O Boletim Focus atualizou as previsões para os principais indicadores da economia. (Foto: Adobe Stock)
O Boletim Focus, divulgado na manhã desta segunda-feira (9), revelou que sua mediana para a inflação suavizada — o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) — nos próximos 12 meses passou de 4,81% para 4,77%, uma queda de 0,04%. Um mês antes, a média era de 4,95%. Essa medida ganhou importância nas análises do mercado após a regulamentação da meta de inflação contínua, válida a partir deste ano.
O novo regime prevê que o cumprimento da meta seja apurado com base na inflação acumulada em 12 meses. Se a taxa ficar acima ou abaixo do intervalo de tolerância por seis meses consecutivos, o Banco Central terá descumprido o alvo.
A meta é de 3%, com tolerância de 1,5 ponto porcentual para mais ou para menos. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, pode propor uma alteração ao Conselho Monetário Nacional (CMN), mas é necessário esperar 36 meses para que qualquer mudança tenha efeito.
A expectativa de inflação suavizada para os próximos 12 meses é calculada com base nas projeções das instituições para a inflação total nesse período. A cada nova divulgação do IPCA, a projeção para o mês mais antigo é substituída pelo novo dado.
Para evitar saltos bruscos nas expectativas devido à diferença entre o valor projetado e o realizado, o Banco Central dilui esse desvio de forma gradual, do dia da divulgação até a próxima. O resultado é a inflação suavizada.
Taxa Selic não se abala
Apesar da leve queda na inflação, a mediana do Boletim Focus para a taxa básica de jurosSelic no fim de 2025 continuou em 14,75% pela quinta semana consecutiva. Os juros estão nesse nível desde 7 de maio, quando o Comitê de Política Monetária (Copom) aumentou a taxa em 0,5 ponto porcentual. O colegiado volta a se reunir nos dias 17 e 18, terça e quarta-feira da próxima semana.
Considerando apenas as 57 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, mais sensíveis a novidades, a mediana para o fim de 2025 também se manteve em 14,75%.
Na ata da reunião de maio, o Copom afirmou que a taxa básica de juros está em nível “significativamente contracionista” e “já tem contribuído e seguirá contribuindo para a moderação de crescimento”. “Dadas as defasagens inerentes aos mecanismos de política monetária, espera-se que tais efeitos se aprofundem nos próximos trimestres”, afirmou o Comitê.
Uma semana antes, no comunicado da sua decisão, o colegiado já havia tornado o seu balanço de riscos para a inflação simétrico e abandonado o forward guidance – projeção utilizada para influenciar as expectativas do mercado –, deixando as possibilidades em aberto para a sua próxima reunião, nos dias 17 e 18 de junho.
“Para a próxima reunião, o cenário de elevada incerteza, aliado ao estágio avançado do ciclo de ajuste e seus impactos acumulados ainda por serem observados, demanda cautela adicional na atuação da política monetária e flexibilidade para incorporar os dados que impactem a dinâmica de inflação’, afirmou.
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A mediana para a Selic no fim de 2026 ficou estável em 12,50% pela 19ª semana consecutiva. Levando em conta apenas as 56 projeções atualizadas nos últimos cinco dias úteis, a estimativa intermediária também se manteve em 12,50%.
A projeção para o fim de 2027 continuou em 10,50% pela 17ª semana seguida. A mediana para a Selic no fim de 2028 se manteve em 10,0% pela 24ª semana consecutiva.
Dólar se mantém estável
A mediana do relatório para a cotação do dólar no fim de 2025 continuou em R$ 5,80. Um mês antes, era de R$ 5,85. A estimativa intermediária para a moeda americana no fim de 2026 caiu de R$ 5,90 para R$ 5,89. Quatro semanas atrás, era de R$ 5,90.
A projeção para o dólar no fim de 2027 permaneceu em R$ 5,80 pela quarta semana seguida. A mediana para o fim de 2028 se manteve em R$ 5,80. Quatro semanas atrás, estava em R$ 5,82.
A projeção anual de câmbio publicada no Boletim Focus é calculada com base na média para a taxa no mês de dezembro, e não mais no valor projetado para o último dia útil de cada ano, como era até 2020.