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Veja a reação curiosa do Ibovespa nos meses de setembro pré-eleição

Entenda o histórico de volatilidade do Ibovespa nas quatro semanas que antecedem o voto nas urnas

Veja a reação curiosa do Ibovespa nos meses de setembro pré-eleição
Urna eletrônica. Foto: Dida Sampaio
  • Ibovespa subiu 7,73% às vésperas da eleição de 2018, com preferência do mercado para Bolsonaro
  • O Ibov caiu 10,12% perto das eleições de 2014, quando Dilma Rousseff se reelegeu
  • Em anos eleitorais, setembro apresenta histórico de surpresas fortemente negativas ou positivas

Daqui a aproximadamente quatro semanas, os brasileiros irão às urnas decidir quem será o próximo líder da nação entre 2023 e 2026. A data da votação em primeiro turno está marcada para dia 2 de outubro, enquanto o segundo turno deve ocorrer no dia 30 de outubro.

Esta reta final da corrida presidencial, que geralmente ocorre em setembro, costuma trazer emoções ao mercado financeiro ao longo do mês. Por exemplo, nas quatro semanas que antecederam o primeiro turno das eleições de 2018 (9 de setembro de 2018 a 7 de outubro de 2018), o Ibovespa acumulou alta de 7,73%, com uma volatilidade de 22,91 pontos. No mesmo período do ano anterior, a volatilidade havia sido de 15,37 pontos. Quanto maior a pontuação da volatilidade, maior a variação dos ativos, positivamente ou negativamente.

Na época, o mercado estava otimista com as possibilidades do então candidato Jair Bolsonaro (que era do PSL e hoje pertence ao PL) vencer as eleições após o atentado à faca sofrido por ele em 6 de setembro daquele ano. Isto porque o viés liberal concentrado na figura do ministro da economia Paulo Guedes agradava os agentes econômicos e havia a ideia de que o incidente poderia dar maior projeção à candidatura.

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Já nas quatro semanas que antecederam às eleições de 2014 (7 de setembro de 2014 a 5 de outubro de 2014), quando Dilma Rousseff (PT) se reelegeu, o Ibov caiu 10,12% e registrou uma volatilidade de 27,76 pontos. No mesmo período do ano anterior, a volatilidade tinha ficado em 18,68 pontos. À época, o mercado preferia o candidato Aécio Neves (PSDB) no lugar da petista. Logo, a insatisfação com a vitória eminente de Rousseff transpareceu no índice de ações.

Outro setembro eleitoral famoso pela montanha russa na Bolsa foi o que antecedeu a primeira vitória de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), em 2002. A eleição do metalúrgico provocou uma onda de pessimismo no mercado, que fez o Ibovespa terminar o ano com queda de 17,01%.

Somente nas quatro semanas anteriores à votação (8 de setembro de 2002 a 6 de outubro de 2002), o índice de ações caiu 4,70% e apresentou uma volatilidade de 38,12 pontos. A marca só não foi maior do que no mesmo período do ano anterior por conta do ataque às torres gêmeas, ocorrido em 11 de setembro de 2001, que abalou os mercados globais.

O Ibovespa alcançou em agosto de 2022 a maior valorização desde janeiro deste ano. Esta reportagem mostra o que aconteceu.

Passado o temor inicial com o mandato de Lula, no ano seguinte o Ibovespa acumulou uma alta de 97,33% “No fim das contas ele chamou o Henrique Meirelles para o governo e seguiu, mais ou menos, a cartilha macroeconômica do Fernando Henrique”, relembra Mario Goulart, analista de investimentos e criador do canal do Youtube ‘O Analisto’.

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Os dados levantados por Einar Rivero, head comercial do TradeMap, mostram que em anos eleitorais, os meses de setembro apresentam um histórico de surpresas fortemente negativas ou positivas ao investidor, na esteira das percepções políticas.

 

O Ibovespa nas 4 semanas anteriores às eleições presidenciais
Data do primeiro turno Período Volatilidade nas 4 semanas anteriores Rentabilidade (%)
7-out.-18 de 09/Set/18 até 07/Out/18 22,91 7,73
5-out.-14 de 07/Set/14 até 05/Out/14 27,76 -10,12
3-out.-10 de 05/Set/10 até 03/Out/10 12,53 5,33
1-out.-06 de 03/Set/06 até 01/Out/06 19,61 -2,36
6-out.-02 de 08/Set/02 até 06/Out/02 38,12 -4,70
4-out.-98 de 06/Set/98 até 04/Out/98 126,10 9,80
3-out.-94 de 05/Set/94 até 03/Out/94 37,43 14,15
15-nov.-89 de 18/Out/89 até 15/Nov/89 60,31 7,66
15-jan.-85 de 18/Dez/84 até 15/Jan/85 42,96 15,90
15-out.-78 de 17/Set/78 até 15/Out/78 15,40 0,70
15-jan.-74 de 18/Dez/73 até 15/Jan/74 53,66 21,86
25-out.-69 de 27/Set/69 até 25/Out/69 21,68 0,36
Fonte TradeMap

 

Em setembro deste ano, entretanto, o investidor poderá ter um setembro pré-eleitoral mais “morno” do que de costume – pelo menos em relação aos impactos políticos. Saiba aqui a visão de especialistas do mercado sobre o setembro pré-eleitoral de 2022.

Veja ainda: as ações que tiveram as maiores altas em agosto e as que apresentaram o pior desempenho no mês.

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