- CEO do Walmart, Doug McMillion, vê uma aceleração na migração do consumidor para compras on-line e delivery
- Este movimento torna ainda mais estratégico o bom funcionamento das cadeias de suprimentos
- Executivo prevê maior cooperação entre setores público e privado, além de conexões humanas mais sólidas
O setor de varejo passou de estratégico a fundamental em meio à pandemia de coronavírus e Doug McMillon está à frente de um dos gigantes do segmento. O CEO do Walmart liderou um complexo ajuste de operação da empresa para manter as lojas funcionando de forma sanitariamente segura, preservar os estoques (principalmente de itens essenciais), adaptar a rede de distribuição e incrementar a operação eletrônica. Tudo ao mesmo tempo e em poucos dias.
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Para McMillon, a pandemia terá efeitos permanentes no varejo e no mundo. Um “novo normal” emergirá quando for possível reabrir à economia e ir para as ruas voltar a ser uma opção. Em texto escrito para o site Business Insider, o CEO do Walmart apontou como ele enxerga esse mundo redefinido.
“Temos ouvido muito o termo ‘sem precedentes’, provavelmente porque não há outra maneira de descrever o que está acontecendo. A crise ainda não acabou; temos de continuar aprendendo e ajustando. Mas algumas ideias claras estão começando a surgir”, escreveu.
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Essas são as principais ideias de McMilon para o pós-coronavírus:
A cadeia de suprimentos é complexa. E a “última milha” é fundamental
“Geralmente, as cadeias de suprimentos operam silenciosamente nos bastidores. Mas essa pandemia mostrou ao mundo que a cadeia de suprimentos é realmente uma tábua de salvação. As pessoas descobriram que a cadeia de suprimentos não se estende apenas de um centro de distribuição até o depósito da loja. Vai até o porta-malas do carro de um cliente ou sua porta. A ‘última milha’ da entrega tornou-se dianteira e central. Isso está acelerando a mudança significativa que o setor de varejo já estava passando.”
Compra on-line e delivery serão parte do novo normal
“Como essa crise criou a necessidade de distanciamento social e exigia que as pessoas ficassem em casa, os clientes adotaram ainda mais a experiência de compra on-line e delivery. Meu sentimento é que, uma vez que essa crise esteja mais sob controle, as pessoas terão visto os benefícios desse serviço e provavelmente continuarão a usá-lo. Isso se tornará parte do ‘novo normal’.
Os negócios com capacidade de rápida pivotagem serão mais duradouros
“Os negócios têm a capacidade única de fazer as coisas acontecerem rapidamente e em grande escala. Vimos isso em todos os setores: fabricantes de automóveis rapidamente se adequando para fabricar respiradores, fabricantes de têxteis pivotando para produzir máscaras e vestidos, destiladores na indústria de bebidas convertendo seus processos para fornecer desinfetante para as mãos. É nada menos que incrível.”
A parceria entre os setores público e privado será mais intensa
“Tem havido ampla parceria com governos nos níveis federal, estadual e local. Uma das iniciativas mais visíveis foi a instalação de postos de testes móveis em todo os Estados Unidos. O Walmart ficou satisfeito por ter ajudado nesses esforços. Qual é a maior lição que esta pandemia ensinou: a necessidade de cooperação e parceria – a necessidade de comunidade.”
As conexões humanas sairão mais fortalecidas da crise
“Como empresas, comunidades, famílias e amigos, precisamos seguir em frente, lembrando que estamos todos conectados de uma maneira ou de outra. Se houver algo de bom que possa surgir a partir deste momento, seria a chance de termos uma profunda conexão entre nós.”