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- As três ações que mais se valorizaram na semana de 19 a 23 de outubro foram Braskem (BRKM5), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3)
- Braskem teve a maior valorização da semana, de 13,88%, após o Santander elevar a recomendação do papel de neutra para compra
- Bradesco e Banco do Brasil subiram junto com os pares, embalados pela expectativa pelos bons resultados trimestrais dos bancos
Embalado pela expectativa com os resultados trimestrais, cuja safra se amplia na próxima semana, o Ibovespa teve a terceira semana consecutiva de ganhos. Do fechamento de sexta-feira passada até hoje, o salto foi de 3% – com os quatro primeiros dias da semana em alta.
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Nesta sexta-feira (23), porém, a bolsa fechou o dia aos 101.259,75 pontos, com queda de -0,65%. A realização de ganhos, o impasse em torno do pacote trilionário de ajuda nos Estados Unidos e o IPCA-15 acima das projeções do mercado contribuem para o cenário de recuo diário, mas não tiram o otimismo com a próxima semana.
O setor bancário, em especial, teve forte avanço semanal, derivando da expectativa de resultados firmes para o segmento. Com as provisões em queda, é esperado que os grandes bancos tenham lucro de R$ 16 bilhões no terceiro trimestre, um aumento de 20% ante os três meses anteriores, como mostrou o Prévias Broadcast.
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“É uma correção natural, ainda acho que os bancos estão descontados”, destacou Rafael Ribeiro, analista de ações da Clear Corretora. “Se os resultados vierem bons, ou um pouquinho acima do esperado, podemos ver mais altas. Mas não sei se eles conseguirão sozinhos levar o índice acima dos 105 mil pontos. Precisa de um a mais.”
De acordo com Ribeiro, o “a mais” seria uma sinalização firme do governo na questão fiscal, que deve ficar para depois das eleições municipais. Isso porque, do lado monetário, o espaço para redução de juros foi fechado após o forte resultado do IPCA-15 hoje. O índice acelerou a 0,94% na margem e marcou o maior nível para outubro desde 1995.
Leia também: Saiba onde investir com o IPCA em alta
Para o analista, isso deve colocar pressão no discurso do Comitê de Política Monetária (Copom) da semana que vem. “Existe sim a expectativa de o juro subir no curto prazo. Assim, o mercado fica sem esse ‘upside’ na mesa. Só vai destravar então com agenda pró-reformas”, afirmou.
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No balanço da semana, os papéis que mais se valorizaram foram Braskem (BRKM5), Bradesco (BBDC4) e Banco do Brasil (BBAS3). Confira a seguir o que influenciou o desempenho deles.
Braskem (BRKM5): +13,88%
As ações PNA de Braskem tiveram a maior valorização da semana, de 13,88%, após o Santander elevar a recomendação do papel de neutra para compra, por acreditar que a ação ainda não precificou os ventos favoráveis de curto prazo que poderiam levar a resultados acima do consenso. O preço-alvo foi estipulado em R$ 28, o que implica potencial aumento de 24% em relação ao fechamento da véspera do relatório, publicado na terça (20).
Entre os pontos positivos, o banco destaca spreads mais altos devido a menores custos de nafta, preços sólidos e melhora consistente de volume, já que a Braskem teve vendas recordes no Brasil e nos Estados Unidos no terceiro trimestre.
“Além da elevação da recomendação, a empresa é uma das maiores do setor, então fica muito difícil brigar com ela com o dólar nesses patamares”, comenta Igor Cavaca, analista da Warren.
Na ponta compradora do papel, quem se desataca é a Genial Investimentos, com 1,44 mil negócios. “Esse papel, além de volátil, carrega uma certa defasagem no ano”, lembra Gustavo Bertotti, economista da Messem Investimentos, ao apontar a baixa acumulada de 15% da ação em 2020.
Bradesco (BBDC4): +11,26%
Banco do Brasil (BBAS3): +10,77%
Com forte expectativa sobre os resultados do terceiro trimestre, que começam a ser divulgados na próxima semana, as ações dos grandes bancos de varejo aceleraram o movimento de alta visto desde o início de outubro. Bradesco PN e Banco do Brasil ON tiveram os dois maiores avanços desta semana.
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“Há todo um cenário interno e exterior mais calmos que ajudaram nesse movimento de alta”, comenta Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, completando que os investidores começaram a olhar os bancos com mais atenção, com papéis descontados em patamares próximos aos dos vistos no pior momento da pandemia do novo coronavírus.
Gabriel Mota, operador de renda variável da RJ Investimentos, diz que expectativa para os bancos é muito boa porque o provisionamento para inadimplência, que vinha pressionando os retornos do setor nos últimos dois trimestres, “provavelmente vai cair” e também afirma que os custos operacionais serão menores, então o mercado aproveita para recompor posições nestes papéis.
Em entrevista ao Broadcast, David Beker, chefe de economia para o Brasil e de estratégia para a América Latina do Bank of America, afirmou que todos os holofotes estão para o setor bancário nesta temporada de balanços.
“O setor enfrentou preocupações por causa do ciclo e das discussões sobre as fintechs. Tinha muitos fatores afetando negativamente”, comenta. A recuperação da economia brasileira, que na visão do estrategista tem sido surpreendente, ajuda a explicar o alívio sobre os papéis.
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*Com Estadão Conteúdo