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- As três ações que mais perderam preço na semana foram Cogna (COGN3), CVC (CVCB3) e Cyrela (CYRE3)
- Os papéis da Cogna recuaram porque parte dos investidores preferiu vendê-los para comprar os da Vasta, sua subsidiária de serviços educacionais, na Nasdaq, em Nova York. Como os resultados do IPO da Vasta desapontaram, COGN3 sofreu novamente
- Já o problema da CVC é a desconfiança do mercado em relação às suas demonstrações financeiras, ainda não auditadas. E Cyrela se ressentiu de incertezas que rondaram todo o setor de construção
A Bolsa andou de lado nesta semana: ficou praticamente no zero a zero (-0,13%). Na semana anterior, avançou 0,52%, após recuo de 0,49% na retrasada. As perdas e ganhos de vários setores acabam se anulando. E não há perspectiva de mudança por ora.
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“O desempenho da bolsa continua lateral, entre 100 mil e 105 mil pontos”, observa Fernando Góes, analista da Clear Corretora, chamando atenção para a alternância de ganhos e perdas entre setores, que tem deixado o índice basicamente no mesmo lugar, na falta de catalisadores que resultem em rompimento de níveis de suporte ou de resistência.
“Para mudar alguma coisa, vai ter que romper um desses níveis. Se romper para baixo, terá bastante suporte entre 98 mil e 97,5 mil, e se romper para cima, a resistência vai de 107 mil a 110 mil pontos. O mais provável é que fiquemos mais tempo sem andar”, conclui o analista gráfico.
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No fim das contas, quem levou a pior nesta semana foram os papéis de Cogna (COGN3), CVC (CVCB3) e Cyrela (CYRE3). Confira o que afetou o desempenho de cada um deles.
Cogna (COGN3): -11,47%
A Cogna vem sendo bastante penalizada desde que a Vasta, sua subsidiária de serviços educacionais, começou a negociar na Nasdaq, em Nova York. Nesta semana, começou a ocorrer um movimento de arbitragem, com investidores vendendo a ação da Cogna na B3 para se alocar diretamente na Vasta. Com isso, a controlada subiu e a controladora caiu.
“Cogna teve uma realização bem forte e uma parte desse movimento foi de investidores que acreditam que ela se tornou mais barata agora que destravou o valor da Vasta”, comenta Igor Cavaca, da Warren.
O pior é que o desempenho da Vasta por lá não tem sido lá essas coisas: os resultados do IPO frustraram o mercado, o que também castigou COGN3. “O maior potencial de alta da Cogna está na Vasta. É o braço que cresce e tem melhor dinâmica no curto prazo. Mas é impressionante o quanto ela tem ido mal depois do IPO”, afirma Jorge Junqueira, da Gauss Capital.
De acordo com ele, parte desse desempenho fraco pode ser explicado por uma comparação entre a Vasta e a Arco Plataform, também listada na Nasdaq, e que tem entregado bons resultados
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Na quinta (6), o Citi rebaixou a recomendação para as ações ON da Cogna de compra para neutro e fez um ajuste no preço-alvo, que subiu de R$ 8 para R$ 8,40, ou 13,8% acima do último fechamento.
De acordo com os analistas Leandro Bastos e Tobias Stingelin, a ação teve bom desempenho nos últimos três meses, mas está em um momento em que não há fatores claros para impulsioná-la. A compra de um ativo grande em ensino superior, porém, mudaria este cenário.
CVC (CVCB3): -8,41%
As ações da CVC tiveram o segundo recuo mais significativo da semana, repercutindo dados do balanço de 2019, com a empresa ainda não trazendo números auditados. Para Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos, os números não trouxeram surpresa, mas inspiraram cautela em um momento do mercado em que ativos de risco sofreram mais.
Na segunda (3), a operadora de turismo informou ter concluído a revisão contábil do seu balanço de 2019, mas ainda não exibiu suas demonstrações financeiras auditadas. Com a revisão, o balanço inclui um ajuste de R$ 362,3 milhões, decorrentes de distorções identificadas pela companhia.
O valor é superior ao identificado em março quando a empresa revelou uma distorção contábil com impacto potencial de R$ 250 milhões. A CVC espera anunciar os resultados auditados de 2019 assim como os do primeiro trimestre de 2020 até o fim do mês.
Cyrela (CYRE3): -5,40%
Dona da terceira maior baixa da semana, Cyrela foi mal no pregão de segunda (3), quando todo o setor de construção caiu na B3, em meio a incertezas, apesar dos bons resultados das prévias apresentadas até então.
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Na terça (4), sofreu novo revés após os cancelamentos das ofertas públicas iniciais (IPO, na sigla em inglês) das construtoras Riva 9 e You Inc., sem demanda de investidores.
O mercado está vendo com ceticismo a continuidade dos processos de aberturas de capital no setor e isso influencia a Cyrela, que anunciou o IPO da sua subsidiária Cury há algumas semanas. Fontes disseram ao Broadcast que o mercado está vendo a Cury como “cara”.
*Com Estadão Conteúdo
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