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Por que Hering (HGTX3), Natura (NTCO3) e Suzano (SUZB3) tiveram os melhores desempenhos do dia na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores altas no pregão da B3 nesta sexta-feira (14)

Hering é uma das empresas do Grupo Soma Foto: Daniel Teixeira/Estadão
  • As três ações que mais ganharam preço nesta sexta (14) foram Hering (HGTX3), Natura (NTCO3) e Suzano (SUZB3)
  • Os três resultados foram puxados pela divulgação dos respectivos balanços trimestrais, com números que animaram os investidores

Após uma quinta-feira com intensa agenda de divulgação de balanços corporativos, os destaques na movimentação das ações nesta sexta-feira (14) foram reflexo dos números apresentados pelas empresas. No campo positivo, as cinco principais altas do Ibovespa foram de empresas que divulgaram resultados, enquanto que no campo negativo as duas maiores quedas também tiveram relação com balanços.

Com o suporte proporcionado por essa nova fornada de resultados trimestrais, o Ibovespa conseguiu interromper nesta sexta uma série de três sessões no vermelho e cravou alta de 0,89%, a 101.353,45 pontos. Mesmo assim, o saldo da semana foi negativo, com perda de 1,38%. O giro financeiro do pregão foi de R$ 28,7 bilhões, de acordo com dados preliminares.

As ações que mais se valorizaram foram Hering (HGTX3), Natura (NTCO3) e Suzano (SUZB3). Confira a seguir o que influenciou o desempenho desses três papéis.

Hering (MRFG3): +10,27%

As ações ordinárias de Cia. Hering tiveram valorização de 10,27% (R$ 16,46), a maior alta do índice, mesmo após resultados considerados fracos. Os analistas Victor Saragiotto e Pedro Pinto, do Credit Suisse, apontaram em relatório que a empresa, por apostar menos no varejo eletrônico, viu sua receita despencar 66% na comparação anual, mesmo com o lucro líquido crescendo, influenciado pelo resultado financeiro e de créditos advindos do PIS e Cofins.

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Bruno Madruga, sócio da Monte Bravo Investimentos, explicou que o desempenho do papel não está tão ligado ao balanço e mais com a perspectiva de recuperação.

“Todo mundo sabia que em termos operacionais a Hering não ia bem, e foi uma das ações do varejo que mais apanharam neste ano, já que o grosso do seu faturamento vem de lojas localizadas em shoppings“, comenta. “Com a reabertura gradual do setor e os números mostrando que o baque da pandemia não foi tão grande, vejo como normal essas variações grandes que ela está apresentando”.

Natura (NTCO3): +8,18%

Na manhã desta sexta-feira (14), em meio à teleconferência em que a direção da empresa comentou o balanço do segundo trimestre, as ações ON da Natura &Co entraram em leilão após dispararem 10,39%, o que acabou se refletindo na segunda maior alta do dia e também da semana (+9,30%).

O investidor analisa os números, que tiveram pontos positivos, apesar de terem mostrado uma reversão de lucro em prejuízo de R$ 392,1 milhões e enfraquecimento no Ebitda e nas receitas.

“O resultado conseguiu mostrar guinadas positivas nessa situação em que estamos vivendo, as consultoras (cuja produtividade subiu 6,9% em um ano) foram bem”, comenta Jorge Junqueira, sócio-gestor da Gauss Capital.

Suzano (SUZB3): +5,92%

Também está nos resultados do segundo trimestre a explicação para a alta nos papéis da Suzano, a terceira maior do dia e também da semana (+9,27%). Ela continua com prejuízo bilionário, embora sensivelmente menor que no trimestre anterior, mas apresentou altas de 35% no Ebitda, que chegou a R$ 4,180 bilhões, e de 20% nas receitas, que foram a R$ 7,996 bilhões.

Desta vez, as perdas com derivativos não foram o suficiente para assustar o investidor, ao contrário do que se viu no balanço do primeiro trimestre. Casas como o Itaú BBA foram surpreendidas pelos números, impulsionados pela desvalorização do real. Exportadora, a Suzano colhe a maior parte de suas receitas fora do Brasil.

“O resultado surpreendeu a todos, principalmente pelo forte volume de produção e pela nova desestocagem”, afirmou ao Broadcast Daniel Sasson, analista de commodities do Itaú BBA. “Tínhamos o Ebitda (estimado) mais alto do consenso de R$ 3,8 bilhões (o consenso estava em R$ 3,4 bilhões, de acordo com a companhia), e o Ebitda veio em R$ 4,8 bilhões”, disse.

Diante dos números, o mercado ainda vê espaço para que a Suzano suba na B3. O BTG Pactual considerou que, mesmo com a alavancagem ainda distante de um patamar “confortável”, os papéis estão subvalorizados, ainda mais com os benefícios que a empresa deve colher em sua fusão com a Fibria.

*Com Estadão Conteúdo