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Ibovespa: as 5 ações que mais desvalorizaram em agosto

Papéis ligados a commodities ocupam a lista das maiores quedas. Veja os motivos e o que esperar dessas ações

Ibovespa: as 5 ações que mais desvalorizaram em agosto
(Foto: Getty Images)
  • Resultados dos balanços do segundo trimestre também contribuíram para a queda das ações
  • Braskem (BRKM5) e IRB Brasil (IRBR3) ocuparam o topo do ranking das maiores perdas em agosto
  • Logo em seguida apareceram Suzano (SUZB3), Telefônica Brasil (VIVT3) e Natura (NTCO3)

As companhias ligadas a commodities e até as geradoras de energias, conhecidas por serem defensivas contra a volatilidade do mercado interno, entraram na lista das piores performances do Ibovespa neste mês de agosto. As causas para as perdas destas ações estão relacionadas a assuntos ligados ao ambiente externo e aos resultados dos balanços referente ao segundo trimestre deste ano.

O Ibovespa alcançou em agosto maior alta desde janeiro deste ano. Veja nesta reportagem o que aconteceu e nesta outra, as perspectivas para os investidores da Bolsa em setembro.

Segundo levantamento realizado pela Ágora Investimentos, as ações da Braskem (BRKM5) foram as mais prejudicadas no acumulado deste mês de agosto ao apresentar uma perda de 17%, sendo negociadas a R$ 30,45. Para Vitorio Galindo, analista de investimentos CNPI e head de análise fundamentalista da Quantzed, as razões para o baixo desempenho estão relacionadas aos resultados dos últimos dois trimestres em relação aos números divulgados pela empresa no ano passado.

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“No ano passado, a companhia teve resultados muito fortes por conta dos produtos que ela vende estarem em patamares elevados. Pegando um exemplo dos produtos PE (polietileno) e PP (prolipropileno) estavam cotados em US$ 1,3 mil por tonelada e neste trimestre está de U$ 780 a tonelada”, comenta Galindo.

Veja aqui o ranking das maiores altas em agosto e o que aconteceu com os papeis na visão de analistas de mercado.

Com a redução dos preços dos brutos, as margens da companhia ficaram prejudicadas, o que traz desconfiança do mercado. “Dado o aumento dos custos no mundo, o mercado não enxerga uma melhora e que a empresa está longe da sua normalização das margens”, acrescenta.

Logo em seguida apareceram os papéis do IRB Brasil (IRBR3) ao registrar uma queda de 14,1% no acumulado de agosto. As causas para a desvalorização das ações também estão relacionadas à situação financeira da companhia que tem preocupado os investidores.

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Neste mês, o IRB anunciou a oferta de novas ações (follow on) para a geração de caixa, o que desagradou o mercado.  Quando o assunto ainda era uma possibilidade para a empresa, os papeis da companhia sofreram um tombo de 9,9%, aos R$ 2,08 no fechamento do pregão do dia 15 deste mês.

Veja também: megainvestidor Luiz Barsi errou ao apostar em IRB Brasil? O que dizem analistas.

Os resultados do balanço referente ao segundo trimestre trouxeram ainda mais o pessimismo para o papel. De acordo com os dados divulgados pela companhia, o ressegurador apresentou um prejuízo líquido de R$ 373,3 milhões, maior do que o registrado no mesmo período do ano passado, quando teve resultado negativo de R$ 206,9 milhões.

“A empresa está fazendo um follow on para fechar o caixa e não ter problemas de liquidez. Então, as pessoas que investem exigem um prêmio de risco maior para fazer esse investimento. O prêmio de risco é baixar o preço da ação”, explica Felipe Cima, broker de renda variável da Manchester Investimentos.

E nesta perspectiva de baixas, as ações da Natura (NTCO3) também entraram na lista das maiores quedas do Ibovespa ao registrar uma desvalorização na casa de 7,5%. Na avaliação da equipe de Research da Ágora Investimentos, os resultados do segundo trimestre deste ano foram os grandes responsáveis pelo recuo do papel no acumulado de agosto.

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“A companhia registrou contração da margem bruta e uma margem Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) dolorosamente baixa de apenas 3% na The Body Shop (TBS) e Avon International fraca. O ponto de interrogação sobre a TBS cresceu – os canais de varejo estão lutando com menor tráfego, mas outros canais não estão mais acelerando –, em nossa opinião”, ressaltou a equipe.

Outro ponto de preocupação apontado pela Ágora foi o comentário do CEO da companhia que afirmou que as margens de lucro devem permanecer pressionadas no curto prazo. “Achamos que os resultados provavelmente não trouxeram o conforto sobre as estimativas e a convicção de uma recuperação no segundo semestre de 2022 que os investidores estavam procurando”, acrescentou.

As ações da Telefônica Brasil também entraram na lista das maiores baixas do Ibovespa com uma queda de 7,8% no acumulado mensal, cotadas a R$ 41,14.

Economia internacional

Em relação aos papéis da Suzano (SUZB3), as dúvidas relacionadas ao ritmo econômico do mercado internacional derrubaram o desempenho da companhia que encerrou o mês com um tombo de 7,5%, a R$ 44,26. Segundo Rodrigo Crespi, analista da Guide Investimentos, há uma expectativa de maior oferta com a participação da China na produção do produto e menor demanda da celulose, o que deve puxar para baixo a cotação da commodity.

“Na verdade, há um excesso de oferta que deve forçar para baixo o preço das ações da Suzano. Além disso, os investidores têm buscado papéis que pagam dividendos e a companhia não faz parte desse gênero”, avalia Crespi.

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