Mercado

Fechamento de mercado: Clima de cautela voltou a pressionar bolsas

Fechamento de mercado: Clima de cautela voltou a pressionar bolsas
Foto: Daniel Teixeira/Estadão
  • As bolsas da Europa, norte americanas e no Brasil encerraram em queda
  • O dólar, por sua vez, seguiu sua trajetória de alta, subindo 1,15% na sessão
  • O petróleo também voltou a subir forte, com ganhos de 17% em meio a expectativa de um corte na oferta

A sexta-feira voltou a ser de maior aversão ao risco nos mercados, em meio ao contínuo aumento dos casos de Covid-19 no mundo e as preocupações com os impactos econômicos. As bolsas da Europa, norte americanas e no Brasil encerraram em queda, fechando o acumulado da semana também no território negativo.

O dólar, por sua vez, seguiu sua trajetória de alta, subindo 1,15% na sessão, aos R$ 5,327. Já no mercado de ações, o Ibovespa encerrou o dia em queda de 3,76%, aos
69.538 pontos e giro financeiro de R$ 22 bilhões.

Em termos de agenda econômica, hoje foram conhecidos os dados do mercado de trabalho nos EUA, o payroll. Em março, houve saldo negativo de 701 mil vagas, elevando a taxa de desemprego do país para o patamar de 4,4%.

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Entre as commodities, o petróleo voltou a subir forte, com ganhos de 17% (petróleo brent), em meio a expectativa de um corte na oferta, após a notícia de que a Opep e outros países podem fazer uma reunião na próxima segunda-feira para debater possíveis medidas.

Mercado Doméstico

O Senado definiu ontem uma lista com 12 projetos prioritários que devem ser votados nas próximas semanas como uma forma de combater ou minimizar os impactos da pandemia de coronavírus no Brasil.

Três deles serão discutidos na próxima semana, incluindo uma proposta que cria um programa para fornecer suporte a micro e pequenas empresas. Também existe na lista geral um projeto de lei que aumenta o imposto de contribuição social (CSLL) de 20% para 50% para os bancos e instituições financeiras.

Um aumento no imposto de contribuição social como esse, de 20% para 50%, geraria um enorme impacto positivo de curto prazo nos ganhos do que um aumento nas receitas do governo. E, de maneira significativa, queremos dizer ganhos de R$ 20 bilhões a R$ 25 bilhões para os maiores bancos, pois o aumento de 5 p.p. no ano passado criou um ganho positivo de cerca de R$ 3 bilhões a R$ 4 bilhões, em média.

Consequentemente, qualquer projeto de lei que vise aumentar o imposto de renda dos bancos para fazê-los pagar mais nessa dura crise os fará ganhar mais e não menos. Essa é a primeira razão fundamental para vermos uma ideia como essa com alto grau de ceticismo.

O segundo refere-se ao fato de que nosso sistema tributário já é extremamente complexo e desigual. Um movimento nessa direção só pioraria. Terceiro, e talvez mais importante, é o fato de que os impostos são custos e, portanto, devem ser transferidos para os clientes.

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As pessoas teriam que ser ingênuas para pensar que um aumento no imposto de renda chegaria aos bancos. Não. Eles atingiriam o povo, que infelizmente já foi severamente atingido por esta crise. Por conseguinte, se existe uma lei que consideramos injusta, é essa. Com tudo isso dito, o aumento da contribuição social para os bancos deve ser  cuidadosamente discutido no Senado e terá um longo caminho pela frente antes que possa ser (se alguma vez) aprovada.

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