- Bolsa brasileira encerra o primeiro trimestre do ano com queda de 37%
- O dólar voltou a se valorizar frente ao real, avançando 0,31%
- Investidores nos EUA seguiram preocupados com os impactos na economia causados pelas paralisações
O último pregão de março e do primeiro trimestre do ano foi de queda para o Ibovespa. No exterior, as bolsas seguiram direções distintas. Na Ásia e Europa, prevaleceu viés de alta, com os investidores animados com dados econômicos melhores que o esperados na China, sinalizando que o país aos poucos vai normalizando sua atividade. Nos Estados Unidos, no entanto, esse bom humor não durou muito, e os investidores seguiram preocupados com os impactos na economia causados pelas paralisações, em consequência ao COVID 19.
No Brasil, no fim do pregão o Ibovespa acelerou na queda, em linha com os índices de Nova York, encerrando em baixa de 2,17%, aos 73.020 pontos e giro financeiro de R$ 23,8 bilhões. Com isso, a bolsa brasileira encerra o primeiro trimestre do ano com queda de 37%, uma das piores performances em mais de 20 anos. No câmbio, o dólar voltou a se valorizar frente ao real, avançando 0,31% aos R$ 5,20. Em termos de agenda econômica, hoje foi conhecido pela manhã a taxa de desemprego pela Pnad Contínua, que encerrou o trimestre encerrado em fevereiro na casa dos 11,6%, acima da leitura anterior de 11,2%.
Setores em foco
Concessões:
O setor está precificando o risco de liquidez, mas a questão é o custo da dívida RUMO, CCR, Ecorodovias e Santos Brasil caíram 24%, 35%, 37% e 41% no acumulado do ano, respectivamente, enquanto o IBOV caiu 35% no acumulado do ano. O Bradesco BBI atualizou os modelos e reduziu os preços-alvo em 15%. Maior custo de capital e COVID-19 explicam 75% e 25% das reduções do preço-alvo, respectivamente.
Visão Ágora: RUMO (recomendação de Compra e preço-alvo de R$ 24,00) oferece a combinação mais atraente de potencial de queda limitado, resiliência de ganhos e direcionadores positivos (leia relatório completo).
Proteínas:
Redução das estimativas; JBS é nossa principal recomendação O Bradesco BBI cortou os preços-alvo para refletir: i) taxas de desconto mais elevadas; ii) o impacto do menor crescimento econômico no consumo. No setor, a principal recomendação é a JBS, dado seu balanço mais forte e a exposição relativamente menor aos gargalos de exportação.
Visão Ágora: A recomendação permanece de Compra para BRF, uma vez que seu valuation já reflete as preocupações com risco de liquidez e o impacto do menor crescimento econômico no segmento de alimentos processados (leia relatório completo).