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Educação Financeira

Por que brasileiros ainda guardam dinheiro ‘debaixo do colchão’

Relatório da Anbima aponta que 3% da população ainda prefere deixar a reserva em casa

Por Jenne Andrade

28/04/2023 | 7:12 Atualização: 28/04/2023 | 17:59

Lotofácil: hoje tem sorteio? Veja quando será o concurso de R$ 5 milhões. (Foto: Pixabay)
Lotofácil: hoje tem sorteio? Veja quando será o concurso de R$ 5 milhões. (Foto: Pixabay)

O senhor Alcedile Maciel, na época com 62 anos, ganhou algumas centenas de milhares de cruzeiros em um sorteio da Tele Sena realizado em meados de 1991. Traumatizado com o confisco da Poupança no Plano Collor, que havia ocorrido no ano anterior, o então auxiliar de limpeza decidiu esconder o dinheiro no guarda-roupa de casa, dentro de bolsas e “debaixo do colchão”.

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Ele nem chegou a mexer muito na quantia, que passou anos guardada em lugares estratégicos da residência, desvalorizando em meio à hiperinflação dos anos de 1990. Seu Maciel só percebeu que a reserva não valia mais nada a partir de 1994, quando a moeda passou de cruzeiros reais para o atual real.

Ele, que faleceu em 2020, aos 91 anos, passou a vida contando essa história para o filho, Carlos Roberto Maciel, que conversou com o E-Investidor. “Ele esqueceu o dinheiro guardado. Quando lembrou, já não valia nada. Ficou aquele pacote de dinheiro guardado em casa, ele perdeu tudo que ganhou na Tele Sena. Eu ainda tenho algumas cédulas”, afirma Roberto Maciel.

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Apesar da decepção, o hábito de guardar dinheiro “debaixo de colchão” perdurou até os últimos dias de vida de Seu Maciel. “Antes de falecer, ele tinha um monte de dinheiro guardado da aposentadoria em casa. Eu, se tivesse alguma reserva, guardaria no banco”, diz Roberto Maciel.

O caso é que, ainda hoje, mais de 30 anos depois, existem muitas pessoas que continuam guardando as reservas financeiras em casa. De acordo com a pesquisa Raio X do Investidor, feita pela Anbima em parceria com o Datafolha e enviada com exclusividade ao E-Investidor, cerca de 3% da população brasileira até economiza, mas deixa essa reserva “debaixo do colchão”.

Os dados foram colhidos entre 9 e 29 de novembro de 2022, por meio de entrevistas com 5.818 indivíduos, das classes A/B, C, D/E, de 16 anos ou mais, das cinco regiões do País. Na média, em comparação ao ano anterior, o número de pessoas que relatou deixar as reservas escondidas em casa aumentou ligeiramente, em 1%. O principal destaque, entretanto, ficou com a classe C, cuja fatia subiu de 2% para 4%.

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Marcelo Billi, superintendente de educação da Anbima, pontua que ainda há uma parcela grande de integrantes das classes C, D e E, que possui um “distanciamento” do mercado financeiro. “Muitas destas pessoas foram bancarizadas recentemente, principalmente nos últimos três anos, com o pagamento do Auxílio Emergencial na pandemia. Tem uma proporção grande desta população que não se familiarizou com instrumentos bancários”, afirma.

Há alguns motivos para esse distanciamento ser maior entre quem tem renda mais baixa. “Muitos deles encaram que investimento é algo para quem tem muito dinheiro. Só que para essas pessoas que estão em uma condição muito vulnerável, qualquer rendimento adicional seria muito positivo”, afirma Billi. “E tem pessoas que não conhecem o sistema bancário e têm medo, como já vimos em algumas pesquisas qualitativas da Anbima. Além disso, há a falta de educação financeira e a dificuldade de lidar com a complexidade do sistema financeiro.”

O medo e a dificuldade de compreender os instrumentos financeiros foram alguns dos fatores que levaram Sonia Maria de Souza, de 57 anos, a nunca abrir uma conta em um banco. Ela começou a trabalhar aos 11 anos como diarista, profissão que manteve pela maior parte da vida, mas nunca teve a carteira assinada e sempre recebeu em espécie. E, geralmente, por dia trabalhado.

Durante 12 anos, Sonia Maria chegou até a conseguir um emprego como auxiliar em uma escola infantil e receber mensalmente pelo trabalho, mas sempre em dinheiro e sem registro. “Eu guardo um pouco em casa, quando sobra. Na verdade, não gosto muito de ir em banco, sabe? Me sinto meio desconfortável, detesto aquela porta giratória”, afirma.

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A diarista ressalta que gostaria de entender como funciona uma conta em um banco digital, mas não entende tanto da tecnologia e fica receosa de pedir ajuda. “Não quero ficar incomodando as pessoas”, afirma Sonia Maria, que apesar de tanto tempo trabalhando, nunca pagou o INSS. “Deveria ter alguém que orientasse as pessoas que começam a trabalhar muito cedo e sem registro, como eu, pra chegar na aposentadoria. Está cada vez mais difícil.”

