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Por que Marfrig (MRFG3), Ultrapar (UGPA3) e JBS (JBSS3) tiveram os melhores desempenhos do dia na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores altas no pregão da B3 desta quarta-feira (19)

Por que Marfrig (MRFG3), Ultrapar (UGPA3) e JBS (JBSS3) tiveram os melhores desempenhos do dia na Bolsa
(Foto: Epitácio Pessoa/Estadão)
  • O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (19) em baixa de 1,19%, aos 100.853,72 pontos, e teve giro financeiro de R$ 28,1 bilhões
  • As três ações que mais ganharam preço no dia foram Marfrig (MRFG3), Ultrapar (UGPA3) e JBS (JBSS3)

Nesta quarta-feira (19), enquanto o real se desvalorizava de forma aguda, o Ibovespa mostrou resiliência até o meio da tarde, quando a divulgação da ata da mais recente reunião do Federal Reserve colocou pressão no índice. No fim do pregão, o Ibovespa fechou em queda de 1,19%, aos 100.853,72 pontos, com giro financeiro a R$ 28,1 bilhões.

A ata do Fed mostrou cautela quanto à recuperação em curso no mercado de trabalho dos EUA e assinalou que alguns formuladores da política monetária americana veem risco de que a inflação permaneça abaixo da meta oficial, de 2% ao ano, no longo prazo.

“Ao se referir a emprego e inflação, a ata do Fed reflete a severidade do momento. Há ainda grande confiança, de quão rapidamente a economia se reergueu com os estímulos fiscais, mas se nota também um tom de cautela, especialmente quanto aos desdobramentos da crise no sistema financeiro, quanto ao crédito e também ao elevado nível de emissões pelo Tesouro. Já se passou pelo pior da crise, mas não ainda por tudo”, observa Ilan Arbetman, analista da Ativa Investimentos.

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No momento em que o Ibovespa tocava as mínimas do dia, com Nova York cedendo terreno ante a cautela do Fed, o dólar spot atingia as máximas, negociado a R$ 5,5380 no pico do dia, com mínima a R$ 5,4354 e fechamento a R$ 5,5302 (+1,16%), o que contribuiu para que ações de exportadoras como Marfrig (+5,97%) e JBS (+3,14%) encerrassem a sessão entre as vencedoras desta quarta-feira.

Confira o que influenciou o desempenho desses dois papéis e da Ultrapar (UPGA3), que também ficou entre as três maiores valorizações do dia.

Marfrig (MRFG3): +5,97%
JBS (JBSS3): +3,14%

Em mais um dia de cautela generalizada nos mercados acionários doméstico e internacional, as ações de empresas que lidam com exportações se destacaram novamente entre as principais altas. Os setores de proteínas animais e siderurgia aproveitaram a forte valorização do dólar em relação ao real, que fechou cotado a R$ 5,5302, em alta de 1,16%.

“Nós vemos que ainda há muitas incertezas em relação ao cenário político e econômico do Brasil, então em dias de maior cautela como hoje o movimento que vemos são os investidores alocando recursos em empresas que olham mais para a recuperação econômica do exterior do que do mercado interno”, diz Paloma Brum, economista da Toro Investimentos.

Especificamente sobre os frigoríficos, ela vê Marfrig e JBS se destacando por conta da força das operações das duas nos Estados Unidos. As empresas se aproveitam dos preços ainda elevados da carne bovina por lá.

Para Henrique Esteter, analista da Guide, o setor de proteínas avançou mais por ter um “atraso” maior a tirar em relação a outros exportadores. “Não faziam o menor sentido os preços tão descontados de Marfrig e JBS. Mesmo com BNDES e governança (no caso da JBS) na conta, estamos falando de um ano que vai ser recorde em termos de resultado”, comentou.

Ultrapar (UGPA3): +4,68%

Os papéis ON da Ultrapar tiveram a segunda maior valorização do dia no Ibovespa. A alta vem após a empresa anunciar que, em um novo acordo de acionistas, o fundo Pátria Private Equity passou a deter 20% do capital social da Ultra S.A., uma das principais acionistas da empresa.

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“Isso traz um viés positivo para a empresa porque passa a percepção que se um investidor institucional está apostando na futuro da empresa por cinco anos, isso é um bom sinal”, diz Paloma Brum.

“A empresa estava um pouco esquecida, então, quando um fundo importante entra com dinheiro, isso passa uma mensagem positiva ao mercado”, afirma Junqueira.

Em seu balanço do segundo trimestre, a Ultrapar apresentou resultados considerados ruins, mas esperados no setor de distribuição de combustíveis. E as casas têm chamado a atenção de que a perspectiva para os próximos períodos é positiva.

*Com Estadão Conteúdo

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