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- BC indica que big techs trazem o desafio de equilibrar estabilidade financeira, competição e proteção de dados
- Banco Central também vê crescimento das fintechs como desafio à regulação no mercado financeiro global
- No Brasil, fintechs ganharam recentemente a permissão para emitir cartão de crédito
(Aline Bronzati, Estadão Conteúdo) – As bigtechs estão ingressando no mercado financeiro brasileiro de forma rápida e representam um ‘grande desafio’ para a regulação, destaca o Banco Central em Relatório de Estabilidade Bancária (REB), publicado nesta quinta-feira (4). São gigantes da tecnologia como Apple, Google, Facebook e Amazon e que passaram a operar com produtos e serviços financeiros, abrindo uma nova frente de concorrência para os bancos.
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Diferente de novos entrantes, que começam pequeno, as bigtechs possuem uma grande base de consumidores, fácil acesso a informações e modelos de negócio robustos. “Essas diferenças podem ser um grande desafio na regulação das bigtechs em relação aos bancos”, avalia o BC, no relatório de estabilidade bancária.
A autoridade monetária vê a chegada das bigtechs como uma forma de agregar ganhos de eficiência ao sistema financeiro brasileiro e ainda fomentar a inclusão social. Pondera, contudo, que os pesos pesados da tecnologia mas também trará novos e complexos trade-offs (escolhas) entre estabilidade financeira, competição e proteção de dados.
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As bigtechs têm entrado no mercado primeiro pelo setor de meios de pagamentos. Depois, avançam para empréstimos, seguros e outros produtos financeiros. Esses grupos têm atuado, conforme o BC, de duas formas, diretamente ou em parceria com instituições financeiras.
Para o BC, o rápido desenvolvimento e crescimento de escala das fintechs apresenta grandes desafios para os reguladores em todo o mundo. “A resposta, ainda nos estágios iniciais, está vindo de forma inovadora, mas é cedo para avaliar se todos os riscos estão sendo endereçados”, diz a autoridade monetária.
Um dos grandes testes virá da crise gerada pela pandemia do novo coronavírus, que deve aumentar o índice de inadimplência, pesando, principalmente, para novatas que operam em crédito. Além disso, a turbulência dificultou e encareceu as linhas de funding das fintechs, cujo modelo de negócio é alavancado e depende de rodadas de captação de recursos.
BC editou duas resoluções para apoiar fintechs e startups
Nesse sentido, o BC editou duas resoluções para apoiar as novatas. Além de permitir que as fintechs passassem a emitir cartões de crédito, permitiu que as mesmas operassem linhas do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES). O prazo da chamada pública para seleção dos fundos de crédito para micro, pequenas e médias empresas e que terão aporte de R$ 4 bilhões terminava ontem (3), mas foi estendido até 10 de junho.
O mercado brasileiro contava com mais de 600 startups intensivas no uso de tecnologia digital em junho do ano passado, conforme o Radar FintechLab, mencionado no relatório de estabilidade bancária. O número representa aumento de 33% desde a última pesquisa, feita em 2018.
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O BC afirma que continua analisando vários cenários para a organização futura do sistema financeiro e acompanhando sua transição. “As oportunidades criadas durante esse processo transitório de inovação são mais bem aproveitadas – e seus ganhos mais bem distribuídos – se a atuação do regulador não for inibidora nem permissiva”, conclui.