Em meio à crise econômica global causada pelo coronavírus, a gigante global de proteínas JBS, empresa dos irmãos Joesley e Wesley Batista, concluiu no início desta semana a compra da Empire Packing, uma empresa americana de produtos prontos para consumo. O valor do negócio, acertado em fevereiro, foi de US$ 238 milhões – aproximadamente R$ 1,2 bilhão.
Com sede em Memphis, no Tennessee, a Empire Packing atua no segmento conhecido no mercado americano como ‘case ready’, ou seja, ela é especializada nas vendas de carnes bovina e suína embaladas. A aquisição também inclui a marca de varejo Ledbetter e as cinco unidades produtoras da Empire localizadas em Cincinnati (Ohio), Denver (Colorado), Mason (Ohio), Memphis (Tennessee) e Olympia (Washington).
Para o head de research da Ágora Investimentos, José Francisco Cataldo, o investidor não precisa se preocupar, pois a aquisição é pequena para o tamanho da JBS e não deve afetar a ação. Mas o negócio não deixa de ser importante para uma leitura positiva da empresa.
“O que nós enxergamos disso é que, embora seja um negócio pequeno para JBS, essa aquisição é de extrema importância no sentido que a empresa e demonstra a intenção de diversificar seus produtos e mostrar que a empresa está crescendo no mercado americano”, afirma Cataldo.
O analista da Capital Research, Felipe Silveira, também concorda com essa visão. Segundo ele, o valor da compra equivale a menos de 3% do valor de mercado da JBS, de R$ 54 bilhões. “A aquisição da Empire Packing é relativamente pequena para a JBS, com efeito igualmente marginal nos seus resultados, o que não muda os fundamentos da empresa”, disse Silveira.
O analista da Guide Investimentos, Henrique Esteter, pontua que isso mostra que tanto a JBS como outras empresas do ramo de exportação continuam fortes em meio à crise. “Por mais que elas possam ter um outro problema e o mercado estar com uma grande volatilidade, o que faz parte do momento que passamos, em termos operacionais as empresa tendem a sofrer menos.”
Neste contexto, os analistas consultados pelo E-Investidor acreditam que o movimento da gigante de proteínas pode ser um indicativo de outras aquisições em solo americano. Assim, o investidor que tiver uma visão de longo prazo pode se beneficiar no futuro. “Isso mostra que a empresa está crescendo no país e que eles podem fazer a listagem das operações nos EUA”, diz Cataldo, da Ágora Investimentos.