- O Ibovespa encerrou o pregão desta quinta-feira (6) em alta de 1,29%, aos 104.126,64 pontos, e teve giro financeiro de R$ 26,3 bilhões
- As três ações que mais ganharam preço no dia foram BR Malls (BRML3), Totvs (TOTS3) e Cielo (CIEL3)
Tendo mantido sem interrupções a faixa de seis dígitos desde o último dia 15, o Ibovespa sacolejou um pouco, por dinâmica própria, entre as duas últimas sessões de julho e as duas primeiras de agosto. Com a porta deixada aberta ontem pelo Copom para juros abaixo de 2% após este corte de 0,25 ponto porcentual, o índice volta a ganhar alguma força, emendando hoje a segunda sessão de retomada, embora em grau inferior ao observado no início da tarde, quando alcançou a marca de 104.523,28 pontos na máxima da sessão.
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No fim do pregão, o índice de referência da B3 apontava ganho de 1,29%, aos 104.125,64 pontos. Invertendo a lógica que prevalecia até o comunicado de ontem à noite do Copom, o Ibovespa operou à frente do exterior na maior parte da sessão, com Nova York mostrando indecisão entre perdas e ganhos mais cedo. A incerteza sobre o ritmo de recuperação global colocou o ouro, mais tradicional ativo de proteção, em nova máxima histórica, a US$ 2.064,4 por onça-troy, no fechamento de hoje da Nymex para os contratos de dezembro.
O giro financeiro da sessão totalizou R$ 26,3 bilhões, e o Ibovespa passa a acumular ganho de 1,18% nesta primeira semana de agosto – no ano, ele cede agora 9,96%.
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“Com o Ibovespa a 105 mil pontos, estamos a preço justo. Mas o índice pode ir além dos 120 mil pontos se houver percepção de melhora dos fundamentos, o que inclui a progressão de reformas, como a tributária, em meio ao fluxo propiciado pela redução de juros”, diz Eduardo Cavalheiro, sócio-gestor da Rio Verde Investimentos.
As três ações que mais ganharam preço no dia foram BR Malls (BRML3), Totvs (TOTS3) e Cielo (CIEL3). Confira o que influenciou o desempenho desses três papéis.
BR Malls (BRML3): +11,20%
Seguindo o movimento visto na véspera, as ações das empresas operadoras de shoppings centers encerraram o pregão novamente em forte alta, com o resultado acima do esperado apresentado por Iguatemi trazendo otimismo com uma recuperação rápida do setor. BRMalls ON subiu 11,20%, a maior alta do Ibovespa, enquanto Multiplan ON valorizou 7,66%, Iguatemi ON, 4,77% e, fora do índice, Aliansce Sonae ON teve alta de 8%.
“O desempenho de Iguatemi foi bem acima do esperado e agora nós temos uma liberação praticamente em todo o território nacional do funcionamento dos shoppings, o que ajuda nessa recuperação na Bolsa”, diz Igor Cavaca. “Elas estavam muito descontadas em relação ao Ibovespa, então o bom resultado dá otimismo que a situação das outras empresas não seja tão ruim assim.”
Já Marcel Zambello, da Necton, diz ser mais cético em relação ao setor. “Cada empresa é uma história diferente, Iguatemi tem uma linearidade muito maior que as outras listadas, o que diminui o impacto nos seus resultados, além de ter um portfólio mais resiliente”, comenta.
Totvs (TOTS3): +10,85%
O balanço da Totvs no segundo trimestre levou a um fluxo de compra nos papéis já nos primeiros minutos de pregão, e Totvs ON encerrou o dia com a segunda maior alta do Ibovespa. A empresa de software teve lucro líquido de R$ 57,993 milhões, alta de 1,5% em um ano, e viu o Ebitda subir 18% no mesmo período, para R$ 137,337 milhões.
Apesar de destacar que medidas da empresa para reduzir o impacto da crise sobre os clientes impactaram o crescimento das receitas recorrentes, um dos pontos mais visados do mercado nos resultados da companhia, o Credit Suisse considerou que os números mostraram a resiliência das vendas da empresa em meio à pandemia, e que trazem “risco de alta” para as estimativas para o segundo trimestre.
Cielo (CIEL3): +10,67%
Os papéis ordinários de Cielo encerraram a sessão com valorização de 10,67%, movimento sustentado desde a manhã, reagindo a declarações de Rubem Novaes, presidente do Banco do Brasil, afirmando nesta manhã que o banco está em discussões com o Bradesco sobre “como destrinchar” as parcerias das instituições na área de pagamentos, sem dar detalhes.
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Agentes do mercado dizem que não é de hoje que o BB indica querer se desfazer da sua participação na Cielo e uma possível transação pode destravar valor de mercado.
*Com Estadão Conteúdo
