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- Os papéis do Banco Inter (BIDI11) abriram em forte queda na manhã desta quarta-feira (12)
- O movimento de venda vem mesmo após a divulgação de resultados positivos no 1º trimestre de 2021
- “O preço está muito esticado, o mercado exagerou nessa puxada e não vai ter resultado que justifique um valor tão alto para as ações", explica Flavio Conde, chefe de análise da Inversa Publicações
Na noite de terça-feira (11), o Banco Inter (BIDI11) reportou resultados positivos no 1º trimestre de 2021, mas não foi suficiente para evitar a forte queda na abertura do pregão desta quarta (12). Às 14h, as ações acumulavam baixa de 6,45%, cotadas a R$ 190,28.
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A instituição financeira reverteu um prejuízo de 8,4 milhões no 1º trimestre de 2020 para um lucro de R$ 20,8 milhões no mesmo período de 2021. O banco também aumentou em 106% o número de clientes, passando de 4,9 milhões de contas digitais nos três primeiros meses de 2020 para 10,2 milhões.
“Foram números fortes. A questão do lucro é importante, porque um dos grandes pontos quando falamos de bancos digitais é quando eles vão passar a dar lucro. E o Banco Inter já está dando lucro, mesmo com crescimento de 100% de contas digitais”, explica Flavio Conde, chefe de análise da Inversa Publicações.
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Entretanto, mesmo os bons resultados não justificariam a escalada dos papéis em 2021. O BIDI11 começou o ano cotado a R$ 96,40, chegou a atingir os R$ 235,62 na semana passada e agora está na faixa dos R$ 200. Isso significa uma valorização de mais de 100% só entre janeiro e maio.
“O preço está muito esticado, o mercado exagerou nessa puxada e não vai ter resultado que justifique um valor tão alto para as ações. Os papéis também não têm uma liquidez tão grande”, afirma Conde. “Então os investidores agora estão realizando lucros.”
Já Jansen Costa, sócio da Fatorial Investimentos, explica que a alavancagem (endividamento) do Banco Inter também está pesando nesse fluxo de venda. “A companhia tem um lucro muito baixo perto da base de clientes. Muitas ações de tecnologia estão caindo em função dessa alavancagem, dado o aumento dos juros dos EUA”, afirma. “O maior acionista do Inter também está alavancado [operando com empréstimos] e diminuindo posições, pelo vencimento do termo das operações”, aponta Jansen, referindo-se a Flávio Gondim, gestor do fundo Ponta Sul, conhecido como “Monstro do Leblon” por seu apetite a risco.
Juros nos EUA
A alta dos juros nos Estados Unidos em função da deterioração das expectativas para a inflação afeta as ações na Bolsa brasileira. Isso acontece porque os investidores passam a retirar dinheiro dos países emergentes e migrar os recursos para o mercado norte-americano, uma vez que os prêmios se tornam mais atraentes por lá.
“Para o Brasil a notícia é negativa. Altas maiores de juros nos EUA tem o efeito de uma fuga de capitais de curto prazo. As taxas de juros futura sobem hoje refletindo uma possibilidade maior de termos altas maiores da Selic para segurar o fluxo de saída de capital”, diz João Beck, sócio da BRA.
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