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- O Ibovespa encerrou o pregão desta segunda-feira (31) em baixa de 2,72%, aos 99.369,15 pontos, e teve giro financeiro de R$ 25 bilhões
- As três ações que mais se desvalorizaram no pregão foram Hypera (HYPE3), Gol (GOLL4) e Eletrobrás ON (ELET3)
O Ibovespa hoje não resistiu à pressão de vendas que se impôs com mais força no fim da sessão, levando o índice encerrar em queda de 2,72%, aos 99.369,15 pontos, elevando as perdas do mês a 3,44%. Essa foi a primeira leitura negativa desde o tombo de 29,90% em março, no auge do nervosismo pandêmico.
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Foi o terceiro agosto consecutivo de desempenho negativo para o índice da B3, vindo de perda de 0,67% no mesmo mês do ano passado e de 3,21% em 2018. O giro financeiro de hoje totalizou R$ 25,0 bilhões. Em 2020, o Ibovespa cede agora 14,07%.
Com a expectativa para o Orçamento 2021, o movimento na última sessão de agosto era de cautela para os ativos do País, com dólar em alta, Ibovespa em baixa e avanço dos juros futuros. Assim, após ter se mantido sem interrupções na marca de seis dígitos entre os fechamentos de 14 de julho e 14 de agosto, o principal índice da B3 ficou abaixo dos 100 mil pontos nesta segunda-feira (31).
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Na ponta negativa, destaque para Hypera (-5,92%), Gol (-5,74%) e Eletrobras ON. Poucas ações da carteira Ibovespa conseguiram fechar o dia em alta; dentre elas, destaque para EDP Brasil (+6,62%), Via Varejo (+1,38%) e Fleury (+1,05%).
Confira a seguir o que influenciou as três principais baixas do dia.
Hypera (HYPE3): -5,92%
Os papéis ordinários de Hypera Pharma se estabeleceram como a maior queda do Ibovespa nesta segunda-feira, recuando 5,92%, na mínima do dia. Analistas não indicaram um motivo claro pelo fluxo negativo, mas Igor Cavaca, analista da Warren, diz que o acordo de delação premiada que João Alves de Queiroz Filho, o Júnior, antigo acionista controlador da empresa, deixou a situação dos papéis nebulosa.
“Ele não controla mais a Hypera, mas até termos certeza de que ele não falou nada que a envolva, a cautela continua”, diz.
Gol (GOLL4): -5,74%
Com o vencimento de uma dívida de US$ 300 milhões (cerca de R$ 1,6 bilhão) que a Gol tem com a americana Delta Arlines se aproximando, as ações preferenciais da companhia aérea brasileira recuaram 5,74%, na segunda maior queda do Ibovespa nesta segunda-feira, dia marcado pela volta com as preocupações envolvendo a questão fiscal no Brasil em meio à divulgação do orçamento do governo brasileiro para 2021.
Diante do iminente vencimento e da ausência de um acordo com o Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), além de um caixa apertado, a Gol teve sua classificação de risco de crédito rebaixada para CCC, ou seja, as agências de classificação de riscos Fitch e S&P enxergam grande chances da quantia não ser quitada. Se não cumprir com o vencimento, entra em situação de calote.
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“Todo mundo sabe que o setor aéreo foi um dos mais afetados por conta da crise do novo coronavírus, então essa dívida vultosa e a Gol não dar indicação nenhuma do que pretende fazer causa forte apreensão no investidor, que já vislumbra uma situação de insolvência”, afirma Lucas Carvalho, analista da Toro Investimentos.
Já Igor Cavaca, analista da Warren, acredita que a empresa vá pagar ou renegociar o passivo. “Não faz sentido a Gol dar calote porque depois vai entrar em uma briga judicial com a Delta que causaria ainda mais prejuízos para o caixa e imagem da empresa”, avalia.
Eletrobrás ON (ELET3): -5,28%
Em um dia em que o temor com as contas do governo pressionou o mercado acionário brasileiro, as ações ON da Eletrobras saíram chamuscadas, com o terceiro maior tombo do dia. O papel já abriu o pregão em baixa, enquanto o mercado monitorava a entrega da proposta do governo para o Orçamento de 2021 ao Congresso, à espera de detalhes que mostrassem os rumos das contas públicas no próximo ano.
“O que acompanhamos é uma incerteza muito grande, com muitos movimentos políticos por vir e uma incerteza sobre o resultado. Dependendo do que acontecer, o governo pode ter uma incapacidade de articular as pautas, e isso pode atrapalhar a privatização da Eletrobras”, afirma Henrique Esteter, analista da Guide Investimentos. Ele lembra que, ao longo de agosto, o movimento das ações da estatal foi muito direcionado pelo noticiário sobre as contas públicas brasileiras.
No fim das contas, o investidor preferiu aplicar em uma empresa privada de energia, a EDP Brasil, que teve a maior alta do dia, após os resultados do segundo trimestre e um forte programa de recompra de ações.
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*Com Estadão Conteúdo