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Mercado

As 5 ações do Ibovespa que despencaram em 2024 com a piora do quadro fiscal

A alta do dólar e retomada do ciclo de juros formaram um ambiente mais hostil para a bolsa de valores

As 5 ações do Ibovespa que despencaram em 2024 com a piora do quadro fiscal
O ibovespa encerrou 2024 com uma desvalorização de 10% no acumulado do ano (Foto: Adobe Stock)
O que este conteúdo fez por você?
  • O ano de 2024 foi marcado por reviravoltas nas expectativas do mercado para o cenário doméstico
  • Com a alteração das metas fiscais em abril, o ciclo de queda de juros foi interrompido e o mercado se deparou com um novo períodos de altas da Selic
  • A deterioração do cenário local se agravou ainda mais com a apresentação do pacote de ajuste fical que veio insuficiente para solucionar os problemas das contas públicas

O ano de 2024 se resumiu em uma grande reviravolta nas expectativas do mercado. Em janeiro, os investidores esperavam uma continuidade do ciclo de queda de juros no País. Na época, as projeções apontavam para a taxa Selic no patamar de 9% a.a em dezembro, o que poderia garantir um ambiente mais favorável para a bolsa de valores.

Mas todas as perspectivas foram minguadas meses depois com a decisão do governo de alterar as metas fiscais em abril. A medida piorou o risco fiscal do País e a relação da Faria Lima com Brasília. Nem mesmo o pacote de corte de gastos, anunciado no fim de novembro, foi capaz de reverter esse estrago. Pelo contrário.

O Ibovespa, principal índice da B3, entrou em sequência de perdas e encerrou 2024 aos 120.750,96 pontos com uma queda de 10% no acumulado do ano. Um levantamento feito por Einar Rivero, CEO da Elos Ayta, a pedido do E-Investidor, mostra que os Certificados de Depósitos Interbancários (CDI) e o IMA (índice que indica a média das expectativas do mercado sobre os títulos públicos) conseguiram bater o rendimento do IBOV e dos fundos imobiliários no acumulado deste ano.

No entanto, outras empresas tiveram perdas ainda mais relevantes por estarem mais sensíveis às mudanças no cenário doméstico. Os papéis da Azul (AZUL4), por exemplo, apresentaram a maior desvalorização do índice em 2024. Com perdas de 77,89%, a companhia enfrentou um aumento de custo nas suas operações devido à alta do petróleo e ao dólar.

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Veja as ações menos rentáveis do Ibovespa em 2024

Ações
Retorno em 2024
Azul (AZUL4) -77,89%
Magazine Luiza (MGLU3) -69,73%
Cogna (COGN3) -68,77%
Yudqs (YDUQ3) -61,17%
CVC (CVCB3) -60,57%
Fonte: Ágora Investimentos

 

“Dado o alto endividamento e a necessidade de negociar com credores para encontrar algum fôlego, o ambiente de alta da taxa de juros foi apenas mais um entre todos os amargos ingredientes”, ressaltou a Ágora Investimentos em relatório divulgado no dia 20 de dezembro. As ações voltadas para consumo e varejo também entraram na lista das mais penalizadas do ano. Foram os casos dos papéis do Magazine Luiza (MGLU3)  que encerraram 2024 com uma depreciação de 69,73%.

Os motivos por trás das perdas se devem, principalmente, à piora do cenário doméstico com a retomada do ciclo de alta de juros. “Em um cenário potencial de Selic em 15% para 2025, as revisões mais significativas para baixo no lucro (antes dos impostos) seriam para Magazine Luiza (52%)”, avalia a Ágora sobre o impacto da atual política de aperto monetário do País.

E assim como ocorre com o varejo e consumo, as ações do setor de educação também são penalizadas da mesma medida com o cenário de juros mais altos. Em 2024, os papéis Cogna (COGN3) e da Yudqs (YDUQ3) entraram no ranking das ações menos rentáveis do Ibovespa com perdas de 68,77% e de 61,17%, respectivamente. A depreciação reflete a expectativa dos investidores por resultados mais fracos nos balanços das empresas nos próximos trimestres.

“Os riscos potenciais relacionados às próximas mudanças na regulamentação da educação a distância (EAD) e excesso de oferta em cursos de medicina foram fatores que também pesaram sobre as ações do setor como Cogna e Yduqs, por exemplo”, acrescenta a Ágora. As ações da CVC (CVCB3) também entraram no ranking das maiores perdas do Ibovespa ao finalizar o ano de 2024 com uma desvalorização de 60,57%.

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