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- Luiza Trajano, uma das maiores empresárias do País, participou de entrevista no programa Roda Viva na última segunda-feira
- A empresária falou sobre as características da cultura empresarial da Magazine Luiza, preocupação com o combate à desigualdades dentro do ambiente de trabalho e inovação
- Apesar de toda a atuação social da empresa, Luiza Trajano também explica que não há divisão entre focar no ‘propósito’ e focar no ‘EBITDA’
A empresária Luiza Trajano, presidente do Conselho de Administração da Magazine Luiza (MGLU3)e única mulher na lista dos 10 maiores bilionários brasileiros da Forbes, deu entrevista ao programa Roda-Viva, da TV Cultura, na última segunda-feira (05). No centro de uma polêmica sobre a nova iniciativa de trainee para negros, a executiva falou sobre como trabalha a gestão dentro da varejista.
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Há pelo menos duas décadas, a Magazine Luiza integra o ranking das melhores empresas para se trabalhar no Brasil e é vanguardista em promover questões de igualdade no ambiente corporativo. Fora o lado social, a Magalu também é líder no segmento de varejo no País, com um valor de mercado avaliado em R$ 150 bilhões.
O E-Investidor selecionou 5 dicas de Luiza Trajano sobre como aperfeiçoar a gestão dentro das companhias, sem abrir mão do lucro para seguir boas práticas empresariais.
1 – Rituais de empresa
Para a principal executiva da Magazine Luiza, manter ‘rituais’ dentro de uma empresa é essencial para preservar a cultura da companhia. No caso da Magalu, existe o ‘rito de comunhão’ feito às segundas-feiras, em todas as unidades. Na ocasião, além de discutir resultados e notícias, os funcionários cantam o hino nacional e o hino da empresa.
2 – Correção de desigualdades
A Magazine Luiza possui várias iniciativas relacionadas à promoção da equidade dentro da empresa. De acordo com a Teva Índices, a varejista é a empresa que possui maior participação feminina dentro do Conselho de Administração.
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Na entrevista, Trajano ressaltou a preocupação com o nivelamento da remuneração entre homens e mulheres, assim como expandir o número de executivas e negros em cargos de liderança. “Você só chega no consumidor final com a diversidade. Sem isso, você não consegue criar o produto adequado”, afirma Trajano.
3 – Focar em soluções
A executiva se denomina como ‘CEO das crises’, já que esteve à frente da empresa em diversos momentos de estresse econômico, com inflação e juros altíssimos, e confisco da Poupança, por exemplo. Ainda assim, ela afirma que foi criada para ‘buscar soluções’ em vez de reclamar do problema. “Se eu erro, redireciono o erro muito rápido”, diz Trajano.
Esse pensamento rápido, que faz parte da cultura da empresa, também foi apontado como fator que permitiu a varejista sair forte da pandemia. “Eles [a equipe] criaram o Parceiro Magalu em sete dias. Foi um sucesso e 600 mil pessoas entraram para serem vendedores da Magazine”, diz.
4 – Olhar para inovação
Em 1991, bem antes do e-commerce ganhar musculatura, a Magazine Luiza criou o primeiro site de vendas de TV e vídeo. Na visão de Trajano, esse acontecimento mostra como a empresa sempre foi aberta à inovação – algo essencial para o sucesso do negócio. “Nós montamos laboratórios e digitalizamos nossa equipe sem mandar ninguém mais velho embora”, afirma a executiva.
Hoje, a companhia colhe os frutos do investimento no digital, com metade do faturamento vindo das vendas da loja on-line. Essa presença também contribuiu para a varejista diluir o impacto da pandemia, que fechou as lojas físicas. “A capacidade de mudança está no nosso sangue”, diz Trajano.
Ainda na esteira de inovação, a executiva comentou que a empresa se prepara para a chegada do PIX, novo serviço de transferências do Banco Central, e planeja o lançamento de um ‘super app’ para ampliar ainda mais a presença no digital.
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5 – Foque no propósito, mas não esqueça o EBITDA
Apesar de todas as iniciativas voltadas ao combate das desigualdades dentro do ambiente de trabalho, a executiva não pensa apenas no ‘social’.
Trajano ressalta que equilibra muito bem as ações de propósito, com o foco no EBITDA (lucro antes dos juros, impostos, depreciação e amortização). “Cada vez mais as empresas vão precisar ter compromisso com [combate] à desigualdade, com o propósito. Não dá mais para ganhar dinheiro e pronto”, afirma.