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- A queda do dólar no mês afetou as exportadoras, especialmente as ações de frigoríficos
- A venda da Aesop pela Natura gerou dúvidas e incomodou os investidores
O Ibovespa encerrou o mês de abril com alta mensal de 2,5% aos 104.431,63 pontos. O período de grandes oscilações resultou em fortes perdas especialmente para ações do varejo e do turismo. Entre os 88 ativos que compõem o índice, 32 encerraram em baixa.
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Na esteira do anúncio de cortes de investimento e venda de lojas, o Assaí (ASAI3) liderou as perdas no mês, com queda da 20,6%. Segundo André Fernandes, head de renda variável e sócio da A7 Capital, a baixa reflete ainda o risco da retirada do Imposto sobre Circulação de Mercadorias e Serviços (ICMS) da base de cálculo do Imposto de renda de Pessoa Jurídica (IRPJ) e da Contribuição Social sobre o Lucro Líquido (CSLL) que está sendo discutida pelo governo federal.
Veja as ações menos rentáveis do Ibovespa em abril
Ação | Retorno em abril |
Assaí Atacadista (ASAI3) | -20,6% |
Natura (NTCO3) | -16,4% |
Méliuz (CASH3) | -15,8% |
Minerva Foods (BEEF3) | -15,7% |
Atacadão (CRFB3) | -13,23% |
Fonte: Broadcast |
Para a Natura (NTCO3), que caiu 16,4%, o maior peso se deve à venda da Aesop. “O mercado já sabia, mas o que gerou dúvida e acabou incomodando foi a venda do melhor ativo da empresa. O cenário também não ajuda, com expectativa de desaceleração aqui no Brasil e nos demais países da America Latina, além da Europa”, diz Fernandes, da A7.
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As ações da Méliuz (CASH3) apareceram logo em seguida no ranking das maiores quedas do Ibovespa, com uma desvalorização de 15,8%. Os motivos estão relacionados aos seus últimos balanços e à intenção da companhia agrupar e desdobrar ações. “A intenção de fazer grupamento e desdobramento dos papéis da companhia foi um episódio que mostrou riscos para o acionista minoritário”, diz Danielle Lopes, sócia e analista da Nord Research.
- Veja também: Como o Ibov devolveu os ganhos até encerrar abril com alta de apenas 2,5%
A queda do dólar no mês afetou as exportadoras, com impactos diretos para as ações de frigoríficos. Minerva (BEEF3) caiu 15,7% e entrou na lista das maiores baixas. “A gripe aviária também seguiu com peso. Mesmo que o negócio da Minerva seja proteína bovina, o mercado acaba colocando os frigoríficos na mesma cesta, ainda que não faça sentido”, diz Leonardo Piovesan, analista fundamentalista da Quantzed.
Os papéis do Atacadão (CRFB3) também entraram no ranking das ações menos rentáveis do IBOV em abril, com uma desvalorização de 13,23%.