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Ibovespa na semana: São Martinho salta mais de 8% e Cogna sofre com anúncio do MEC

Índice registrou uma perda acumulada de 0,91% na semana, em meio a preocupações fiscais

Ibovespa na semana: São Martinho salta mais de 8% e Cogna sofre com anúncio do MEC
Cogna Educação (Crédito: Arquivo Estadão)
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  • Diante de preocupações fiscais e da escalada do dólar, o Ibovespa acumulou perdas de 0,91% na semana
  • As três ações que mais valorizaram na semana foram São Martinho (SMTO3), Totvs (TOTS3) e CVC (CVCB3)
  • As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Cogna (COGN3), Vivara (VIVA3) e Localiza (RENT3)

O Ibovespa encerrou esta sexta-feira (14) aos 119.662,38 pontos, com uma perda acumulada de 0,91% na semana. O desempenho negativo acontece em meio a preocupações fiscais, após as falas de Luiz Inácio Lula da Silva (PT) desagradarem o mercado e investidores temerem um possível processo de fritura do ministro da Fazenda, Fernando Haddad. Nesse cenário, quem despontou foi o dólar, que avançou 1,12% na semana.

Na quarta-feira (12), Lula discursou em evento promovido pelo Instituto da Iniciativa de Investimentos Futuros (FII Institute), no Rio de Janeiro (RJ). Na ocasião, o presidente destacou que o governo está “colocando as contas públicas em ordem para assegurar o equilíbrio fiscal”, mas que “não consegue discutir economia sem colocar a questão social na ordem do dia”. As falas soaram mal para os investidores e levaram o Ibovespa a sofrer uma baixa de 1,40% na sessão.

Outra preocupação envolveu uma possível “derrota” para Haddad, após o Senado Federal devolver na noite de terça-feira (11) a Medida Provisória (MP) que restringia a compensação de créditos do PIS/Cofins em contrapartida à perda de arrecadação com a desoneração da folha de pagamentos. A medida poderia aumentar a receita federal em R$ 29,2 bilhões.

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O cenário começou a melhorar na quinta-feira (13), quando Haddad fez um discurso ao lado da ministra do Planejamento e Orçamento, Simone Tebet, afirmando que as equipes econômicas do governo estão concentradas em uma reavaliação “ampla, geral e irrestrita das despesas do País”. Ainda que bem avaliadas pelos investidores, as declarações não impediram uma nova queda do Ibovespa no dia, que encerrou em baixa de 0,31%.

O índice só conseguiu retomar o campo positivo nesta sexta-feira (14). A alta tímida, de 0,08%, foi impulsionada pelo  aceno de grandes banqueiros a Haddad, após encontro do ministro com os presidentes dos maiores bancos privados do País. Ao final do encontro, Isaac Sidney, presidente da Federação Brasileira de Bancos (Febraban), disse que os executivos deixaram a reunião convencidos de que Haddad está engajado em dialogar com o governo e com o Congresso Nacional para buscar o equilíbrio das contas públicas.

Além do noticiário movimentado no cenário doméstico, a semana também foi marcada pela decisão de política monetária do Federal Reserve (Fed). A autoridade optou por manter a taxa de juros americana na faixa entre 5,25% e 5,50% ao ano, em linha com as expectativas do mercado. Em seu discurso, Jerome Powell, presidente do Fed, destacou que a autoridade monetária não descarta a possibilidade de ter que voltar a subir juros, mas explicou que esse não é o cenário-base dos membros do órgão.

Maiores Altas

As três ações que mais valorizaram na semana foram São Martinho (SMTO3), Totvs (TOTS3) e CVC (CVCB3).

São Martinho (SMTO3): +8,81%, R$ 30,74

As ações da São Martinho (SMTO3) registraram a principal alta da semana, acumulando ganhos de 8,81% no período a R$ 30,74. Ao Broadcast, Rodrigo Brolo, analista da Criteria Investimentos, ressaltou que os papéis da empresa ficaram por duas semanas na faixa de R$ 27 e agora passam por uma recuperação técnica. “Entrou muito comprador, então está corrigindo para patamares mais altos”.

A SMTO3 está em alta de 13,26% no mês. No ano, acumula uma valorização de 4,88%.

Totvs (TOTS3): +7,33%, R$ 30,59

Entre os destaques positivos da semana, também estiveram os papéis da Totvs (TOTS3), que encerraram o período com uma valorização acumulada de 7,33% a R$ 30,59. Em relatório, o Bradesco BBI enfatizou que a empresa tem se mostrado mais atrativa do que a concorrente LWSA (LWSA3), antiga Locaweb. “LWSA e Totvs estão sendo negociados com múltiplos preço pelo lucro (P/L) semelhantes, mas os fundamentos da Totvs, na nossa opinião, são mais sólidos”, escreveram os analistas da casa Daniel Federle e Camila Koga.

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A TOTS3 está em alta de 6,51% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 9,2%.

CVC (CVCB3): +5,79%, R$ 2,01

Na lista de maiores altas da semana, quem também marcou presença foram as ações da CVC (CVCB3), que acumularam ganhos de 5,79% no período a R$ 2,01. Sem nenhuma notícia sobre a empresa no radar dos investidores, os papéis foram beneficiados por pregões de alívio dos juros futuros.

A CVCB3 está em alta de 4,15% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 42,57%.

Maiores Quedas

As três ações que mais desvalorizaram na semana foram Cogna (COGN3), Vivara (VIVA3) e Localiza (RENT3).

Cogna (COGN3): -7,22%, R$ 1,67

As ações da Cogna (COGN3) registraram a principal queda da semana, quando acumularam perdas de 7,22%, a R$ 1,67. Os papéis da empresa foram prejudicados pela repercussão da notícia de que o Ministério da Educação (MEC) suspendeu a criação de novos cursos de graduação a distância.

A COGN3 está em baixa de 10,22% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 52,15%.

Vivara (VIVA3): -6,35%, R$ 20,35

Quem também se saiu mal na semana foram os papéis da Vivara (VIVA3), que acumularam uma queda de 6,35% no período, terminando a R$ 20,35. No entanto, nenhum gatilho específico afetou as ações da empresa nos últimos dias.

A VIVA3 está em baixa de 6,65% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 39,6%.

Localiza (RENT3): -5,45%, R$ 40,42

Para completar a lista de maiores baixas semanais, estiveram as ações da Localiza (RENT3), que recuaram 5,45% no período, a R$ 40,42. Sem notícias específicas sobre a empresa no radar, os papéis, mais sensíveis a juros altos, oscilaram diante das preocupações fiscais por parte dos investidores.

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A RENT3 está em baixa de 5,41% no mês. No ano, acumula uma desvalorização de 36,05%.

*Com Estadão Conteúdo

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