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Por que os balanços de Itaú, Bradesco e BB geram tanta expectativa?

Analistas mostram os pontos dos resultados financeiros do 1tri23 dos "bancões" que o investidor precisa observar

Por que os balanços de Itaú, Bradesco e BB geram tanta expectativa?
Banco do Brasil e Itaú devem observar melhores resultados em 2023; Bradesco e Santander enfrentam dificuldades. (Foto: Marcelo Camargo/Agência Brasil)
  • Itaú Unibanco e BB devem apresentar os melhores resultados entre os maiores bancos do Brasil. Bradesco e Santander enfrentam mais dificuldades.
  • Taxas de inadimplência elevadas e expectativa de crescimento das carteiras são os principais fatores que impactam as projeções. Taxa de juros também pode dar sinais.

Os balanços dos grandes bancos brasileiros relativos ao primeiro trimestre de 2023 começaram a sair esta semana. O primeiro foi o Santander, que publicou o seu na terça-feira (25). Os números, considerados fracos, já eram previstos pelo mercado. Enquanto os especialistas projetam resultados também insatisfatórios para o Bradesco (BBDC4), há a expectativa de desempenhos positivos de Itaú Unibanco (ITUB4) e Banco do Brasil (BBAS3).

Analistas consideram que alguns dos principais sinais que o investidor deve observar na temporada de divulgações são os índices de inadimplência e as variações nas carteiras de crédito das instituições. Há também que se observar a reunião do Comitê de Política Monetária (Copom) na próxima semana, que decidirá sobre a taxa Selic, já que sua manutenção em 13,75% ao ano pode impulsionar o risco de calotes.

Segundo relatório da XP publicado em 17 de abril, a expectativa é de que Itaú e BB tenham uma taxa de inadimplência menor. A corretora aponta para um aumento marginal nesse indicador para os dois bancos, mas com menor impacto “devido a uma maior seletividade na concessão de crédito nos últimos meses”.

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Fabrício Gonçalvez, CEO da gestora de recursos Box Asset, avalia que a previsão de bons resultados desses dois bancos está apoiada no balanço do quarto trimestre de 2022, destacando bons indicadores de inadimplência e condições de crescimento das carteiras de crédito.

O impacto de Americanas (AMER3)

No quatro trimestre de 2022, mesmo com o alto endividamento da Americanas pressionando o setor de crédito (antes mesmo da divulgação do rombo bilionário da varejista em janeiro), o Itaú conseguiu atingir um lucro líquido 7,1% superior ao resultado observado no mesmo período do ano anterior. Já o BB, recordista em lucro no último trimestre do ano passado, observou um aumento de 52,4%  comparado ao período do ano anterior. Relembre a crise nas Americanas.

“Por outro lado, Santander e Bradesco enfrentam um clima mais desafiador. Principalmente porque eles tiveram uma menor margem financeira nos últimos números”, aponta Gonçalvez. Um relatório da Genial aponta que o Bradesco deve observar um desempenho fraco em 2023, pois “será um ano em que o Bradesco estará arrumando a casa, em busca de combustível para voltar a melhorar a rentabilidade em 2024”, diz o documento.

O banco era um dos principais credores das Americanas, com um valor de R$ 4,8 bilhões a receber da empresa. Na ocasião, o banco utilizou a provisão de 100% do valor — reserva para lidar com o risco de não receber os valores.

“Como se trata de um evento não recorrente, a tendência é que o banco consiga entregar uma melhora no seu momento operacional, somado a uma maturação das safras de crédito mais saudáveis em termos de inadimplência”, aponta Carlos André Marinho Vieira, analista-chefe do TC.

O Santander divulgou seus resultados do primeiro trimestre nessa semana e observou uma queda de 46,6% no desempenho do lucro líquido gerencial (que desconsidera o ágio de aquisições) em comparação ao mesmo período de 2022. Inadimplência e taxa de juros elevada impactaram os números.

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Segundo relatório da XP, a margem financeira de mercado de Bradesco e Santander no primeiro trimestre ainda estará pressionado pelas taxas de juros mais altas. “Embora os bancos consigam repassar parte dos juros para a sua carteira de crédito, uma manutenção do cenário de juros elevados tem como consequência a contração do crédito na economia”, diz Vieira.

O que comprar?

Na Box Asset, há recomendação para a compra de ações do Itaú com preço-alvo R$ 31,54 cada ação devido ao crescimento de carteira de crédito mais sólido e o risco de inadimplência menor, mas o top pick é o Banco do Brasil que, segundo Gonçalves, é o melhor ativo do setor — o preço-alvo fica em R$ 50,44.

Segundo levantamento de Einar Rivero, head comercial do Trademap, o preço das ações do BB subiu 23,71% desde a crise das Americanas, período em que os demais grandes bancos citados na reportagem observaram apenas quedas no valor dos papéis.

Os mesmos papéis são o top pick na TC, com a ponderação de Vieira de que “deve-se observar também uma recuperação do desempenho do Bradesco, embora o banco ainda deva sofrer com a elevada inadimplência da sua carteira”.

O relatório da XP também indica compra para Itaú e BB, com preços-alvo de, respectivamente, R$ 34 e R$ 61 por ação.

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