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“Quem ficar fora vai se arrepender”: a visão de gestores para a Bolsa em 2024

Otimismo com o investimento em ações predomina entre os gestores presentes na CEO Conference 2024

“Quem ficar fora vai se arrepender”: a visão de gestores para a Bolsa em 2024
Painel do Ibovespa (Foto: Werther Santana/Estadão)

Taxa Selic em queda, inflação controlada, fiscal no radar, mas sem grandes surpresas. Lá fora, uma combinação de inflação em queda e atividade econômica ainda forte permitindo que a maior economia do mundo, os Estados Unidos, inicie em 2024 o ciclo de afrouxamento monetário. Esta é a “tempestade perfeita” que está deixando gestores de ações otimistas com o investimento em Bolsa no País.

A perspectiva do investimento em ações neste ano está muito em pauta e é tema recorrente na CEO Conference 2024, evento promovido pelo BTG Pactual em São Paulo. Na terça-feira (6), grandes gestores brasileiros apontaram o que faltam para os ativos andarem; veja detalhes aqui.

Nesta quarta (7), o cenário de Bolsa voltou a discussão em um painel moderado por Fabiana Arana, sócia do BTG, com a presença de André Caldas, sócio-fundador da Clave Capital; Bruno Garcia, sócio-fundador da Truxt; Carlos Eduardo Rocha, CEO da Occam; e Laércio Henrique, sócio do BTG Pactual Asset Management.

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O entendimento é que o cenário macroeconômico internacional, que tanto pressionou o apetite a risco de investidores globais em 2023, está mais benigno este ano. “O cenário lá fora é muito bom para o investimento em ações. A combinação de inflação em queda e atividade alta, cria um ambiente muito próspero, enquanto a China está sendo um fator de deflação de custos”, disse Carlos Eduardo Rocha, da Occam.

O cenário doméstico também ajuda. PIB para cima, inflação sobre controle e a expectativa de que a Selic caia para a casa de um dígito ao final do ano. “Na parte local, passamos por uma tempestade perfeita nos últimos três anos pós-covid, com um desastre na indústria de ações”, pontuou Laércio Henrique, do BTG.

Ele destacou que os resgates bilionários sofridos pelos fundos de ações nos últimos anos foram impulsionados por dois “aspiradores”: de um lado, uma Selic de 13,75% ao ano que levou investidores para a renda fixa; de outro, a concorrência dos títulos incentivados, como LCIs, LCAs, LIGs e CRIs.

“Foi uma dinâmica perversa para a indústria de ações e fez a nossa vida muito difícil. O copo cheio é que os juros começaram a cair, o ambiente está muito propício para risco e a normalização dos incentivados traz uma janela de oportunidade”, disse Henrique. “Estamos no início de um grande ciclo, a Bolsa está, sim, muito barata e quem está de fora vai se arrepender.”

Riscos no radar

Apesar do otimismo, nem tudo são flores. No painel da CEO Conference, os gestores reconheceram que se o cenário tido como base, de queda dos juros nos EUA sem uma desaceleração brusca da atividade por lá, não se concretizar, as estratégias precisarão ser revistas. O otimismo, também.

“Se houver um repique na inflação nos EUA e força os juros a ficarem mais altos por mais tempo, muda tudo. Os primeiros dados são bons, mas os dados de atividade realmente mostram mais força do que projetávamos para esse momento do ciclo”, disse o sócio do BTG.

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No lado da China, também há um sinal amarelo no radar. “O modelo estrutural (do país) está quebrado. No curto prazo, eles têm ferramentas suficientes para empurrar com a barriga, mas gera dúvidas para commodities no longo prazo. É por isso que as ações de Petrobras e Vale estão baratas em termos de múltiplos.”, aponta Bruno Garcia, da Truxt.