O único contato que a “Tia Soninha”, como é conhecida pela família, teve com instituições financeiras foi pela conta utilizada para receber o Auxílio-Emergencial.

“Para essa parcela da população, principalmente na classe C, é tão difícil conseguir fazer sobrar dinheiro, que quando isso acontece, as pessoas não sabem o que fazer com aquela sobra. Elas têm medo e não confiam nos bancos, no governo ou em assessores, diferentemente do que ocorre em outros países”, afirma Ariane Benedito, economista especialista em mercado de capitais.

“No Brasil, temos a falta de confiança no sistema financeiro, pelo histórico de traumas, como o confisco da poupança, e crises”, destaca a economista.

Colchão x inflação

Apesar do mito de que o mercado financeiro é feito apenas por e para pessoas ricas, investir pode ser benéfico para integrantes de todas as classes sociais - principalmente aqueles que têm renda mais baixa e, por consequência, sentem muito mais o efeito corrosivo da inflação.

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A inflação é o aumento dos preços de bens e serviços ao longo do tempo. Por exemplo, em abril de 1995, a cesta básica custava em média R$ 88,66 em São Paulo, segundo o banco de dados do DIEESE - Departamento Intersindical de Estatística e Estudos Socioeconômicos.

Em abril deste ano, para comprar a mesma cesta, o brasileiro precisa desembolsar R$ 782,23 - 700% a mais.

O Índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a variação média da inflação no Brasil, foi de 532,94% no período. Ou seja, uma cédula de R$ 100 há 28 anos corresponde a quantia de R$ 632,94 hoje, enquanto os R$ 100 de 1995 equivaleriam a cerca de R$ 15 hoje. Mas nem é preciso ir tão longe no tempo: somente nos últimos 12 meses, as perdas já foram de 6,35%.

A conclusão é que o dinheiro desvaloriza (e muito) ao longo do tempo. Por isso, um dos benefícios de investir a reserva, em vez de guardar debaixo do colchão, é preservar o máximo possível o poder de compra. Não importa se essa reserva seja pequena.

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Eduardo Medeiros, especialista da Ágora Investimentos, recomenda alguns investimentos conservadores e mais simples, que podem ajudar a manter o poder de compra das economias, como ativos atrelados ao juros ou inflação.

É o caso dos títulos públicos, que são papéis de dívidas do governo, considerados os investimentos mais seguros do mercado, e Certificados de Depósitos Bancários (CDBs), que são papéis emitidos por bancos.

“Apesar do aumento da bancarização dos brasileiros no momento da pandemia, sob o aspecto de investimentos esse movimento não teve influência, pois não adianta estar bancarizado e não conhecer as estratégias de investimentos do sistema bancário”, afirma Medeiros.

De acordo com levantamento feito por Einar Rivero, head comercial do TradeMap, quem investiu em ativos atrelados ao CDI, taxa próxima à de juros Selic, nos últimos 28 anos não só conseguiu manter o poder de compra, mas ganhou 574,68% acima da inflação.

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Na seara de títulos públicos, a opção mais líquida e conservadora é o Tesouro Selic, papel atrelado a taxa de juros Selic, hoje em 13,75% ao ano. Por meio de aplicativos do Tesouro Direto e de corretoras, o investidor pode acessar esse investimento. A aplicação em CDBs também pode ser feita através de apps de corretoras e existe uma ampla gama de opções, de diferentes bancos emissores.

Vale lembrar que esses certificados de depósito bancário possuem proteção do Fundo Garantidor de Crédito (FGC) até R$ 250 mil por CPF. Logo, mesmo se o banco emissor falir e não puder pagar o dinheiro investido nos CDBs, o FGC cobrirá o “calote” até R$ 250 mil.

"O mercado financeiro mudou, temos muita regulação e os brasileiros podem se sentir mais confiantes para investir e colocar dinheiro em instituições financeiras. Estes ativos, como os CDBs, acabam sendo mais seguros que a Poupança", ressalta Ariane Benedito. "Isso é importante principalmente para a classe C, que tem essa característica de ter gatilhos de trauma em relação ao sistema financeiro."

Marlon Glaciano, planejador financeiro e sócio da Marlon Glaciano Finanças e Seguros, ressalta que o atual patamar de juros de dois dígitos abre oportunidades na renda fixa. Hoje, os ativos que pagam 100% do CDI (taxa próxima à Selic, hoje em 13,65% ao ano), já remuneram cerca de 1% ao mês, com liquidez diária (resgate pode ser feito a qualquer momento).

"A recomendação é que as pessoas utilizem esse momento de alta da Selic para poder ter uma boa rentabilidade e sem correr risco. Uma opção é escolher um banco gerador confiável, no caso de CDBs", destaca o planejador financeiro.

 

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