

A Cemig (CMIG4) reportou lucro líquido consolidado de R$ 998 milhões, representando uma queda de 47,1% ante o reportado em igual intervalo de 2023. No acumulado de 2024, o lucro líquido foi de R$ 7,1 bilhões, alta de 23,4% ante 2023. Para analistas do mercado financeiro, o lucro trimestral foi fraco, com destaques positivos do lado da receita, mas com potencial geração de caixa para a companhia.
Na avaliação do Safra, os resultados da Cemig foram fracos devido à pressão de custos, volumes leves e resultados fracos do braço de negociação. A Cemig reportou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda, na sigla em inglês) de R$ 1,88 bilhão, 4,8% abaixo da estimativa dos analistas do banco.
“Os resultados ajustados ficaram abaixo de nossas estimativas, principalmente devido aos resultados mais fracos dos braços GenCo e Trading e Gasmig e maior pressão de custos. A redução na taxa de perda (que ficou abaixo dos níveis regulatórios) foi o destaque positivo”, dizem Carolina Carneiro, Daniel Travitzky e Mario Wobeto, que assinam o relatório do Safra.
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Para os analistas do Itaú BBA, o baixo desempenho da Cemig nos segmentos da Cemig GT (Geração e Transmissão) e comercialização foram compensados pela distribuição no resultado do quarto trimestre de 2024. “A empresa experimentou um impacto negativo do gap de preços entre diferentes sub mercados”, destacaram os analistas Marcelo Sá, Luiza Candiota, Fillipe Andrade e Victor Cunha em relatório.
Segundo informações do Broadcast, os analistas destacaram em documento que o Ebtida recorrente veio em linha com o calculado pelo banco. Já a Genial Investimentos aponta que a companhia reportou um incremento de receita líquida robusto.
Já os analistas da Genial dizem que a receita líquida da Cemig cresceu 12% na comparação entre o quarto trimestre de 2023 e o quarto trimestre de 2024, para R$ 11,2 bilhões, quase 20% acima do consenso do mercado. “A receita foi composta principalmente pela distribuição (R$ 7,6 bilhões) e comercialização (R$ 1,9 bilhão). Na distribuição, a empresa conseguiu um aumento de dois dígitos tanto na visão trimestral quanto anual”, argumentam Vitor Sousa e Ricardo Bello, que assinam o relatório da corretora.
Dividendos da Cemig podem diminuir após balanço não tão positivo?
Para os analistas do Itaú BBA, houve um anúncio de “distribuição significativa” de dividendos da Cemig de R$ 1,88 bilhão, acima do R$ 1,7 bilhão estimado pela instituição financeira. Eles lembram que isso resultou num valor total de R$ 5,15 bilhões, representando um rendimento de dividendo de 14% para o ano, considerado pelos analistas como “muito alto” embora a expectativa é que este rendimento não seja recorrente nos próximos anos.
No geral, a avaliação dos analistas é neutra. “Acreditamos que o preço atual da ação já reflete os sólidos dividendos, bem como melhorias operacionais e ganhos de eficiência observados nos últimos anos”, completaram.
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Para 2025, a estimativa de pagamento de dividendos não é igual, mas os analistas do Safra dizem acreditar que a companhia pode entregar proventos relevantes ao investidor. O Safra calcula um dividend yield para Cemig (rendimento em dividendos) de 7,1% em 2025 e de 7% em 2026. “Mantemos nossa classificação Neutra, pois vemos a avaliação como exigente quando comparada aos pares (9% de TIR real) e menores perspectivas de distribuição de dividendos em 2025”, argumentam os analistas.
O Safra possui recomendação neutra para a Cemig (CMIG4), com preço-alvo de R$ 13,20 para o fim de 2025, alta de 16% na comparação com o fechamento de quinta-feira (20). A Genial tem recomendação de manter, que é equivalente à neutra, o preço-alvo é de R$ 12,50, um avanço de 10,13% em relação ao fechamento de quinta-feira (20).