômico e alta ocupação no País, podem ajudar a manter o crescimento da carteira de crédito do Banco do Brasil (BBAS3), mesmo em um cenário de condições macroeconômicas mais adversas.
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