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Por que IRB Brasil (IRBR3), BRF (BRFS3) e Gerdau PN (GGBR4) tiveram os piores desempenhos do dia na Bolsa

Os três papéis registraram as maiores quedas no pregão da B3 desta quarta-feira

Por que IRB Brasil (IRBR3), BRF (BRFS3) e Gerdau PN (GGBR4) tiveram os piores desempenhos do dia na Bolsa
(Foto: Aline Bronzati/Estadão Conteúdo)
  • O Ibovespa encerrou o pregão em alta de 1,21%, aos 96.203,20 pontos
  • As três ações que mais perderam preço no dia foram IRB Brasil (IRBR3), BRF (BRFS3) e Gerdau PN (GGBR4)

O Ibovespa encerrou o pregão desta quarta-feira (1) em alta de 1,21%, aos 96.203,20 pontos, e teve giro financeiro de R$ 28,1 bilhões.

Com maior apetite por risco e buscando oportunidades com ações que caíram muito nos últimos meses, os investidores aumentaram a demanda por ações de empresas voltadas à economia doméstica. Assim, papéis como Cyrela, Cosan e Cielo tiveram boas altas. Já o destaque negativo foi o IRB Brasil, que perdeu mais de R$ 2 bilhões em valor de mercado em dois pregões.

As três ações que registraram as maiores quedas no dia foram IRB Brasil (IRBR3), BRF (BRFS3) e Gerdau PN (GGBR4).

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Confira o que afetou o desempenho desses três papéis.

IRB Brasil (IRBR3): -7,18%

No primeiro dia após a divulgação do balanço do primeiro trimestre da empresa, o investidor precisou digerir várias notícias divulgadas desde ontem. A principal delas é a de que o IRB pretende acionar judicialmente o ex-presidente, José Carlos Cardoso, e o ex-vice de RI, Fernando Passos, que segundo o ressegurador foram apontados como responsáveis pela fraude de R$ 60 milhões detectada pela empresa em investigação interna.

O banco Credit Suisse fez uma drástica redução no preço-alvo do papel, de R$ 43 para R$ 7,50, e cortou a recomendação do papel de neutra para underperform (desempenho abaixo da média do mercado). Para a casa, o preço dos papéis do IRB reflete uma rentabilidade que o ressegurador não deve conseguir entregar em meio à reestruturação interna e ao cenário de juros baixos.

BRF (BRFS3): -3,57%

Os papéis de frigoríficos registraram algumas das maiores das maiores quedas do Ibovespa. O analista da Necton Investimentos, Marcel Zambello, pontua que as companhias vêm repercutindo a suspensão de exportações para a China, além do movimento do mercado nesta quarta-feira. “Os frigoríficos têm sido um call mais defensivo e com a bolsa andando acabam não performando tão bem”, afirma.

Em avaliação do setor de proteínas animais feita pelo BTG Pactual, BRF foi mantida como neutra e seu preço-alvo inalterado em R$ 23, potencial de alta de 8,2%, com o banco vendo uma melhora na estrutura da empresa, com ela sendo mais competitiva do que há três ou quatro anos.

Os analistas mostram cautela por conta do ciclo em baixa no segmento de frangos, seu principal produto, com preços em queda por conta do aumento da oferta no exterior, e a alta nos preços dos grãos, que podem trazer pressão para os resultados do frigorífico neste ano.

Gerdau PN (GGBR4): -3,31%

Após as altas de ontem, os papéis das siderúrgicas aparecem entre as principais quedas do Ibovespa. Em meio a mais uma queda do minério de ferro na China, as ações realizam parte dos lucros que tiveram em pregões recentes. “Essas empresas estão mirando muito o mercado da China, que tem tido dados positivos, e os da demanda por aço”, comenta Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.

O otimismo tem sido reforçado por relatórios sobre o setor que destacam que a demanda por aço no Brasil está menos pior que a esperada, o que levou a revisões para cima nos preços-alvo de Gerdau e Usiminas em especial.

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Os tradicionais giros de carteira de casas importantes na virada de mês mostram, neste início de julho, apostas menos conservadoras de bancos e corretoras. Nomes dolarizados ou ligados a setores essenciais dão lugar a construtoras, varejistas e a papéis dos setores financeiro e de siderurgia que, na visão dos analistas, foram vítimas de previsões mais conservadoras do que a realidade no auge da crise provocada pela covid-19 na Bovespa. Em resumo, busca-se progressivamente por betas maiores e por uma exposição à economia local.

As trocas feitas pela XP Investimentos em sua carteira mensal mostram esse padrão. A corretora tirou Suzano ON e JBS ON da seleção de ativos e colocou no lugar B3 ON e Gerdau PN. Nos dois casos, as justificativas se relacionam, de algum modo, aos impactos da pandemia sobre cada setor.

Para a Gerdau, a visão é de que a inclusão da construção civil no rol de atividades essenciais durante a pandemia deve dar suporte às vendas de aço plano. Já a B3 se beneficia de um forte giro financeiro que veio com o estouro da doença no mundo, mas que não dá sinais de arrefecer mesmo com a redução da pressão do novo coronavírus sobre os preços dos ativos.

Já o BTG Pactual tirou a Gerdau de sua carteira justamente para se expor de forma direta ao setor de construção, escolhendo para isso a Cyrela. Além de acreditar que a empresa está menos exposta à crise econômica por atender a segmentos de renda mais alta, o banco de investimento já vê uma recuperação nas vendas de imóveis.

*Com Estadão Conteúdo

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