- Até novembro, três grandes companhias brasileiras de referência na área, CVC (CVCB3), Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) registraram, somadas, uma queda de 44,8% em valor de mercado, conforme levantamento da Onfly, startup de viagens corporativas
- As perdas para os ativos de turismo são ainda mais significativas porque o setor de viagens esperava uma grande retomada em 2022, com a melhora do cenário da pandemia de Covid-19. A expectativa foi frustrada em razão da guerra entre Rússia e Ucrânia
- A Azul lidera a lista de prejuízo, amargando uma perda em valor de mercado de mais de 50% do total apurado
As consequências da guerra na Ucrânia têm se acumulado e impactado diversos setores da economia desde fevereiro, quando o conflito começou. Um dos segmentos que contabiliza perdas bilionárias é o do setor de viagens e turismo. Até novembro, três grandes companhias brasileiras de referência na área, CVC (CVCB3), Gol (GOLL4) e Azul (AZUL4) registraram, somadas, uma queda de 44,8% em valor de mercado, conforme levantamento da Onfly, startup de viagens corporativas, a partir de dados do Ibovespa.
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Segundo a startup, a queda representa uma perda de quase R$ 7,7 bilhões pelas três empresas juntas, considerando como base de cálculo o período entre fevereiro e 22 de novembro. A Azul lidera a lista de prejuízo, amargando uma perda em valor de mercado de mais de 50% do total apurado.
Confira a tabela:
Companhia | Perda em valor de mercado |
Porcentual de perda
|
Azul | R$ 4,44 bilhões | 51,41%, |
CVC | R$ 1,29 bilhão | 45,86%, |
Gol | R$ 2,04 bilhões | 37,23%, |
Média | R$ 7,77 bilhões | 44,80% |
*Fonte: Onfly
Queda brusca
O fundador e CEO da Onfly, Marcelo Linhares, chama a atenção para o fato de que, apesar das oscilações do Ibovespa, a queda apresentada pelas empresas do setor nos últimos nove meses é incomparavelmente superior à de 2,32% acumulada pela Bolsa. “As três companhias de turismo registram queda média de quase 20 vezes superior à do mercado de bolsa de valores como um todo”, alerta.
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Para ele, as perdas para os ativos de turismo são ainda mais significativas porque o setor de viagens esperava uma grande retomada em 2022, com a melhora do cenário da pandemia de Covid-19. A expectativa foi frustrada em razão da guerra entre Rússia e Ucrânia.
“Com a vacinação avançando, e os indicadores de contágio e morte diminuindo, as medidas de restrição de circulação puderam ser flexibilizadas. No entanto, esse conflito, de consequências globais, gerando medo e incertezas, limitou deslocamentos”, pondera Linhares.
As incertezas sobre o fim da guerra acendem um sinal de alerta para um setor, que já tenta driblar os impactos da baixa demanda causada pela pandemia e, recentemente, pela greve de aeronautas no Brasil, que impactou as ações de empresas do setor de viagens em dezembro.