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Por que IRB Brasil (IRBR3), Embraer (EMBR3) e CSN (CSNA3) tiveram os melhores desempenhos da semana na Bolsa

Papéis registraram as maiores altas no pregão da B3 de 28 de setembro a 2 de outubro

Por que IRB Brasil (IRBR3), Embraer (EMBR3) e CSN (CSNA3) tiveram os melhores desempenhos da semana na Bolsa
(Foto: Aline Bronzati/Estadão Conteúdo)
  • As três ações que mais se valorizaram na semana de 28 de setembro a 2 de outubro foram IRB Brasil (IRBR3), Embraer (EMBR3) e CSN (CSNA3)
  • IRB Brasil foi a campeã pela segunda semana consecutiva, com um empurrãozinho da S&P, que conferiu à empresa a nota 'AAA'
  • CSN também teve recomendação de compra elevada pelo Credit Suisse, graças à alta dos preços do minério de ferro

A semana chega ao fim com a notícia de que o presidente dos EUA, Donald Trump, está com coronavírus a um mês da eleição, o que pode não apenas embaralhar o cenário para 3 de novembro, mas também a definição de novo pacote fiscal no Congresso. Assim, desde cedo, a sexta-feira foi de aversão a risco em Nova York e também na B3, onde o Ibovespa fechou em baixa de 1,53%, aos 94.015,68 pontos. O índice acumulou perda de 3,08% na semana (quinta perda semanal consecutiva) e 18,70% no ano.

No Brasil, segue de pé o propósito do governo de levar adiante o Renda Cidadã da forma que se mostrar possível, o que mantém em cima da mesa o receio do mercado quanto à preservação do teto de gastos, após o mal-estar do início da semana com a referência a precatórios e Fundeb como fontes de financiamento.

A combinação de tantos fatores negativos nesta última sessão da semana resultou em elevação do dólar, inclinação dos juros e perdas para o Ibovespa, ainda que relativamente moderadas.

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No balanço semanal, os papéis que mais se valorizaram foram IRB Brasil (IRBR3), Embraer (EMBR3) e CSN (CSNA3). Confira a seguir o que influenciou o desempenho deles.

IRB Brasil (IRBR3): +12,83%

IRBR3 termina mais uma semana liderando as valorizações do pregão. Na semana passada, o papel registrou alta de 27,58%. Nesta o ganho foi mais modesto, de 12,83%, impulsionado pelos efeitos das boas notícias que vêm envolvendo a empresa.

Na quarta (30), a Standard and Poor’s atribuiu rating nacional AAA para a companhia, com perspectiva estável. De acordo com a agência de classificação de risco, as recentes mudanças feitas no conselho e na administração da companhia deverão fortalecer sua governança e cultura de risco.

Para Luis Sales, analista da Guide, após muitas polêmicas envolvendo o Instituto, “as mudanças feitas recentemente no conselho e administração da companhia foram, na visão da S&P, importantes no processo de fortalecimento de sua governança e cultura de risco”, o que impulsiona o papel.

Igor Cavaca, analista da Warren, afirma que fatos ocorridos na semana anterior, como a divulgação de dados contábeis de julho e a emissão de até R$ 900 milhões em debêntures também fazem preço, em paralelo com a nota de crédito dada pela S&P, ajudando a ação a recuperar parte da forte desvalorização que acumula em 2020, de 77,5%.

“Eles receberem nota ‘brAAA’ da S&P é um ótimo sinal que, do ponto de vista financeiro e de liquidez, a empresa está conseguindo realizar as reestruturações necessárias e o investidor entra no papel mesmo que ainda restem questões envolvendo o IRB”, comenta.

Embraer (EMBR3): +6,05%

Donas da segunda maior alta da semana, as ações da Embraer tiraram proveito da notícia de que a Azul conseguiu as certificações necessárias para começar a operar com o primeiro jato de carga Embraer E195 em todo o mundo.

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Mais três aviões serão adaptados para o transporte de cargas até o fim do ano, o que vai beneficiar os clientes de e-commerce, apontou a empresa. Dois deles serão dedicados a somente uma empresa de comércio eletrônico durante pelo menos seis meses.

O gestor da Criteria Investimentos, Vitor Miziara, explica que EMBR3 foi mais beneficiada que AZUL4 porque o primeiro papel estava muito barato, abrindo oportunidade para compras.

O papel da Azul, enquanto isso, fechou a semana com a terceira pior desvalorização: -9,37%.

CSN (CSNA3): +5,47%

As ações ON de CSN tiveram uma semana bastante positiva. Na terça (30), o Credit Suisse elevou a recomendação do papel de neutra para outperform (desempenho acima da média do mercado) diante do fortalecimento dos preços do minério de ferro, juntamente com uma ‘recuperação em V’ na demanda por aço, principalmente na China. Vale destacar que a CSN, que tem um braço de mineração, é beneficiada também após o minério de ferro fechar em alta de 5%.

Esta sexta também foi de fôlego para o papel. O mercado monitora diferentes sinais no setor e na companhia. Para as siderúrgicas em geral, o Credit Suisse voltou a afirmar, em novo relatório, que vê espaço para mais um aumento nos preços de vergalhões e de aço laminado vendidos no Brasil já neste mês, após outras rodadas de reajuste desde julho.

Os investidores, no entanto, também buscam se alocar no papel esperando por novidades sobre o IPO da CSN Mineração. “É a questão da Casa de Pedra. Se esse IPO não sair, a ação da CSN vai derreter”, comenta Alexandre Soares, operador da BGC Liquidez. A companhia autorizou a operação em setembro e espera colocar R$ 1,1 bilhão no caixa com a oferta.

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*Com Estadão Conteúdo

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